Fez sentido? Demitido, René só falhou meta na Copa do Brasil
No início do ano, a diretoria do Botafogo se reuniu com o diretor de futebol Antônio Lopes e com o técnico René Simões para traçar as metas para a atual temporada. A prioridade era a conquista do acesso à primeira divisão nacional, porém, além da Série B do Campeonato Brasileiro, o Campeonato Carioca e a Copa do Brasil também faziam parte do planejamento.
Do que foi projetado, apenas nesta última competição o treinador não ficou dentro da margem esperada. A eliminação diante do Figueirense, na noite da última terça-feira, decretou a demissão de René e pode ter criado problemas para os dirigentes.
Na Copa do Brasil, a meta era atingir as oitavas de final. Depois disso, o que viesse era considerado lucro. Já no Campeonato Carioca, com o elenco sendo montado ao longo da competição, o treinador tinha como única missão levar o time às semifinais. Foi mais longe e chegou à final, perdida diante do Vasco.
Na Série B, René Simões trabalhou sempre com uma meta de pontuação feita pelo departamento de futebol e que dividia a disputa em três etapas, ignorando apenas as duas últimas rodadas, nas quais a expectativa era ver o time já classificado ou precisando de muito pouco. Assim, a Série B foi fatiada em três fases. A primeira seria da primeira a 12ª rodada. A segunda seria da 13ª até a 24ª rodada e a última da 25ª até a 36ª rodada. Em cada uma dessas fases, o time teria que fazer 24 pontos, totalizando assim, ao fim da disputa, um mínimo de 72 pontos.
O "número mágico" levou em consideração a pontuação de todos os quartos colocados, último a garantir o acesso, desde 2006, quando foi adotado o sistema de pontos corridos na Série B. Na verdade levou em consideração um ponto fora da curva, o ano de 2012, quando o São Caetano, mesmo com 71 pontos, ficou em quinto lugar e perdeu o acesso. Em todas as demais temporadas o quarto na tabela não terminou a competição com mais de 65 pontos.
Mesmo assim René Simões terminou a 12ª rodada da Série B com 24 pontos, cumprindo a meta determinada pela diretoria. Sua demissão, além de ser considerada equivocada por parte da imprensa e da torcida, que se manifestou contrária em redes sociais, irritou os jogadores, que tinham muito respeito pelo comandante. Resta saber como eles vão reagir a partir de agora.
Sem pressa para definir novo técnico
O próximo compromisso do Botafogo, que agora só tem a Série B para disputar, será neste sábado, às 16h30 (de Brasília), contra o Náutico, no Estádio Nilton Santos, pela 13ª rodada. Jair Ventura vai dirigr a equipe interinamente, já que a diretoria não tem pressa para anunciar o nome do novo treinador.
Sem acerto com Doriva, o plano B é Ricardo Gomes, que também dirigiu o Vasco. Disponível no mercado, ele poderia reencontrar uma chance como treinador no Botafogo, que ganharia um nome de peso e dentro de sua política salarial.
Marcelo Cabo, comandante do Macaé, ganhou elogios, mas é tido como sem experiência para tal função. Ricardo Drubscky, que já trabalhou com Antônio Lopes no Atlético-PR e que dirigiu recentemente o Fluminense, também foi cogitado, mas não chegou a empolgar.