Mesmo 100% em Volta Redonda, Botafogo lamenta falta de "casa"
Elenco da equipe que jogará contra o Figueirense na cidade expressa desejo de voltar a atuar no Rio e pede Maracanã para retorno do Brasileiro
Sem o Engenhão, interditado devido a problemas estruturais na cobertura, e sem um acordo ainda firmado com o consórcio Maracanã S.A., formado pelas empresas Odebrecht, IMX e AEG, o Botafogo confirmou que voltará a campo, no próximo dia 3 de julho, contra o Figueirense, pela Copa do Brasil, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ).
Para o lateral-esquerdo Julio César, um dos jogadores mais experientes do jovem grupo do Botafogo, as constantes viagens para a cidade, no entanto, prejudicam o trabalho da equipe, embora as atuais estatísticas no estádio são de 100% de aproveitamento.
“Gostaríamos de jogar aqui, na nossa cidade. Mas infelizmente aconteceu tudo isso com o Engenhão e a gente tem que passar por cima. A gente tem um bom aproveitamento lá, o campo já está melhorando e a grama cresceu bastante. Agora, se pudermos jogar o clássico contra o Fluminense no Maracanã, será muito bom, principalmente por não ter o desgaste da viagem, e ainda ser em um estádio novinho”, opinou César.
“Mas gente tem que passar por cima de tudo isso. Já nos acostumamos. A nossa equipe vem superando desafios e acho que essa questão de campo é mais uma. Acho que isso serve de força e motivação dentro de campo. Não podemos ficar usando isso como desculpas."
Além dos problemas relacionados à falta de um estádio próprio para atuar, o elenco botafoguense vem sofrendo com outras dificuldades, talvez a principal delas de ordem financeira. Com dificuldades em sua folha de pagamento, o clube tem atrasado o salário dos jogadores, fator sempre complicado de se superar.
“O diálogo com a diretoria tem sido o melhor possível. Acho que eles estão fazendo o serviço deles, que é correr atrás, e nós estamos fazendo o nosso, que é dentro de campo. Sempre sabendo dos nossos direitos, mas com respeito e diálogo, que é o mais importante”, explicou.
Por ora, o grupo se concentra nos treinamentos para a continuidade do Campeonato Brasileiro, em recesso devido à Copa das Confederações. E isso tem sido um complicador para acompanhar o torneio, no qual Lodeiro, seu colega de elenco, defende o Uruguai.
“Durante a semana fica difícil acompanhar os jogos, porque estamos sempre treinando. Mas no fim de semana conseguimos assistir aos jogos. Vi o jogo Espanha e Nigéria e o do Brasil também, - e foi muito bom. Não assisti ao jogo do Uruguai, mas soube que o Lodeiro fez um gol. Espero que ele faça um grande jogo contra o Brasil", desejou, sem deixar de admitir: "mas quero que o Brasil vença.”