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Seedorf sente falta de ritmo e tem estreia tímida no Botafogo

22 jul 2012 - 20h35
(atualizado às 20h39)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

Alguns lampejos de craque, com toque de bola refinado e viradas de jogo com lançamentos precisos. E só. Sentindo a falta de ritmo, tendo em vista que sua última partida oficial aconteceu há quase três meses, ainda pelo Milan, Seedorf teve uma atuação bastante tímida em sua estreia com a camisa do Botafogo.

Seedorf não conseguiu se destacar e ainda saiu com a derrota na estreia
Seedorf não conseguiu se destacar e ainda saiu com a derrota na estreia
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Ainda que voluntarioso na marcação da saída de bola adversária, e pedindo garra aos companheiros em determinados momentos da partida, Seedorf acabou tendo um debute amargo em seu primeiro jogo no Campeonato Brasileiro, ao ver o Botafogo sair do Engenhão derrotado pelo Grêmio: 1 a 0, gol de Marcelo Moreno.

Por mais que ovacionasse cada toque de bola do holandês, e vibrasse com sua primeira jogada individual, quando passou por dois marcadores e cruzou na medida para Elkeson desperdiçar, em sua melhor participação no confronto com os gaúchos, a torcida deixou o estádio frustrada. Mesmo após quase esgotar os ingressos: foram 34.621 torcedores presentes.

O nível de atenção para o badalado reforço botafoguense na partida teve a sua primeira prova logo na subida do túnel que leva ao gramado. Enquanto o restante dos jogadores caminhava em direção ao círculo central com no máximo quatro crianças cada, Seedorf mal conseguia dar dois passos diante do "bolo infantil" que rodeou o jogador. Pelo menos 20 garotos rodeavam o craque holandês, que pacientemente andou com calma, até que os botafoguenses mirins fossem retirados de campo.

Enquanto os jogadores se aqueciam, o telão anunciava a escalação de Seedorf com uma animação do meia chegando de helicóptero ao Engenhão, e fazendo um gol de placa, no ângulo. Ao ritmo de axé baiano, em pleno Rio de Janeiro, a torcida parafraseou o hit do grupo Chiclete Com Banana, e gritava: "Seedorf! Oba, Oba!".

A Fúria, tradicional torcida alvinegra, lançou um balão que carregou uma bandeira com o rosto do holandês, e o nome da organizada logo abaixo. Enquanto isso, após entender que a torcida gritava por ele, Seedorf bateu palmas, e agradeceu o carinho.

O primeiro toque de Seedorf na bola com a camisa do Botafogo foi logo no primeiro tempo de jogo. O holandês tentou o domínio no meio-campo, mas logo foi desarmado. Nem por isso a torcida deixou de ir ao delírio, repetindo a cena de euforia a cada momento em que o jogador era acionado na partida.

Mesmo que fosse para lamentar, como ocorreu no segundo minuto, quando o holandês deu um passe ruim na tentativa de acionar Márcio Azevedo, e acabou interceptado. Seedorf circulou bastante, aliás, pelo setor esquerdo de campo, setor, pelo qual fez o seu primeiro arremate a gol.

Aos 12min, ele cobrou falta pelo setor, Fellype Gabriel desviou de cabeça, e a zaga gremista afastou. No rebote, ele se livrou do marcador na entrada da área, avançou e chutou cruzado. Marcelo Grohe agarrou firme. Seedorf também se deslocou em alguns momentos pelo lado direito, quando aos 17min, correu para o lançamento, mas Vítor Júnior colocou muita força na bola e o holandês não conseguiu alcançar.

Educado, Seedorf bateu palmas e incentivou o companheiro e, posteriormente, o time, quando aos 20min, Marcelo Moreno deixou Pará livre na área e chutou para grande defesa de Jefferson. A estrela da noite bateu palmas, cerrou o punho e pediu garra aos companheiros, um pouco nervosos em campo com a ansiedade da torcida por uma boa apresentação no debute do badalado reforço.

Visivelmente em ritmo ainda de adaptação, Seedorf, no entanto, mostrou seu toque de bola diferenciado pela primeira vez aos 27min, quando passou por dois marcadores, avançou pela área gremista e cruzou na medida para Elkeson, livre, cabecear para fora.

Outra prova de habilidade foi uma virada de jogo em longo lançamento para Lucas, na direita, mas o lateral dominou mal, e deixou os botafoguenses ainda mais impacientes no Engenhão. Tanto que no final do primeiro tempo já pediam por Andrezinho, mesmo que o problema tático da equipe fosse a falta de um homem de referência no ataque.

O segundo tempo começou com uma verdadeira ducha de água fria para o Botafogo. Logo aos três minutos, após cruzamento de Elano pela direita, Zé Roberto tocou de primeira para Marcelo Moreno, esperto entre a sonolenta zaga alvinegra, tocar na saída de Jefferson.

Por mais que se mostrasse voluntarioso ao fechar a marcação na saída de bola, a falta de ritmo de jogo começou a pesar para o holandês, sem atuar os 90 minutos de uma partida oficial desde maio deste ano. Aos 19min, ele chamou a responsabilidade para a cobrança de falta em cima de Marcio Azevedo, pela esquerda, mas o cruzamento acabou nas mãos de Marcelo Grohe, firme no meio do gol.

Aos 24min, não deu mais para Seedorf. A falta de ritmo de quem fez apenas um treinamento coletivo com o grupo pesou e ele foi substituído por outro reforço, o atacante Rafael Marques. Aplaudido pelos torcedores, ele cumprimentou Marques, o técnico Oswaldo de Oliveira, acenou para os torcedores e, ao contrário de muitas estrelas que preferem ir direto para o vestiário após a substituição, fez questão de se encaminhar para o banco de reservas e assistir junto com os companheiros o restante da partida. Claro que um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas se juntou para registrar o craque sem momento de torcedor.

Fonte: Terra
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