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Brasil para no goleiro mexicano e não sai do zero em Fortaleza

17 jun 2014 - 18h36
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México volta a ser pedra no sapato da Seleção, que, com Neymar isolado e Fred apagado, esbarra em boa atuação de Ochoa. Goleiro fez quatro grandes defesas e impediu a segunda vitória brasileira na Copa.

Guillermo Ochoa foi o nome da partida. Com quatro ótimas defesas, o goleiro mexicano garantiu o zero no placar nesta terça-feira (17/06), no Estádio do Castelão, em Fortaleza. O treinador brasileiro, Luiz Felipe Scolari, lamentou o empate, mas admitiu que o resultado foi justo. Ramires e Thiago Silva receberam cartão amarelo e se juntam à Neymar e Luiz Gustavo entre os pendurados na Seleção.

Há um ano, na Copa das Confederações, a torcida brasileira em Fortaleza iniciou a tradição de continuar cantando o hino nacional depois com execução da música já interrompida. E desta vez não foi diferente. Os jogadores, perfilados e abraçados, cantaram junto, e o craque Neymar não conteve as lágrimas.

Com a bola rolando, o time brasileiro mostrou mais disposição do que na estreia contra a Croácia. O jogo foi pegado, com faltas duras e poucas chances para ambos os lados. E quando o Brasil conseguia furar a defesa mexicana, o atacante Fred aparecia em impedimento. Foi assim aos 10 minutos, quando cabeceou com perigo na rede pelo lado de fora; e aos 21, quando o jogador do Fluminense ajeitou de cabeça para o centro da área.

Já os mexicanos pressionavam na marcação e, em suas saídas esporádicas, arriscavam chutes de longa distância. Herrera criou assim, aos 23 minutos, a primeira boa oportunidade no jogo – a bola passou muito perto do travessão de Julio César.

Dois minutos depois, Daniel Alves cruzou na medida para Neymar. O camisa 10 cabeceou no cantinho e obrigou o goleiro Guillermo Ochoa a operar um milagre. O goleiro mexicano espalmou a bola em cima da linha, como mostrou a imagem gerada pela tecnologia da linha de gol. A defesa lembrou um pouco a do inglês Gordon Banks, após cabeçada de Pelé, na Copa de 1970.

O Brasil levou vantagem no número de finalizações no primeiro tempo (9 a 4), mas o México deixava claro que não estava intimidado por atuar na casa do adversário. Em outro chute de fora, desta vez de Vázquez, Julio César se esticou todo, mas levou sorte: a bola passou à esquerda do gol brasileiro.

A resposta brasileira veio em seguida. Neymar cobrou falta na grande área, David Luiz ajeitou de cabeça e colocou Paulinho frente a frente com Ochoa. O goleiro mexicano salvou sua equipe novamente e se tornou, assim, a principal figura do primeiro tempo.

No segundo tempo a dinâmica do jogo não se alterou. O Brasil tocava a bola e encontrava dificuldade em acionar o centroavante Fred. Do outro lado, "El Tri" seguiu a instrução em arriscar com chutes de fora da área. Com dez minutos, os chutes de Guardado, Vázquez e Herrera demonstravam uma leve superioridade mexicana.

As chances do Brasil se limitaram às bolas paradas. Aos 17, Neymar cobrou falta com categoria e assustou Ochoa. A bola passou rente à trave direita do goleiro mexicano. Em seguida, Felipão colocou sangue novo na equipe, tirou o ineficiente Fred e colocou Jô. E quase no lance seguinte, Bernard cruzou na segunda trave, Neymar matou no peito e fuzilou. Ochoa fez outro milagre.

O goleiro mexicano mereceu a nomeação de melhor jogador em campo da Fifa. Aos 40 minutos, Neymar cobrou falta na lateral, e Thiago Silva, livre dentro da pequena área, cabeceou para ótima defesa, à queima-roupa, de Ochoa. O goleiro, que era reserva de Corona e recuperou a titularidade apenas nos amistosos pré-Copa, garantiu o importante ponto para os mexicanos na busca por uma vaga nas oitavas de final.

Com o empate, o México confirmou a fama de pedra no sapato brasileiro. Nas últimas décadas, os mexicanos derrotaram os brasileiros numa final de Copa das Confederações (1999); em duas decisões de Copa Ouro (1996 e 2003); e, já com a geração de Neymar em campo, na disputa pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres.

Felipão analisou o resultado: "Estou satisfeito com o que a equipe apresentou. O jogo foi bom, bastante físico e as duas equipes buscaram o gol. O 0 a 0 não foi bom resultado para nós, já que a vitória nos classificaria, mas espelhou o que foi o jogo."

Na última rodada, o Brasil busca confirmar, contra a seleção de Camarões, a primeira colocação no Grupo A, na próxima segunda-feira, em Brasília. Já os mexicanos viajam até o Recife para jogar contra a Croácia, no mesmo dia.

Ficha técnica

Brasil 0 x 0 México

Local: Estádio do Castelão, Fortaleza

Arbitragem: Cüneyt Çakır (Turquia), auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.

Cartões amarelos: Ramires (44'/1T), Paul Aguilar (13'/2T), José Vázquez (16'/2T), Thiago Silva (34'/2T)

Brasil: Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Ramires (Bernard 46'/2T), Oscar (Willian 38'/2T); Neymar e Fred (Jô 22'/2T). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

México: Guillermo Ochoa; Francisco Rodríguez, Rafa Márquez e Hector Moreno; Paul Aguilar, José Vázquez, Miguel Layún, Héctor Herrera (Marco Fabián 31'/2T), Andrés Guardado; Giovanni dos Santos (Raúl Jiménez 38'/2T) e Oribe Peralta (Javier Hernández 28'/2T). Técnico: Miguel Herrera.

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