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Jogos de Paris

Fora da Olimpíada, Dunga ganha alívio extra para quatro anos

23 jul 2014 - 07h34
(atualizado às 07h44)
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De Vanderlei Luxemburgo a Mano Menezes, a disputa dos Jogos Olímpicos já arruinou a reputação de treinadores da Seleção Brasileira. Novo comandante do time principal, Dunga sentiu essa pressão na pele em 2008, mas não deve se envolver diretamente no processo desta vez. Nesta terça-feira, Alexandre Gallo foi confirmado como técnico para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

Se por um lado Dunga perde a chance de conquistar um título importante para o futebol brasileiro, a decisão da CBF também retira a responsabilidade do novo treinador. Pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira Sub-23 irá disputar a competição dentro de casa, o que evidencia uma pressão extra. A ser depositada exclusivamente sobre os ombros de Gallo. 

"Essa já é uma definição", confirmou Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções e responsável por interligar os times Sub-23 e principal. "Vamos dar a ele (Gallo) todo o suporte. Temos que criar, desde as categorias de base ao time principal, um único pensamento. Uma única linha", pediu o diretor. Ao menos no discurso, o pedido foi absorvido por Dunga. 

Dunga promete mescla de juventude e experiência na Seleção:

"Nossa maior ideia é trabalhar muito para preparar uma equipe para as Olimpíadas. O Gallo vai estar na frente desse processo, no comando", ressaltou. O comandante do time Sub-23, na última semana, também fez essa indicação. "O projeto é baixar o nível de idade da Seleção. Hoje temos jogadores com idade olímpica muito talentosos, mas que precisam de lastro e jogos de alto rendimento", sugeriu Alexandre Gallo. 

Em 2008, a Olimpíada impôs obstáculos para que Dunga seguisse seu trabalho no time principal. Sem o planejamento adequado, sem a possibilidade de realizar amistosos e definido para o torneio a poucos meses dos Jogos, ele montou um time às pressas. Teve problemas, e ainda recebeu Ronaldinho como imposição da CBF. Derrotado pela Argentina na semi, balançou no cargo. 

Insatisfeito com a campanha, Dunga só levou dois (Ramires e Thiago Silva) dos 18 jogadores de Pequim-2008 para a África do Sul-2010. A principal justificativa para demissão foi justamente a falta de legado daquela que era a equipe mais velha de toda Copa do Mundo. Fora da Olimpíada, seu papel será justamente construir uma equipe mais jovem e novamente resistir quatro anos.  

"Temos que obter resultados, formar uma seleção pra 2018, essa que está aí é uma Seleção bastante jovem e você tem que mesclar. Falamos só dos jovens da Holanda, mas não falamos do Robben que não vai jogar a próxima Copa do Mundo. Temos que pesar as duas partes da moeda, a Alemanha também não tem só jovens. O capitão (Lahm) não vai jogar a próxima Copa", disse.

Sem a Olimpíada, Dunga ainda assim terá obstáculos importantes pelo caminho: duas edições da Copa América (2015 no Chile e 2016 nos Estados Unidos) e 18 jogos de Eliminatórias para a Copa do Mundo são os maiores compromissos. Na história de 20 Mundiais, só em cinco um treinador completou quatro anos no cargo da Seleção. Dunga, entre 2006 e 2010, foi justamente um deles.

Fonte: Terra
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