PUBLICIDADE
Logo do Seleção Brasileira

Seleção Brasileira

Favoritar Time

Gols, suspense e emoção: uma Copa de encher os olhos

2 jul 2014 - 17h59
Compartilhar

Com uma chuva de gols na primeira fase e muito suspense no início do mata-mata, a Copa do Mundo no Brasil está correspondendo às expectativas; nada mais justo para o Mundial disputado no país do futebol.

Duas imagens resumem o que aconteceu até agora na competição. Esta Copa foi marcada por surpresas e pelo futebol ofensivo, como no dia 13 de junho em Salvador, quando a atual campeã Espanha foi destroçada pela Holanda por 5 a 1 na estreia.

Outra imagem marcante foi Júlio César chorando antes de se tornar o herói da disputa de pênaltis que levou o Brasil nas quartas de final, eliminando o Chile, no último sábado no Mineirão, resumindo o espírito deste Mundial, de emoções à flor da pele.

Ex-técnico do Liverpool e da seleção francesa, Gérard Houiller, hoje membro de um grupo de estudo da Fifa sobre a qualidade jogo, ficou encantado com o que viu. "Vemos um futebol de alto nível, com grandes jogos, muitos gols e uma incrível tensão dramática. Ter cinco jogos com prorrogação nas oitavas de final é algo que não acontecia desde 1938", resumiu o francês em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira no Maracanã.

O ex-treinador revelou que ficou comovido com as lágrimas de Júlio César. "Gosto desse tipo de emoção. Não existe a mesma intensidade em outros esportes, porque a melhor equipe nunca pode ter certeza que vai vencer. Tudo pode acontecer."

O fato de jogar na terra de artistas da bola como Pelé, Garrincha ou Ronaldo 'Fenômeno' deixou os jogadores inspirados, protagonizando jogos espetaculares. Por ironia do destino, uma das equipes que deixa a desejar é justamente a seleção brasileira, que parece estar sentindo a pressão de lutar pelo hexa em casa.

"Talvez o fato de jogar neste país realmente inspire todo mundo, mas o certo é que as equipes sul-americanas jogam com muita agressividade. Não vejo elas jogando dessa forma normalmente", analisou.

"Na partida entre Brasil e Chile, vimos todas as qualidades das seleções sul-americanas: esquemas táticos ousados, muita técnica, energia e desejo de fazer as coisas bem", resumiu Houiller.

A Copa no Brasil precisou de apenas 52 jogos para igualar o total de gols marcados na edição anterior (145 em 64 partidas). Depois das oitavas, foram 154 gols em 56 jogos, uma média de 2,75 por partida. "Acredito que o recorde de gols em um Mundial (171, em 1998, na França) possa ser batido", previu Houiller.

"A grande diferença em relação a 2010 é que esta Copa do Mundo está sendo a mais rápida da história, com um ritmo de jogo muito elevado", explicou.

"Acho que a qualidade do jogo tem a ver com a qualidade dos atacantes. Não havia atacantes deste nível na África do Sul", enfatizou o francês, que considera o golaço do colombiano James Rodríguez sobre o Uruguai "um dos mais bonitos do torneio". Na ocasião, o camisa 10 'cafetero' matou a bola no peito com extrema categoria e emendou com lindo voleio, para abrir o caminho da vitória de sua equipe por 2 a 0 nas oitavas de final.

"Também temos que destacar Neymar, Messi, Benzema, Van Persie ou Robben, que são artilheiros e líderes em campo", citou Houiller.

"No meio de campo, as fases de transição são muito rápidas. Vimos momentos mágicos quando uma equipe perdia a bola e a outra ganhava, tudo acontecia em alta velocidade", lembrou.

O francês mostrou-se otimista quanto à próxima edição, que será realizada em 2018, na Rússia. "O 'Efeito Brasil' deve continuar. Ou então, terá outra coisa boa. Cada competição traz uma evolução, um novo ritmo para o futebol", previu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade