Houllier elogia "coquetel vencedor" formado por Felipão e Parreira
Técnico francês elogiou o golaço de Neymar, mas ressaltou a jogada de Oscar no terceiro gol do Brasil contra o Japão
Técnico da seleção francesa na década de 90 e depois campeão da Copa da Uefa com o Liverpool em 2001, Gerard Houllier aposta no Brasil de Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira para vencer a Copa das Confederações de 2013 - e, talvez, a Copa do Mundo no próximo ano.
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"Estou impressionado de a CBF ter conseguido reunir dois campeões mundiais. Vi o jogo de ontem e os dois conversam o tempo todo, se apoiam. Nenhum quer tirar o emprego do outro. Acho que é um coquetel vencedor", apostou o treinador, que agora faz parte da Comissão de Estudos Técnicos da Fifa.
Houllier está no Brasil para participar da comissão que vai fazer toda a análise técnica da competição e apontar os cinco nomes que serão votados pelos jornalistas para os prêmios de melhor jogador. E já até deu uma pista de onde está olhando.
"É certo que o gol de Neymar foi muito bonito. Mas a jogada do terceiro gol do Brasil é uma mostra de para onde o futebol está evoluindo, com toque rápidos em direção ao gol", disse, sobre a jogada da Oscar que resultou no gol de Jô.
Para a competição no Brasil, Gerard Houllier aposta que o time vencedor vai ser aquele mais se adaptar ao clima. "As seleções estão todas muito niveladas hoje em dia, e quem controlar mais a posse de bola pode ter a chave da vitória. Talvez vejamos uma goleada sobre o Taití, mas, em geral, há um mesmo nível técnico e quem souber aproveitar isso vai levar vantagem", afirmou.
O treinador afirmou, porém, que não prevê um ritmo mais lento de jogo pelo clima "um pouco mais quente" do inverno brasileiro. "Quando se joga neste tipo de clima, se joga mais com a bola no pé. Talvez por isso o Brasil seja favorito."
O treinador também negou que as seleções vão ter mais dificuldades de conquistar o título no Brasil pela maior necessidade de deslocamentos pelo país de dimensões continentais. "O exemplo melhor disso é o Brasil que foi campeão em 94 nos Estados Unidos. O time tinha uma base perto de São Francisco e fez viagens longas dentro do país", lembrou.
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Ele recordou também dos tempos em que dirigiu Liverpool e Lyon, quando tinha que viajar até a Rússia ou Ucrânia no meio da semana para disputar competições europeias. "Tinha jogador que se queixava de passar 225 dias por ano em hotéis e longe da família. Mas faz parte da profissão. Não é bom, mas é como são as coisas", admitiu.
Embora Gerard Houllier considere o Brasil favorito, não descartou a Espanha, atual campeão do mundo e europeu - talvez por saber que uma das curiosidades estatísticas produzidas por seu grupo de estudo é que nunca na história da Copa das Confederações um país que venceu a competição conseguiu ganhar o mundial no ano seguinte.
