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'Quando não tinha comida, alegria era o Senna', diz Oliveira

7 abr 2016 - 14h23
(atualizado às 14h34)
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Ricardo Oliveira está prestes a bater o recorde de Cafu e se tornar o jogar com idade mais avançada a defender a Seleção Brasileira. Apesar do grande momento pessoal, o artilheiro percebe a instabilidade e forte pressão pela qual passa a equipe, principalmente em função dos questionamentos sobre o técnico Dunga. Depois de dois empates seguidos, com Uruguai e Paraguai, o Brasil ficou em sexto lugar na tabela, fora da zona de classificação à Copa do Mundo de 2018.

“O que deixa de fato evidente é que nós precisamos melhorar muito como coletivo. Precisamos crescer como equipe. E o fato de estar se falando em cobrança, essas coisas, não se pode esperar menos da Seleção Brasileira. Hoje existe uma cobrança muito grande, talvez ainda por causa da Copa (do Mundo de 2014)”, comentou o centroavante, condenando o pessimismo até em cima do temor que se criou do Brasil ficar de fora de um Mundial pela primeira vez na história.

“Não estamos tranquilos, mas não estamos com medo. Existe um certo pessimismo. Se não empatássemos com o Uruguai, a situação era outra. O segundo tempo contra o Paraguai foi bom, e quase fizemos o terceiro gol. Acredito que mais cinco minutos faríamos o terceiro. Dois empates, fora da zona de classificação. Existe um pessimismo de várias pessoas, mas não em nós. Sabemos da nossa capacidade. Precisamos melhorar em todos os sentidos”, explica Oliveira.

Para entender e encarar a pressão sobre a Seleção Brasileira, Ricardo Oliveira lembra de sua infância pobre. Naquela época, o piloto tricampeão do mundo, Ayrton Senna da Silva, era a válvula de escape do jogador, que só viu o Brasil vencer uma Copa aos 14 anos, em 1994, ano da morte do ídolo nacional na Fórmula 1.

“Quando não tinha comida, quando garoto, minha alegria era ver o Ayrton Senna ganhar. E é o que esperam da Seleção Brasileira. Para que o pessimismo vire esperança da população. Se não temos alegria para falar como país, que o futebol vire esse refúgio. A fome passava”, revelou, hoje podendo rir da situação. “Eu saía correndo na rua dirigindo com a mão. Água com açúcar, pão duro molhado. Sensacional”, completou, se recusando a falar sobre problemas extra-campo que envolvem a CBF.

“Sabemos que estão tomando providências. Não entro em questão. Eu, na Seleção, represento uma nação. Vou dar o meu melhor. Essa é a minha responsabilidade. Procurar ser feliz, transmitir a felicidade, jogar bem e fazer gols. Quando estou de fora ou em casa, quero ver a seleção ganhar. É importante para todos”.

E se muitos torcedores não entenderam a substituição de Ricardo Oliveira logo após o camisa 9 ter marcado o primeiro gol do Brasil no duelo com o Paraguai, em Assunção, para a entrada de Jonas, o jogador do Peixe fez questão de minimizar a questão e absolveu Dunga de qualquer erro na decisão.

“Eu faço parte de um grupo de Seleção. O que entrou no meu lugar briga pela Chuteira de Ouro na Europa. Não dá para buscar uma coisa aqui ou lá. Não há problema. Precisamos entender que tem um cara melhor ou do mesmo nível, que vai ajudar quando entrar. O Treinador é quem manda”, finalizou.

Foto: Ricardo Saibun/Gazeta Press
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