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Ricardo Teixeira nega ter recebido propina pela Copa América

"É mais uma mentira contra mim. Quem disse isso foi no mínimo leviano”, diz Ricardo Teixeira

11 jan 2016 - 11h36
(atualizado às 12h38)
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O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira, trinta quilos mais magro em decorrência de problemas renais, hoje sob controle.
O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira, trinta quilos mais magro em decorrência de problemas renais, hoje sob controle.
Foto: Silvio Barsetti / Terra

Uma das acusações contra o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, indiciado pelo FBI por crimes de corrupção, diz respeito ao destino de cotas suplementares a que tinha direito a CBF pela participação da Seleção Brasileira nas edições da Copa América de 2004, 2007 e 2011. O dinheiro, segundo denúncia, não teria chegado nas contas da confederação. Isso consta da peça produzida pela Justiça dos Estados Unidos (EUA) contra o ex-dirigente, que comandou a entidade de 1989 a 2012.

Em entrevista exclusiva ao Terra, na semana passada, no Leblon, Rio de Janeiro, Teixeira desqualificou a acusação e a classificou como inconsistente. "É mais uma mentira contra mim. Quem disse isso foi no mínimo leviano."

Praticamente todo o material usado pelos americanos para o indiciamento de Teixeira tem partido de delações premiadas de J. Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Trafficc, que foi por vários anos a detentora exclusiva de todos os direitos comerciais da Copa América. Teixeira e Hawilla já foram muito próximos. Atualmente, estão rompidos. O empresário, réu confesso em crimes de corrupção relacionados ao futebol e investigados pelo FBI, fez um acordo de devolução de US$ 151 milhões à Justiça dos EUA.

No encontro, na zona sul do Rio, o ex-presidente da CBF não quis falar sobre denúncias de que teria recebido cerca de US$ 20 milhões de propina da empresa de marketing esportivo ISL, entre 1992 e 2000, numa transação envolvendo a Fifa. Ao ser indagado sobre isso, respondeu. "O assunto ISL já foi encerrado. Houve um acordo com a Justiça da Suíça anos atrás e ficou tudo zerado. Isso já é público. Não há mais nada a falar sobre esse assunto. Já foi liquidado".

Ele também não quis abordar outros tópicos de seu indiciamento pela Justiça norte-americana. Seguia orientação de seu advogado, Michel Assef Filho, presente à entrevista. "Nada vai ficar sem resposta. Mas, agora, não é aconselhável que ele se estenda. Tudo tem o momento certo", declarou Assef.

A reportagem do Terra teve acesso a documentos que comprovam que aquelas três cotas suplementares (no valor de US$ 1,5 milhão cada) foram creditadas no Banco Rural, agência 0001, na conta, em nome da CBF, número 06004344-2. A primeira, em 28 de julho de 2004. Pela cotação do dólar à época, a confederação recebeu naquela data a quantia de R$ 4.5 milhões.

As outras duas (US$ 3 milhões), referentes às Copas de 2007 e 2011, vieram de uma só vez, em 29 de julho de 2011, e somaram R$ 4,6 milhões, num momento em que um dólar valia em torno de R$ 1,50. Teixeira explicou que a demora para o pagamento da cota suplementar de 2007 ocorreu por um pedido de prorrogação de prazo feito pela Trafficc.

A definição dessas cotas se deu por meio de contrato assinado em 25 de maio de 2004, entre a CBF e a Trafficc, ao qual o Terra também teve acesso. No documento, a confederação expõe algumas razões pelas quais pleiteava uma quantia extra para a seleção disputar a Copa América. Uma delas associava a importância da competição à participação do Brasil, "único país presente em todos os Mundiais".

"Não houve pedido de dinheiro por fora. Não houve arranjo. Houve um contrato, entre as duas partes. Qualquer coisa fora disso, é leviandade", disse Ricardo Teixeira.   

Ricardo Teixeira foi indiciado pelo FBI por crimes de corrupção
Ricardo Teixeira foi indiciado pelo FBI por crimes de corrupção
Foto: Michael Regan / Getty Images
Fonte: Silvio Alves Barsetti
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