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Rua 25 de Março vira point de camisas piratas da Seleção

Meca do comércio popular no centro da capital paulista vende a R$ 40 réplicas falsificadas; Nike, patrocinadora oficial da seleção, comercializa por até R$ 349,90

30 mai 2014 - 08h16
(atualizado às 08h16)
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O comerciante Fernando Flora, 31 anos, foi de Curitiba para São Paulo com uma missão: levar camisas “oficiais” da Seleção Brasileira de futebol para vender na capital paranaense. Preço de compra: R$ 40 a R$ 45, dependendo da quantidade. Preço de revenda: algo em torno de R$ 70 – ou a partir disso, dependendo do desempenho dos jogadores na Copa do Mundo que começa no próximo dia 12. Camisa “oficial”? Essa, admitiu, nem ele mesmo tem. “É cara demais, não tenho, não. E a da réplica o tecido é muito ruim, não consigo usar.”

<p>Na 25 de Março, comprar a camisa da Seleção é mais barato - só não espere uma peça original</p>
Na 25 de Março, comprar a camisa da Seleção é mais barato - só não espere uma peça original
Foto: Bruno Santos / Terra

A camisa oficial da Seleção, patrocinada pela Nike, pode ser encontrada no site da multinacional por até R$ 349,90 se o torcedor quiser uma igual à usada pelos jogadores. Caso se contente com uma original para a torcida, ele terá que desembolsar um pouco menos, R$ 229,90 – os preços foram consultados na quarta-feira, a 15 dias da abertura da Copa.

Na região da Rua 25 de Março, meca do comércio popular, na região central de São Paulo, as réplicas podem ser compradas por preços que oscilam entre R$ 40 e R$ 50, seja a da camisa de jogador, com  número e nome do craque, ou de torcedor. Sem a “etiqueta” da Nike, há peças à venda tanto em shoppings quanto nas barracas de ambulantes da região já a partir de R$ 10.

A reportagem do Terra conversou com o comprador curitibano nesta quarta-feira em um desses shoppings de produtos importados –sobretudo da China e do Paraguai, reconhecem os vendedores. Tanto lá quanto nas barracas de ambulantes, nas ruas, o movimento variava entre o cliente que comprava a réplica para si ou para familiares e o comprador de atacado.

Camisa oficial cara favorece pirataria, diz vendedor

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Dono de um salão de cabeleireiro em Diadema, na Grande São Paulo, Cido Sálvio Maciel pechinchava camisas de R$ 40 e R$ 45 que, em seu estabelecimento, adiantou, seriam vendidas por R$ 100. “É bom e ruim a camisa oficial ser tão cara: ruim porque pouca gente pode comprar um produto desses, e bom porque abre brecha para quem vende camisa a preços mais em conta”, analisou.

Nas lojas do shopping popular e nas ruas da 25, o preço das camisas oficiais originais, aliás, estão na ponta da língua dos vendedores. “Eu não pagaria jamais R$ 230 em uma camisa de Seleção se a ilegal, igualzinha, eu tenho aqui por R$ 59”, afirmou uma vendedora que preferiu não se identificar.

Assustada ainda com a fiscalização do dia anterior –“os fiscais vieram e limparam, levaram tudo”, disse --, a também vendedora Marina é outra que disse não ver diferença entre os produtos pirata e original. “A pessoa pode até comprar um modelo mais simples, entre as originais, que ainda assim será muito mais caro para pouca ou nenhuma diferença em relação à réplica”, opinou.

Vendas nas ruas ainda não "bombaram", reclamam ambulantes

Nas ruas, os ambulantes se queixaram do movimento que consideram ainda baixo, dada a proximidade para o jogo de abertura, dia 12, na Arena Corinthians.

“Aqui as vendas ainda não começaram a bombar. A gente espera que mais perto dos jogos isso aconteça, porque é bastante mercadoria”, relatou o ambulante José Vinicius de Oliveira, 54 anos, oito deles na 25 de Março. As réplicas na barraca ele vende a R$ 40. O tecido, jura, é o mesmo dry fit (mais leve e que facilita a transpiração) das camisas oficiais da Nike. “Aí vai do cidadão pagar R$ 230 ou R$ 40 aqui na minha banca”, sugeriu.

<p>Carlos Alberto da Silva espera que a procura pelas camisas aumente nos próximos dias</p>
Carlos Alberto da Silva espera que a procura pelas camisas aumente nos próximos dias
Foto: Bruno Santos / Terra

Também ambulante na rua 25 de Março, Carlos Alberto da Silva, 62 anos, reclamou: “o clima de venda aqui está muito, mas muito devagar. A esperança é que, com as seleções chegando ao país, isso mude”, declarou. E a fiscalização? “Eles batem direto aqui. O segredo é deixar só duas camisas dessas mais caras (as réplicas de R$ 40 e R$ 50) expostas; a maioria é sem etiqueta da Nike e com preço de R$ 10 e R$ 20”, explicou.

A Nike foi procurada para comentar o assunto, mas, até esta publicação, ainda não havia se manifestado sobre o pedido de entrevista.

Fonte: Terra
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