Em 28 de novembro do último ano, Flávio Murtosa se sentou à televisão para acompanhar o anúncio sobre quem seria o novo treinador da Seleção Brasileira. Espantou-se com o nome de Luiz Felipe Scolari, afinal seu principal companheiro do futebol não havia feito qualquer convite para a comissão técnica. Sequer havia avisado. Murtosa temeu “estar fora” do retorno, mas no fundo, provavelmente, tinha certeza que não estaria fora. E não estava.
Em 2013, na Copa das Confederações, Felipão e seu escudeiro completam 30 anos de união no futebol. Uma amizade que teve início em 1983, no Brasil de Pelotas, e moldada à base da parceria e especialmente da lealdade. “Isso quase não existe mais nos dias de hoje”, costuma lembrar Scolari às pessoas próximas. Entre eles, foi assim desde o começo.
Sem treinador, o Brasil tentou contratar Flávio Murtosa para o início daquele Campeonato Gaúcho, mas ouviu não. Uma recusa, por sinal, também pautada por fidelidade. Murtosa havia jogado com vários membros do elenco e não gostaria de perder amigos. Diante da negativa, outro treinador assumiu e durou pouco tempo. E aí o clube foi atrás de Luiz Felipe Scolari, o que daria início a uma união marcante para a história do futebol brasileiro.
Seleção se despede de Goiânia com carinho da torcida:
Nem tudo, porém, foi de flores. Felipão não gostou de saber que não poderia ter seu preparador físico, pois Murtosa já estava na comissão técnica. Ao melhor estilo de Scolari, havia clima de desconfiança no ar, até que a dúvida foi tirada em um almoço. Depois de quase um mês de convivência.
“Afinal, tu queres ou não meu cargo”, questionou o treinador. Murtosa disse não e falou em tom sincero: “se eu quisesse, estava no teu lugar”, o que era verdade. Naquele gaúcho baixinho de bigode, como ele próprio, Felipão enxergou a lealdade que pauta suas relações. O treinador assumiu a necessidade de reformulação e terminou a temporada em alta em seu primeiro trabalho a vingar, com vice-campeonato gaúcho.
No campo, Murtosa funciona como um complemento de Scolari. Costuma auxiliar bastante nas orientações individuais, explica fundamentos e faz as devidas cobranças. Tenta encontrar jogadores mais jovens e só não consegue mesmo é fazer Felipão acertar seu codinome: “Mortosa”, costuma pronunciar. “Meu segurança particular”, também brinca Scolari sobre seu auxiliar, também conhecido pelo nome: Flávio Teixeira.
Ao todo, foram três as ocasiões em que eles se separaram. Em 1997, em que o auxiliar assumiu o Juventude, em 2000, quando ganhou a Copa dos Campeões pelo Palmeiras, e ainda em 2002, logo depois da Copa. Hoje, ele mira mais um grande título, o que não conseguiu no período por seleção portuguesa e Chelsea, entre outros. As exceções são modestas: conquista do Uzbequistão, pelo Bonyodkor, e a Copa do Brasil 2011, com o Palmeiras.
Após duas semanas de preparação, a Seleção Brasileira realizou, nesta quarta-feira, o primeiro treino aberto ao público em Goiânia.
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O treinamento no Estádio Serrinha, localizado na sede social do Goiás, marca a despedida da Seleção da cidade
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A abertura do treino não foi anunciada com antecedência, mas as pessoas que estavam nas portas do local tiveram a entrada permitida
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
Um bom número de pessoas assistiu ao treinamento desta quarta
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fãs tiraram o telefone celular do bolso para guardar um recordo da passagem da Seleção por Goiânia
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Durante toda a passagem da Seleção por Goiânia, apenas esta sessão foi aberta ao público
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Público acompanhou com atenção ao treinamento do time de Luiz Felipe Scolari
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Jogadores da Seleção retribuíram o carinho da torcida
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Seleção Brasileira treinou com uma tarja no uniforme, para cobrir a logomarca de um antigo patrocinador da CBF
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Volante Jean divide com zagueiro Dante
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David Luiz e Réver fazem dupla durante exercício no treino da Seleção
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Felipão distribui os cones pelo gramado do Serrinha para comandar atividade tática
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Scolari observa a movimentação dos jogadores durante treino de finalização
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Hulk ouve as orientações de Felipão
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Dono da camisa 9 da Seleção, Fred parte com a bola dominada
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Paulinho, do Corinthians, chega para dividir com Fred
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Fred arma chute colocado no treinamento desta quarta
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Júlio César faz a defesa durante o treino de finalizações
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Goleiro titular da Seleção pratica a defesa, observado por Diego Cavalieri e Jefferson
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Lucas parte em velocidade e invade a área, mas é cercado por Fernando
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Seleção Brasileira estreia neste sábado na Copa das Confederações
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A equipe de Neymar e companhia encara o Japão, no Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha)
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Brasil e Japão fazem parte do Grupo A das Confederações, ao lado de México e Itália
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Depois da passagem por Brasília, a Seleção Brasileira encara a Itália no dia 19, no Castelão, em Fortaleza
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O Brasil encerra a participação na primeira fase das Confederações no dia 22 de junho, na Fonte Nova, em Salvador, contra os mexicanos
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