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Seleção não segura o choro e esperar rir por último com o hexa

1 jul 2014 - 10h39
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Antes de se tornar o grande herói da classificação brasileira para as quartas de final, Júlio César mostrou seu lado mais humano: chorou copiosamente, em uma das imagens marcantes desta Copa do Mundo.

"Nunca escondi que sou emotivo. Vários jogadores me cercaram para me dar força, falando coisas muito bonitas. Sabia que precisava ficar focado para decidir o nosso futuro", justificou o goleiro.

O que muitos consideram um sinal de fraqueza acabou se transformando numa força extra para Júlio César, que se agigantou e defendeu duas cobranças chilenas na disputa de pênaltis, levando a torcida que lotou o Mineirão ao delírio e vários companheiros de equipe às lágrimas, de alívio e alegria.

"Antes do jogo, disse aos companheiros que queria que a gente chorasse, mas que esse choro fosse só de alegria. No final, fomos recompensados com uma grande vitória e choro foi de alegria, não de tristeza", revelou o capitão Thiago Silva.

O problema é que essas lágrimas expõem a fragilidade emocional de uma equipe que sente a pressão pela 'obrigação' de conquistar o hexa em casa.

Depois da classificação dramática para as quartas de final, houve uma enxurrada de críticas sobre a postura dos jogadores.

"O time tem que estar preparado para essa pressão, tem até psicóloga lá trabalhando. Tem de haver mais maturidade de todo mundo. Gostaria de ver o pessoal mais para cima", criticou recentemente Carlos Alberto Torres, capitão do tri de 1970, em entrevista ao jornal Lance.

"Claro que sentimos uma tensão. Não é fácil jogar uma Copa do Mundo em casa, há a pressão pela vitória", admitiu o técnico Luiz Felipe Scolari depois do jogo contra o Chile.

Com a emoção à flor da pele, vários jogadores foram vistos chorando antes mesmo de a bola rolar, depois do hino nacional, como Neymar, na partida contra o México, em Fortaleza, pela segunda rodada da fase de grupos.

A imagem do jovem craque aos prantos não agradou em nada um ilustre camisa 10 da seleção brasileira, Zico, que pediu mais "autocontrole".

Daniel Alves rebateu, alegando que essas emoções são autênticas e que é preciso que acabar com o mito de que 'homem não chora'.

"Só quem vive e sente isso pode explicar esse momento. É emocionante, digno de parabenizar as pessoas que sentem. O cara está indo competir, não é fraco porque chora, está emocionado, chorando diante de milhões de pessoas", afirmou.

"Falam que homem chora de fraqueza, mas é de emoção do ser humano, não se pode controlar uma emoção. Quem não chora, não mama", completou o lateral.

O volante Fernandinho, que se se mostrou mais contido que outros companheiros, deixou claro que essa emoção extravasada não prejudica a equipe.

"Nós, como seres humanos, podemos sentir emoções, por mais que seja um momento crítico. Mesmo assim, mantivemos a concentração numa hora decisiva, na hora dos pênaltis. Talvez a pessoa que mais tenha se concentrado tenha sido o Júlio César. Antes das cobranças, ele transmitiu confiança aos jogadores", concordou Fernandinho.

"Temos uma responsabilidade muito grande, estamos representando uma nação, 200 milhões de pessoas que, pelo futebol, podem ter alegria, um dia a dia melhor, viver melhor. Não é hora de trabalhar essa parte emocional. Todos sabem o que temos de fazer. É entrar em campo e justificar nossa presença aqui", resumiu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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