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Sem exaltar revanche, Dunga retoma postura equilibrada

27 mar 2015 - 07h16
(atualizado às 07h58)
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Quando Dunga reassumiu a Seleção Brasileira, ele fez questão de dizer que manteria uma postura mais equilibrada com a imprensa, já que aconteceram atritos em sua passagem anterior, entre 2006 e 2010. Desde então, foi possível perceber o esforço do técnico para se mostrar mais cauteloso nas declarações públicas. Ele tinha escorregado no ano passado, mas os jogos recentes na Europa lhe fizeram bem.

<p>Dunga tem recebido orientação para melhorar relacionamento com a Rede Globo</p>
Dunga tem recebido orientação para melhorar relacionamento com a Rede Globo
Foto: Charles Platiau / Reuters

Em Paris, Dunga provou como está mais controlado. Afinal, foi questionado diversas vezes sobre a derrota na final da Copa do Mundo de 1998, jogo no qual ele era o capitão do Brasil. O técnico poderia ter feito diversas declarações polêmicas ou se irritado com o assunto. Porém, respondeu seguidamente que não via o jogo como uma revanche e estava tranquilo.

Nem mesmo após a vitória ele disse que o jogo contra França foi diferente: "deu um gostinho especial porque temos que ganhar e fazer um bom jogo. E a equipe se comportou bem. Mas o que passou passou. Se você der uma carga de motivação a mais, além do jogo em si, pode ter o efeito contrário", afirmou, negando que tenha usado o jogo de 98 como forma de motivação para os jogadores.

Quando os assuntos eram diferentes, Dunga mostrou ainda mais disposição. Em várias oportunidades, após responder uma pergunta e esperar o tradutor repeti-la para os franceses, Dunga retomou a palavra e esclareceu ainda mais a questão. É um sinal de boa vontade com a imprensa que tem feito até os jornalistas ficarem surpresos.

O relacionamento com a Rede Globo, principal parceira da CBF, também era um risco para Dunga. Na primeira passagem, ele criou atritos por causa de treinos, entrevistas exclusivas e até em coletivas. No ano passado, na Ásia, chegou a entrar em uma discussão que envolveu Galvão Bueno e Tino Marcos.

Mas aparentemente tudo começou a melhorar. Antes do jogo contra a França, por exemplo, ele esteve no programa "Seleção Sportv", do canal pago da Globosat. Respondeu a diversas perguntas por mais de uma hora. Quem está por trás dessa mudança com a Globo é Gilberto Ratto, diretor de marketing, que tem ganhado cada vez mais espaço nas decisões da CBF.

Para não dizerem que só falei das flores: Dunga ainda deixa escapar algumas reclamações indiretas. Antes do jogo contra a França, ele disse que a derrota de 98 doeu mais do que a eliminação na Copa de 90. Ele disse que sempre foi considerado culpado por aquela derrota. "Até hoje me responsabilizam por isso", reclamou discretamente.

Depois, na mesma entrevista coletiva, ele cometeu um pequeno deslize e mostrou algum temor de ser novamente detonado pela opinião pública. Durante uma resposta, ele disse "Diego Costa" em vez de dizer "Douglas Costa". Não percebeu o engano em um primeiro momento, mas antes de sair do auditório fez questão de corrigir: "senão, amanhã os caras caem em cima de mim", reclamou de novo. Nada relevante, mas que mostra como ainda restam alguns vestígios do antigo Dunga no Dunga atual.

Fonte: Terra
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