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Vice-presidente de CPI diz que CBF tem de ser transparente

26 ago 2015 - 15h21
(atualizado em 27/8/2015 às 16h24)
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O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), vice-presidente da CPI do Futebol, é um dos parlamentares mais críticos quanto ao modelo de gestão financeira e administrativa da CBF. Não consegue digerir como a entidade se caracteriza pela falta de transparência e pelo desdém do fato de sua matéria prima, o futebol, ser patrimônio dos brasileiros.

Nesta entrevista ao Terra, por telefone,  ele falou de sua expectativa do trabalho de investigação no Senado e afirmou acreditar que ao fim da CPI o futebol do País encontre novos horizontes, com regras claras para sua entidade máxima, a CBF. Também explicou o motivo pelo qual apresentou requerimento nesta quarta para a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente da entidade José Maria Marin, preso na Suíça.

Terra - Qual a importância da CPI do Senado para a reestruturação do futebol brasileiro?

Paulo - É importante deixar claro que a CPI foi criada porque são muitas as denúncias contra a CBF, uma entidade muito fechada em seus negócios,  com um comando que não dá abertura para a transparência. Hoje nós sabemos que dirigentes da CBF participaram de atos ilegais na relação com a Fifa. A CPI quer desnudar tudo isso, abrir essa caixa preta, saber quem é quem na cúpula do futebol brasileiro.

Senador Paulo Bauer (PSDB_SC) é vice-presidente da CPI do Futebol
Senador Paulo Bauer (PSDB_SC) é vice-presidente da CPI do Futebol
Foto: Ascom Paulo Bauer / Divulgação

Já chegaram à CPI fatos relevantes que possam incriminar alguns dos dirigentes da CBF?

Estamos recebendo muito material, boa parte deles de alguns jornalistas. Nessa fase inicial, de instrução, estamos ouvindo bastante para que possamos abalizar nosso trabalho. Mas não classifico essa CPI como um instrumento punitivo. Antes de tudo, fundamental é estabelecermos novas regras para o futebol do País, com prioridade na transparência de suas ações.

E correto a CBF se valer de sua condição de instituição privada para não prestar esclarecimentos ao torcedor e ao universo do futebol?

Há várias empresas privadas no País, de capital aberto, que são fiscalizadas pelo CADE, pela CVM. O futebol é patrimônio cultural do povo brasileiro. Não que eu defenda a estatização da CBF. Mas ela tem de ser submetida a algum sistema de fiscalização, de controle. Não podem os seus negócios serem feitos às escuras. A CBF tem obrigação de ser transparente.

Na sua opinião, por que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, passou a ficar avesso a viagens internacionais, desde 27 de maio, quando um dos vices da entidade, José Maria Marin, foi preso na Suíça?

Ainda não me debrucei sobre isso. Vamos chegar a esse ponto, mas ainda temos três meses de CPI pela frente. Vamos de etapa em etapa.

Pode-se dizer que a CPI marcou posição e se mostrou disposta a ir fundo nas investigações com quebra do sigilo fiscal e bancário de Marco Polo Del Nero e do empresário Wagner Abrahao?

Essa medida ajuda a esclarecer algumas situações e, claro, foi muito importante. A CPI, muito bem conduzida pelo senador Romário (PSB- RJ), está muito empenhada em passar a limpo o futebol brasileiro. Disso, todos podem ter certeza. Vamos avançar.

Foi com essa finalidade. a de passar a limpo o futebol brasileiro, que o senhor apresentou requerimento nesta quarta pedindo também a quebra do sigilo fiscal e bancário de José Maria Marin?

Temos de verificar o recebimento de recursos de origem ilegal e averiguar crimes de fraude e lavagem de dinheiro, entre outros crimes que possam ter ocorrido durante o mandato dele como presidente da CBF. 

Romário quer informações para CPI com presos da Fifa:
Fonte: Silvio Alves Barsetti
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