Brasileira do tênis de mesa exalta polonesa amputada e mira semifinal
29 ago2012 - 09h01
(atualizado às 09h33)
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Danilo Vital
Direto de Londres
Uma das atletas que mais chamou a atenção nos Jogos Olímpicos de Londres pode entrar no caminho da brasileira Bruna Alexandre durante a Paralimpíada no tênis de mesa. Natália Partyka, polonesa que tem o braço direito amputado abaixo do cotovelo, pode complicar a busca por medalha na capital britânica. Apontada como um dos destaques da delegação brasileira, a jovem mesatenista analisou as chances contra a adversária: "vai ser difícil".
"Ela joga sério mesmo. Se for para dar 11 a 0, ela vai para cima. Ela é muito mais forte, mas nunca se sabe. Tudo pode acontecer", analisou a brasileira, após treinamento no centro de convenções Excel, local de competição do tênis de mesa. "Ela é muito forte e vai ser muito difícil. Está muito preparada, ficou entre as 30 melhores do mundo na Olimpíada", disse.
Nos Jogos de Londres, Natália Partyka chegou à quarta rodada, sendo derrotada pela holandesa Jie Li. Ela também havia competido nos Jogos de Pequim 2008. Em Paralimpíadas, acumula três medalhas: ouro individual em Atenas 2004 e Pequim 2008, além de prata na competição por equipes na China. Apesar disso, Bruna, que tem conseguido medalhas em opens internacionais, mira pelo menos a semifinal.
"Espero que eu consiga chegar à semifinal. Se eu tiver a concentração necessária, acho que consigo", apontou a atleta, que teve o braço direito amputado pouco abaixo do ombro na infância, consequência de uma trombose por conta de uma injeção mal aplicada. Em Londres, disputará sua primeira Paralimpíada, e foi apontada como forte candidata ao pódio pelo coordenador do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), José Ricardo Rizzone.
"A Bruna tem chance boa de medalha, mas tem a Natália na classe 10, e ela é hors concour", disse o dirigente. "A Natália nem chegou aqui ainda porque perdeu nas quartas de final de uma etapa do Pro Tour na China neste final de semana. É sempre a atleta do ano na Polônia. É uma das melhores, realmente", complementou.
Seleção Brasileira de futebol de cinco treina para os Jogos Paralímpicos de Londres, que começam nesta quarta-feira, ciente de que vai ser difícil manter a hegemonia
Foto: Fernando Borges / Terra
Com duas medalhas nas únicas edições em que o futebol de cinco esteve presente no programa das Paralimpíadas, equipe busca subir mais uma vez no lugar mais alto do pódio
Foto: Fernando Borges / Terra
Fórmula para repetir o sucesso tem alguns ingredientes: conscientização, trabalho duro e "boleiragem"
Foto: Fernando Borges / Terra
A pressão sobre os atletas totalmente cegos é maior na capital britânica porque o sucesso de Atenas 2004 e Pequim 2008 os credenciou
Foto: Fernando Borges / Terra
"Está todo mundo esperto com a gente", afirmou o ala Ricardinho, eleito o melhor do mundo em 2006 e destaque constante da equipe
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"Temos que ter o pensamento de que vai ser cada vez mais difícil, e é verdade, porque se é complicado ganhar um ouro, mais ainda é mantê-lo", diz Ricardinho
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Prova disso, segundo o atleta, foi a dificuldade enfrentada já em Pequim 2008, na segunda edição do futebol de cinco na Paralimpíada; Brasil foi campeão vencendo a China no fim
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"A equipe favorita sempre tem mais responsabilidade, os rivais dão mais vontade para conseguir nos bater. A gente tem que estar ciente, e está sendo assim", diz Ricardinho
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Presente nas duas campanhas do título, o goleiro Fábio Luiz Vasconcelos - que não possui deficiência física - apontou um fator extra ao comentar a relação entre os jogadores: a boleiragem
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Os jogadores cegos têm a mesma postura, o que deve ajudar a equipe em quadra
Foto: Fernando Borges / Terra
"É a mesma coisa. Eles fazem brincadeira um com o outro, enchem o saco", diz Fábio, aos risos
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Durante o treinamento desta terça-feira, em Chigwell, a reportagem do Terra pôde presenciar o clima descontraído dos atletas
Foto: Fernando Borges / Terra
Durante as pausas nas atividades físicas, por exemplo, alguns deles se provocavam com chutes, aos risos, ou tentando "laçar" uns aos outros com equipamentos de treino
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É apelido, historinha, música de um para o outro. É uma zona", complementou Fábio, se divertindo com os colegas
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Competição do futebol de cinco em Londres acontecerá entre 31 de agosto e 8 de setembro
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Brasil está no Grupo A, ao lado de China, França e Turquia; no Grupo B, estão Argentina, Grã-Bretanha, Irã e Espanha
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Apenas os dois melhores de cada chave avançam; jogos serão disputados na Riverbank Arena