Campeão de montaria também trabalha como eletricista
Há caubóis que vivem exclusivamente de montaria em touros. Outros, no entanto, unem outra profissão ao esporte. Caso Júlio Henrique Matozinho, de Promissão (SP). Quando está competindo, deixa de lado a profissão que escolheu para a vida, a de eletricista. Único caubói prata da casa da 37ª Festa do Peão de Promissão, parte de sua renda vem de fora das arenas.
"Comecei trabalhar com 11 anos e, aos 24, meu pai faleceu e eu tive que assumir a empresa", disse Matozinho, que tem três funcionários e trabalha de segunda a quarta-feira fazendo instalações de rede elétrica.
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O atleta iniciou nas montarias em touros aos 21 anos, influenciado pelo irmão, que já participava de competições. Desde então, conquistou o bicampeonato do rodeio de Araçatuba (SP) e seis motos, além de premiações em dinheiro. Hoje, com 30 anos, tem duas filhas e explica o motivo de manter o trabalho de eletricista. "O fato de eu ter uma renda fixa faz com que eu vá aos rodeios com a cabeça mais tranquila, sem aquela pressão financeira, comum entre os peões que só sobrevivem exclusivamente do rodeio".
Ainda sobre as duas profissões, Matozinho disse separar os ganhos. "O que eu ganho como eletricista é para me manter, meu sustento. Já o dinheiro do rodeio uso para aquisição de bens", diz.
Além disso, de acordo com o competidor, uma atividade ajuda a combater o estresse da outra. "Tem semana que não vejo a hora de chegar no rodeio para aliviar o estresse que, às vezes, passo como eletricista. Em outras, volto chateado da montaria por não ido bem. O serviço de eletricista ajuda a passar esse sentimento. Uma profissão completa a outra", afirma.
Na noite de ontem, 9, no rodeio de Promissão, Matozinho conseguiu suportar os oito segundos, e foi muito aplaudido pelo público no primeiro dia de montarias da Copa Brahma Barretos. No total, são 30 atletas competindo pelo título da etapa.
