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Copa das Confederações

Uso do Castelão divide Fortaleza e gera polêmica por ciúme em rivais

Ceará, além do Ferroviário, utilizará a Arena Castelão após a Copa das Confederações. Em meio a reclamações, Fortaleza será a salvação do Presidente Vargas

19 jun 2013 - 11h01
(atualizado às 11h01)
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<p>Arena Castelão iluminada para treinamento do México, na terça-feira, em Fortaleza</p>
Arena Castelão iluminada para treinamento do México, na terça-feira, em Fortaleza
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

A Arena Castelão, que recebe Brasil x México nesta quarta-feira, em Fortaleza, não deverá comportar os dois maiores clubes cearenses quando for devolvida pela Fifa depois da Copa das Confederações. O enredo que leva o Ceará ao Castelão e o rival Fortaleza ao Estádio Presidente Vargas, mais acanhado, inclui a rejeição da própria torcida tricolor ao estádio mais moderno. Mas acima de tudo acusações de privilégio ao Ceará, atualmente na Série B do Campeonato Brasileiro.

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Sócios da empresa G7/Galvão, operadora da Arena Castelão, são ligados ao clube alvinegro. Alexandre Frota é ex-presidente do Ceará e Pedro Filomeno Neto é conselheiro. Dirigentes do Fortaleza ainda reclamam de Ferruccio Feitosa, secretário especial da Copa 2014, e torcedor alvinegro. A pedido da CBF, ele convidou a equipe Sub-20 do Ceará para enfrentar os reservas da Seleção Brasileira na última segunda. E o Fortaleza, atual campeão estadual da categoria, reclamou.

"Sabe o que acontece? Na Arena Castelão há muito dinheiro público. E o tratamento aos clubes deveria ser igual, mas não é", afirma Fabio Mota, diretor de marketing e relações públicas do Fortaleza. "O envio da minuta do contrato, por exemplo. Foi enviado ao Ceará e não para o Fortaleza. Precisamos insistir muito para receber. No show do Paul McCartney (no começo de maio), eles receberam os camarotes e o Fortaleza não", explica.

Tão decisivo quanto os supostos privilégios ao Ceará, admite Fabio, foram os protestos da torcida do Fortaleza. Ou, como ele diz, "com público diminuto nos dando recado". Dentre seis jogos realizados no Castelão no primeiro semestre, em quatro a direção tricolor aponta prejuízo. Fruto, segundo o dirigente, de pouca identificação com o Castelão. "Com todos os manifestos, a gente recuou. Nossa torcida cobra muito".

Ouvido pelo Terra, Robinson de Castro, vice-presidente do Ceará, nega haver privilégios. Diz não negociar com Pedro Filomeno e Alexandre Frota. "O contrato do Fortaleza era igual ao deles e assinamos. Na minha opinião nossa torcida é recorde de público e por isso comporta mais torcedores no estádio", alfineta.

Descartada a possibilidade de jogar na Arena Castelão, o Fortaleza se encaminha para um acerto com a prefeitura da capital, proprietária do Estádio Presidente Vargas. Localizado mais próximo ao centro da cidade, tem capacidade para pouco mais de 20 mil torcedores. O contrato, de quebra, resolve um problema para o poder público. O destino do PV era incerto caso os dois clubes grandes fechassem com o Castelão.

Há dois meses, a prefeitura de Fortaleza batia cabeça para tentar descobrir o que fazer com o Presidente Vargas, recentemente reformado a R$ 55 milhões e com custos de manutenção. "Nós vamos arrendar nos mesmos moldes do Engenhão (com Botafogo), com participação da prefeitura. Lá os preços são menores, queremos fazer ações sociais em conjunto e levar a secretaria de esportes", diz Fabio. "Lá vai ser a Arena Tricolor".

O Terra tentou ouvir a empresa G7/Galvão, mas não teve sucesso nas ligações para os proprietários.

Castelão é o estádio mais barato da Copa das Confederações*
Estádio Valor da obra Preço por assento
Mané Garrincha (DF) R$ 1,202 bi R$ 16,93 mil
Maracanã (RJ) R$ 1,015 bi R$ 12,88 mil
Arena Pernambuco (PE) R$ 500 mi R$ 10,87 mil
Mineirão (MG) R$ 677 mi R$ 10,75 mil
Arena Fonte Nova (BA) R$ 591 mi R$ 10,55 mil
Arena Castelão (CE) R$ 518 mi R$ 8,5 mil

* Dados da Controladoria Geral da União (CGU)

Fonte: Terra
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