Chana repensa adeus da Seleção e diz que joga 2012 com Soubak
17 dez2011 - 09h01
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Felipe Held
Direto de São Paulo
Uma das jogadoras mais queridas da Seleção Brasileira feminina junto ao público seguirá pelo menos mais um ano representando o handebol do País. Animada com a possibilidade de disputar mais uma edição dos Jogos Olímpicos, e desta vez com chances de uma medalha inédita, a goleira Chana anunciou nesta sexta-feira que seguirá no elenco para Londres 2012, desde que o técnico Morten Soubak continue à frente da equipe nacional. E o dinamarquês pareceu dar o sinal verde para a sequência do trabalho.
Chana evitava falar em Olimpíada enquanto o Brasil se mantinha com chances de brigar ao menos pelo pódio do Campeonato Mundial feminino de handebol. Tanto que a veterana goleira, que completará 33 anos neste domingo, dizia que não saberia se seguiria no grupo para Londres. Mas a boa campanha da Seleção no torneio disputado em São Paulo motivou a permanência.
"Vale a pena continuar", disse Chana depois da vitória por 32 a 31 sobre a Croácia, na última sexta, que garantiu a Seleção na disputa do quinto lugar do Mundial e o melhor resultado do Brasil na história do torneio. A decisão da goleira, porém, havia sido tomada antes mesmo do triunfo.
"Logo depois da nossa derrota para a Espanha, nas quartas de final, tive uma conversa muito boa com o Morten. E ali ficou decidido: se ele seguir na Seleção para 2012, eu também fico", apontou Chana, lembrando que o dinamarquês ainda não está garantido para a Olimpíada de Londres.
Apesar de ter comandado a Seleção feminina a um resultado inédito em um Mundial de handebol, Soubak deverá enfrentar certos questionamentos da alta cúpula esportiva. Antes de o torneio ter início em São Paulo, aliás, membros do Ministério do Esporte haviam pedido para que as jogadoras conseguissem pelo menos um pódio neste final de dezembro.
Mas o dinamarquês, que assumiu o comando da Seleção em 2009 para o clico olímpico, está tranquilo. A permanência, embora não confirmada, é mais do que provável, uma vez que Soubak tem o aval das jogadoras e conseguiu resultados expressivos ao longo do Mundial. Tanto que o treinador, questionado sobre a permanência, não hesitou para responder. "Nos vemos em Londres", concluiu, sorridente.
A derrota da Seleção Brasileira feminina de handebol nesta quarta-feira, em pleno Ginásio do Ibirapuera, resgatou uma série de derrotas "obscuras" do Brasil em casa atuando pelos mais variados esportes. Confira a seguir os mais dolorosos reveses da história esportiva do País, desde o fatídico "Maracanazzo", pela Copa do Mundo de 1950, até a triste despedida de Janeth, no Pan de 2007:
Foto: AP / Getty Images / Edson Lopes Jr / Terra
1950 - Brasil 1 x 2 Uruguai (Futebol): A Seleção de 1950 encantava o mundo na Copa e precisava de apenas um empate contra o Uruguai para erguer a taça, diante de um Maracanã lotado por quase 200 mil pessoas. Entretanto, o time visitante venceu por 2 a 1, de virada, conquistando o Mundial em partida que ficou conhecida como "Maracanazzo"
Foto: AP
1990 - Brasil 2 x 3 Itália (Vôlei): Pela semifinal do Mundial de vôlei masculino, a Seleção Brasileira sucumbiu frente ao bom time italiano por 3 a 2, com emocionantes 15 a 13 no tiebreak, em uma das mais frustrantes derrotas da história do vôlei no País
Foto: AP
1994 - Brasil 0 x 3 Cuba (Vôlei): A equipe feminina brasileira também sofreu uma dolorosa derrota em casa quatro anos depois. Invicta até a decisão, as atletas do Brasil foram massacradas por Cuba por 3 a 0, com parciais expressivas de 15/2, 15/10 e 15/5
Foto: AP
1995 - Brasil 1 x 3 Itália (Vôlei): Pela decisão da Liga Mundial de vôlei masculino, o Brasil encarou novamente o bom time italiano em casa e, de novo, sofreu o revés. Desta vez, os europeus aplicaram sonoros 3 a 1, com parciais de 15/12, 7/15, 15/9 e 15/12
Foto: AP
1998 - Brasil 0 x 1 Argentina (Futebol): Foi o último amistoso antes da Copa do Mundo de 1998, na França. Atuando em um Maracanã lotado, o meia Raí começou o clássico como titular, mas acabou vaiado pelos torcedores e, posteriormente, sacado pelo técnico Zagallo, que optou por não levá-lo ao Mundial
Foto: AP
2002 - Brasil 1 x 3 Rússia (Vôlei): Atual campeão da Liga Mundial masculina, o Brasil teve a Rússia pela frente na decisão de 2002, em jogo teoricamente fácil, uma vez que os brasileiros haviam vencido por 3 a 0 por uma fase anterior. Entretanto, sucumbiram por 3 a 1 na decisão e deram adeus ao caneco
Foto: Getty Images
2002 - Brasil 0 x 1 Paraguai (Futebol): Na despedida do técnico Luiz Felipe Scolari, no primeiro jogo da Seleção após o penta, os paraguaios estragaram a festa e venceram por 1 a 0, em Fortaleza, no que foi uma "carimbada" dos vizinhos sul-americanos na faixa de campeão mundial dos brasileiros
Foto: Getty Images
2006 - Brasil 76 x 88 Austrália (Basquete): Pela semifinal do Mundial de basquete feminino, realizado no Brasil em setembro de 2006, a Seleção decepcionou e tropeçou diante da Austrália por 88 a 76, dando adeus à disputa pelo ouro - e também do bronze, uma vez que perdeu para os EUA na disputa pelo terceiro lugar
Foto: AP
2007 - Brasil 2 x 4 Equador (Futebol): A Seleção Sub-17 decepcionou nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro de 2001 e deu adeus ao sonho do título ainda na primeira fase, após ser derrotada por 4 a 2 pelo Equador. A equipe chegou a ser chamada de "timinho" pelos torcedores presentes no Maracanã
Foto: Getty Images
2007 - Brasil 2 x 3 Cuba (Vôlei): A Seleção Brasileira de vôlei feminino voltou a falhar nos momentos decisivos e deixou escapar a medalha de ouro no Pan do Rio, após sucumbir por 3 a 2 contra as rivais cubanas na decisão, com placares de 25/27, 25/22, 22/25, 34/32 e 17/15. O Brasil desperdiçou seis match points no duelo
Foto: Getty Images
2007 - Brasil 66 x 79 Estados Unidos (Basquete): Na despedida da ala Janeth, ídolo do basquete feminino brasileiro, os Estados Unidos mancharam a festa com uma vitória por 79 a 66 na decisão dos Jogos Pan-Americanos, que deu ao Brasil apenas a medalha de prata na competição
Foto: Getty Images
2009 - Brasil x Equador (Tênis): Pela repescagem da Copa Davis de 2009, o time brasileiro de tênis abriu o placar com uma vitória de Marcos Daniel contra Giovanni Lapentti, mas perdeu os três duelos seguintes contra o Equador, em casa, e viu os rivais voltarem a figurar entre os 16 países do Grupo Mundial
Foto: Getty Images
2011 - Brasil 26 x 27 Espanha (Handebol): Pelas quartas de final do Mundial de Handebol, realizado no Ginásio do Ibirapuera, a Seleção Brasileira feminina liderada pela goleira Chana foi eliminada pela Espanha, ao perder sua invencibilidade na competição com uma derrota por 27 a 26