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Mundo

Chávez rompe relações com Colômbia após sessão da OEA

22 jul 2010 - 14h43
(atualizado às 17h10)
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira que seu governo rompeu relações diplomáticas com a Colômbia, depois que este país reiterou diante da OEA suas acusações sobre a presença de líderes guerrilheiros colombianos em território venezuelano.

Chávez cumprimenta o ex-jogador e treinador argentino Diego Maradona no Palácio de Miraflores, em Caracas
Chávez cumprimenta o ex-jogador e treinador argentino Diego Maradona no Palácio de Miraflores, em Caracas
Foto: AP

"Anuncio com uma lágrima no coração: a Venezuela rompe a partir deste momento todas as relações com o governo da Colômbia", anunciou o presidente em uma declaração a jornalistas no palácio de Miraflores.

"Nos sobra, por dignidade, romper totalmente as relações diplomáticas com a irmã Colômbia e isso produz uma lágrima no meu coração", disse Chávez.

Além disso, o presidente disse que ordenou "alerta máximo" na fronteira e advertiu sobre o risco do presidente colombiano Álvaro Uribe, movido por seu "ódio à Venezuela", optar por uma ação militar nessa região.

Chávez fez o anúncio perante as câmaras, acompanhado de Maradona. "Esperemos que o presidente eleito (Juan Manuel Santos) contribua para que se retome o caminho da razão na Colômbia e que contribua para que não ocorram coisas mais graves nos próximos dias", disse Chávez.

"Uribe é uma ameaça a paz antes de entregar o governo porque é capaz de qualquer coisa, inclusive de mandar montar um acampamento falso na Venezuela para bombardeá-lo e provocar uma guerra", disse o governante venezuelano.

Chávez explicou que tomou a decisão de romper relações após escutar os "agravos e as ingerências" nas quais, na sua opinião, Luis Alfonso Hoyos, embaixador colombiano perante a OEA, incorreu.

O presidente insistiu que confia que Santos, apesar das diferenças ideológicas, tenha um talento construtivo e de respeito que permita reuniões conciliatórias assim que assumir o cargo, no dia 7 de agosto.

Ao mesmo tempo em Washington o Conselho Permanente da OEA concluía a sessão extraordinária solicitada pela Colômbia na qual o embaixador da Venezuela, Roy Chaderon, tachou de "mentira evidente" e "maliciosa" a denúncia sobre a presença de guerrilhas em seu território.

Previamente Hoyos expôs as provas que a Colômbia diz ter de que há chefes guerrilheiros no país vizinho. Chaderon qualificou as denúncias de "circo midiático" e "montagem".

As relações colombo-venezuelanas atravessam uma nova crise desde que na semana passada o governo colombiano adiantou as denúncias apresentadas hoje, embora na realidade elas estivessem "congeladas" há um ano por decisão da Venezuela.

EFE   
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