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Com carnaval e "atletas", Parada Gay de Montreal confronta polêmica russa

18 ago 2013 - 15h59
(atualizado às 17h15)
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A situação dos homossexuais na Rússia e as polêmicas declarações da saltadora Yelena Isinbayeva foram um dos pontos confrontados neste domingo pela Parada do Orgulho Gay de Montreal, realizada no centro da cidade canadense. Além da celebração dos direitos dos gays e do protesto contra os países em que há opressão, o desfile no Boulervard René-Levesque levou uma multidão às ruas com Carnaval brasileiro e a presença de esportistas.

“Aqui a Parada Gay não tem cunho comercial e serve como protesto aos outros países que não respeitam os direitos dos homossexuais. Aqui, há muita liberdade, mas em países como a Rússia, não”, explicou Rodrigo Santos, de São Paulo, que mora em Montreal e integrou uma partida de vôlei a céu aberto. A rede, fixada em bases móveis, era levada pela avenida enquanto os atletas, com camisas da Seleção Brasileira e do Peru, divertiam o público.

<p>Participante sugere boicote aos Jogos Ol&iacute;mpicos de Inverno de Sochi, na R&uacute;ssia</p>
Participante sugere boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia
Foto: Danilo Vital / Terra

Brasileiros também marcaram presença com uma bateria ao estilo das escolas de samba, animando o desfile e com passistas com fantasias que remetem ao Carnaval à frente. O clima foi de festa, mas os protestos estiveram lado a lado. Alguns participantes exibiram cartazes – inclusive colados a carros – com menções à Rússia e aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, um dos focos do evento.

Isso porque o parlamento russo aprovou, em junho, uma lei que proíbe “propagar relações sexuais não-tradicionais” e impõe multas a quem promover passeatas como a realizada em Montreal neste domingo. O assunto virou polêmica internacional e afetou a realização do Mundial de Atletismo, em Moscou. Próxima sede olímpica de inverno, a Rússia recebeu pedidos de esclarecimentos por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Até Yelena Isinbayeva, maior expoente esportivo do país, se envolveu ao se declarar favorável à proibição da propaganda gay. Na sexta-feira, ela se desculpou pelas declarações e afirmou se tratar de um mal-entendido causado pelo fato de ter dado a entrevista em inglês, que não é a sua língua materna. Vários outros atletas se posicionaram sobre o assunto e duas atletas - Kseniya Ryzhova e Tatyana Firova – comemoraram a vitória no revezamento 4x400 m com um beijo no pódio.

<p>Rob&ocirc;s representando a feira Comic Con participam da Parada Gay de Montreal</p>
Robôs representando a feira Comic Con participam da Parada Gay de Montreal
Foto: Danilo Vital / Terra

Montreal, que durante a semana sediou o Mundial Paralímpico de Natação, não viu polêmicas sobre o assunto. Mas os protestos não deixaram de entrar em pauta durante a festiva passeata. A celebração dos direitos dos homossexuais uniu os mais diversos setores da sociedade, incluindo participantes da Comic Com, que mandaram ao evento três participantes vestidos de robôs – personagens de jogos e filmes – para endossar a causa. O cosplay foi usado a favor das liberdades individuais.

O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte: Terra
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