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Com mesma equipe, desempenho do Brasil ainda é diferente da Copa das Confederações

19 jun 2014 - 21h11
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Campeã da Copa das Confederações com autoridade, a seleção brasileira iniciou o Mundial com um estilo de jogo diferente e com alguns jogadores longe da boa forma mostrada há um ano, o que tem deixado a torcida aflita.

Atacante brasileiro Neymar em jogo contra o México.
Atacante brasileiro Neymar em jogo contra o México.
Foto: Francois Xavier Marit / Reuters

Nas duas primeiras partidas da Copa do Mundo, contra Croácia e México, o Brasil não conseguiu exercer a pressão na saída de bola do adversário que levou o time a marcar gols antes dos 10 minutos em três de cinco confrontos na Copa das Confederações, contra Japão, México e Espanha, apesar de atuar com a mesma equipe.

"Hoje as seleções entram para jogar contra o Brasil respeitando muito e se defendendo muito. Na Copa das Confederações não foi dessa maneira e a gente conseguia um gol no início que ajudava muito, porque forçava os outros times a sair", disse o goleiro Julio Cesar em entrevista coletiva nesta quinta-feira no centro de treinamento da Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

Na estreia do Mundial, há uma semana, em vez de marcar no começo, a seleção brasileira saiu perdendo com um gol contra de Marcelo e precisou de um gol de Neymar para empatar a partida e de um pênalti polêmico em Fred para virar o marcador. O meia Oscar fez 3 x 1 nos acréscimos.

Diante nos mexicanos, na terça-feira, os brasileiros ficaram no 0 x 0 depois de encontrarem dificuldades na armação das jogadas e também no ataque. O técnico Luiz Felipe Scolari, no entanto, acredita que a seleção está evoluindo.

"Na minha opinião o time jogou melhor do que contra a Croácia, evoluiu no mínimo 10 por cento", disse o treinador após o empate sem gols, quando questionado sobre a atuação da equipe.

"O meu time tem evoluído e com possibilidade ainda de uma melhora... Então eu estou satisfeito, fiquei feliz com o que eu vi, até porque nós temos a mania de achar que os outros não jogam nada."

QUEDA NO DESEMPENHO

Uma outra grande diferença em relação ao time que ganhou a Copa das Confederações com cinco vitórias na mesma quantidade de partidas, incluindo os 3 x 0 na final contra a atual campeã mundial Espanha, eliminada da Copa ainda na primeira fase após duas derrotas, é o desempenho de alguns jogadores.

Fundamental na campanha de 2013, o volante Paulinho não tem atacado com a mesma eficiência e também parece lento na marcação, depois de trocar há um ano o Corinthians pelo inglês Tottenham, onde chegou a ficar na reserva em alguns jogos.

Paulinho disse ter se sentido "bem melhor" contra o México, em comparação com a estreia, mas ainda longe de suas atuações passadas com a camisa da seleção.

Oscar, que fez uma boa partida contra a Croácia, voltou a cair de produção diante dos mexicanos, assim como havia feito nos amistosos preparatórios para o Mundial.

Nas laterais, Daniel Alves e Marcelo mostraram problemas na marcação, principalmente no jogo de abertura, enquanto o atacante Fred --artilheiro do torneio há um ano--, muito parado, dificulta as investidas de Neymar, a maior esperança brasileira no Mundial em casa e eleito o melhor jogador da Copa das Confederações.

O desempenho inferior do Brasil nestes primeiros jogos parece ter contagiado a torcida. Apesar de manter a iniciativa de cantar o hino à capela, como no torneio do ano passado, ela foi morna em alguns momentos na estreia, em São Paulo, e na segunda rodada, em Fortaleza, chegou a ser superada nos cantos pelos mexicanos.

Depois da partida de terça-feira, a torcida ficou decepcionada, não só pela ausência de gols, mas também porque achava que o México seria um adversário mais fácil, depois das vitórias sobre a Espanha e o próprio México no ano passado.

"É o que a gente espera (voltar a jogar como na Copa das Confederações). Para nós mesmos, acho que foram dois jogos diferentes daquilo que o torcedor brasileiro estava acostumado, que a seleção brasileira deixou como impressão depois da Copa das Confederações, mas foram dois jogos que serviram de maturidade", explicou Julio Cesar.

"No decorrer da competição esse grupo ainda vai atingir aquilo que a gente almeja e o que o torcedor almeja", acrescentou o goleiro, visto com desconfiança antes do torneio, por ter ficado um período sem jogar e por estar atuando no modesto Toronto, mas que teve atuações seguras até agora.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca, em Teresópolis)

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