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Aos 99, "louco" mais antigo lembra 1º Corinthians x Chelsea

21 abr 2014 - 07h58
(atualizado às 17h03)
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<p>Antônio Risaliti exibe o passaporte número 1 do Corinthians</p>
Antônio Risaliti exibe o passaporte número 1 do Corinthians
Foto: André Regi Esmeriz / André Regi Esmeriz - Especial para o Terra

Fundado no dia 1º de setembro de 1910, o Corinthians viveu, ao longo de seus quase 104 anos, momentos de alegria - campeão do Mundial de Clubes da Fifa, da Copa Libertadores, do Campeonato Brasileiro, entre outros - e também de tristeza - rebaixamento para a Série B em 2007. E o clube passou por tudo isso tendo sempre ao lado sua fiel torcida. Poucos, porém, viveram tão intensamente essa história como Antônio Risaliti, que esteve presente, inclusive, no primeiro duelo contra o Chelsea, em 1929.

Os poucos cabelos brancos e as várias rugas espalhadas pelo corpo refletem tudo o que ele viveu durante seus 99 anos - completados na quarta-feira da semana passada. Natural do bairro Bom Retiro, Risaliti virou sócio no dia 2 de abril de 1929 e desde então tem o Corinthians como a sua grande paixão. E não é para menos. São 85 anos destinados ao clube alvinegro.

"Foi um presente de aniversário do meu tio (Colombo Burgione), que havia acabado de chegar da Itália. Ele chegou com os documentos do título e me entregou, dizendo: 'agora você é um corintiano de verdade'", contou Risaliti em entrevista ao Terra.

Se engana, porém, quem acha que a ajuda de Risaliti ao Corinthians ficou destinado apenas às arquibancadas, junto com o "bando de loucos". Não é a toa que ganhou o título de Sócio Benfeitor Remido - algo oferecido apenas para pessoas que notoriamente possuem serviços prestados ao clube. Em 1943, ele defendeu as cores alvinegras como jogador de bola ao cesto (hoje chamado de basquete).

Sócio mais antigo do Corinthians, Antônio Risaliti foi convidado, em 2011, pelo então presidente Andrés Sanchez, para um almoço na sede do clube. Na companhia de seus netos, todos eles corintianos, recebeu das mãos do ex-mandatário alvinegro o passaporte número 1 da República Popular do Corinthians, certidão de nascimento e carteira de identidade. Essa foi uma ação desenvolvida pelo departamento de marketing do clube, que também presenteou outros torcedores de destaque, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Recebi uma carta do Andrés Sanchez me convidando para um almoço e dizendo que eu receberia algo do Corinthians. Fui com os meus netos, e chegando lá ele me deu o passaporte e outros documentos", lembrou Risaliti.

Jornal de 1929 depois do jogo entre Corinthians e Chelsea
Jornal de 1929 depois do jogo entre Corinthians e Chelsea
Foto: André Regi Esmeriz / André Regi Esmeriz - Especial para o Terra
Quantas lembranças

Diferente do que muitos imaginam, a vitória sobre o Chelsea, por 1 a 0, na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, não foi a primeira partida realizada entre os dois clubes ao longo da história. No dia 5 de julho de 1929, o Corinthians recebeu os ingleses na capital e, em uma partida muito equilibrada, ficou no empate por 4 a 4.

"Aquele time formado por Tuffy, Grané, Debbio, Nerino, Guimarães, Leone, Apparicio, Perez, Gambinha, Rato e De Maria também foi tricampeão paulista (28,29 e 30). Mas ninguém sabia que o Corinthians já havia jogado contra o Chelsea. Isso aconteceu e eu estava lá (estádio)", afirmou Risaliti, mostrando uma cópia do jornal do dia seguinte, com o relato da partida.

Com algumas limitações devido à idade, Risaliti não frequenta um estádio desde 1999 e vem acompanhando as partidas apenas pela televisão. Mesmo diante de tantas dificuldades, procura sempre ficar próximo ao clube, tanto que ele, sempre na companhia de seus netos, passou sete dias em alto mar no Cruzeiro do Corinthians em 2011.

Risa, como é chamado pelos amigos, deixou São Paulo com destino a Campinas em 1960 para tomar conta de algumas fábricas da família, mas nem por isso se esqueceu do Corinthians, mesmo tendo virado sócio e conselheiro da Ponte Preta. Camisas, flâmulas, canecas, fotos, certificados, documentos e muito mais estão espalhados por toda sua residência - mostrando que, apesar da distância, o amor pelo clube do Parque São Jorge continua o mesmo de 85 anos atrás.

Fonte: André Regi Esmeriz - Especial para o Terra André Regi Esmeriz - Especial para o Terra
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