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Com dois expulsos, Corinthians perde para o Guaraní e está eliminado

14 mai 2015 - 00h47
(atualizado às 00h49)
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O Corinthians está eliminado da Copa Libertadores da América. No jogo em que precisava marcar dois gols para ao menos promover uma disputa de pênaltis com o Guaraní, o time de Tite teve dois jogadores expulsos. O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Jadson receberam o cartão vermelho do árbitro Enrique Osses na noite desta quarta-feira, em Itaquera, onde os mandantes caíram por 1 a 0 diante dos paraguaios. Fernández selou o mata-mata com um gol nos acréscimos.

Apesar de ter feito um primeiro tempo bem diferente de suas últimas apresentações, o Corinthians não conseguiu pagar a dívida da apatia da derrota por 2 a 0 no Paraguai. No segundo, quando Tite apostou nas entradas de Stiven Mendoza e Danilo nos lugares do novato Malcom (que fazia boa partida) e do zagueiro Felipe, o Guaraní soube usufruir do desespero da equipe brasileira.

Os paraguaios agora enfrentarão o vencedor do confronto entre Racing e Wanderers - o jogo de volta será nesta quinta-feira, na Argentina, após empate por 1 a 1 no Uruguai. Já o Corinthians, que colecionou a sua segunda eliminação consecutiva em Itaquera (havia caído nas semifinais do Campeonato Paulista para o Palmeiras), agora precisará se conformar com o Campeonato Brasileiro. Jogará contra a Chapecoence na noite de sábado, em Araraquara.

O jogo - Ao contrário da maioria da torcida do Corinthians, que já havia esboçado sofrimento (com comemoração ao final) até na disputa por pênaltis entre Cruzeiro e São Paulo, os jogadores do Guaraní não pareciam muito preocupados com a partida decisiva desta noite.

A delegação paraguaia conheceu o gramado de Itaquera apenas uma hora antes de reencontrar o Corinthians, já que teve problemas para embarcar para o Brasil e só chegou de madrugada. Quando pisaram em campo, os atletas visitantes sacaram os seus telefones celulares e começaram a tirar fotografias do estádio que sediou a Copa do Mundo passada.

O Corinthians partilhava da tensão de sua torcida. Assim que o jogo começou, ainda com intenso foguetório do lado de fora do estádio, o lateral direito Fagner não economizou disposição para ficar com a bola. Paolo Guerrero seguiu o exemplo, porém cometeu falta e já foi punido com um cartão amarelo.

Iniciava ali a impaciência do público corintiano com Enrique Osses. Tentando não se importar com o árbitro chileno, como pede Tite, o Corinthians passou a usar as suas armas para sufocar o Guaraní. A mais nova delas era justamente uma aposta do treinador, o jovem Malcom, que ganhou a vaga do punido Emerson por sua atuação diante do Cruzeiro.

Com a experiência de um veterano (após orar com os braços bastante erguidos, como se festejasse um gol, antes de a bola rolar), Malcom se tornou a válvula de escape do Corinthians nos primeiros minutos. Aos cinco, ele acionou Fábio Santos do lado esquerdo. Jadson arrematou o cruzamento do outro lado, e o goleiro Aguilar defendeu.

As oportunidades de gol do Corinthians se avolumaram. Pouco depois, foi Guerrero quem cruzou da direita para Malcom emendar de primeira na esquerda. Elias não chegou a tempo de completar para a rede. Na sequência, o novato se empolgou e chutou a bola no lado externo da rede em vez de servir seus companheiros dentro da área.

Pelo Guaraní, a estratégia era um mero reforço do que havia se visto no Paraguai - tentar ser seguro na defesa e escapar em contra-ataques quando possível. Desta vez, no entanto, o Corinthians não demonstrava apatia. E Santander tinha dificuldades para se manter em pé no gramado molhado de Itaquera.

A defesa do Guaraní ao menos estava sólida - e valorizava bem a posse de bola, para irritação dos corintianos -, o que forçava o time de Tite a fazer consecutivos cruzamentos. Quando Guerrero apareceu com liberdade na entrada da área, aos 37, a grande chance foi desperdiçada com uma conclusão em cima de Aguilar.

Para Tite, tamanha pressão foi insuficiente - afinal, o Guaraní manteve a vantagem construída no jogo de ida até o intervalo. Enquanto alguns torcedores brigavam e eram abafados com gritos de "Corinthians", o técnico preparou as entradas do colombiano Stiven Mendoza e do veterano Danilo no segundo tempo. Saíram Malcom e o zagueiro Felipe.

A intenção de Tite foi abalada já aos sete minutos. Fábio Santos dividiu uma bola com um pouco mais de rispidez, e, para revolta generalizada do lado do Corinthians, viu o cartão vermelho de Enrique Osses. Justamente ou não, ele se juntou a Kleber e Roger na galeria de laterais esquerdos corintianos expulsos em jogos decisivos de Libertadores.

Agora também em desvantagem numérica, o Corinthians foi para cima com Mendoza na função de Fábio Santos - o colombiano errava muitos passes até então. Já Danilo colaborava com a sua lucidez características, encontrando espaços na retranca paraguaia. O que não resultava nas mesmas chances criadas no primeiro tempo.

A situação ainda pioraria. Aos 23 minutos, Jadson acertou a mão no rosto de Benítez, levou o segundo cartão amarelo e também o vermelho. Alguns torcedores ironizaram a arbitragem com aplausos. Outros preferiram silenciar. E uma boa parte gastou a voz para tentar reanimar os cabisbaixos jogadores do Corinthians.

O time não foi contagiado pela torcida. Tite gastou a sua última ficha com o volante Bruno Henrique (o atacante paraguaio Romero, que barrou Vagner Love, permaneceu no banco de reservas) na vaga de um vaiado Elias. Àquela altura, todos já pareciam conformados com a eliminação, porém com um canto apaixonado, de quem prometia nunca abandonar o clube: "Corintiano, maloqueiro e sofredor!".

O grito ficaria mais alto, mas não por conta de uma reação do Corinthians. Aos 46 minutos, Fernández recebeu a bola por trás da antes badalada defesa de Tite e completou para a rede, garantindo que aquelas fotos tiradas antes da partida se tornassem um registro de uma vitória inesquecível.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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