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Das vaias à loucura: saiba como o Corinthians fez as pazes em 10s

31 ago 2011 - 20h22
(atualizado às 21h53)
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Dassler Marques
Direto de São Paulo

Liderança em risco, time pressionado pelo Grêmio e apenas empatando com gol que surgira de pênalti duvidoso. Até que surge para Paulinho a chance do contra-ataque: o torcedor se levanta, mas ele prefere manter a posse de bola e volta a jogada. O Pacaembu vai à loucura com o camisa 8, vaia solenemente e só piora a atmosfera de pressão sobre o Corinthians, que tinha 1 a 1 contra o Grêmio, em quarta-feira de frio e jogo em incomum horário de 18h (de Brasília). Foram necessários mais ou menos 10 segundos para tudo mudar subitamente.

Mais lentamente que a torcida imaginava, a jogada se desenvolveu, a bola alcançou Jorge Henrique, bateu em Edenílson e chegou aos pés do mesmo Paulinho, que ainda aplicou um belo drible no marcador antes de marcar o gol que incendiou o Pacaembu a 19min do segundo tempo. A euforia se duplicou aos 22min, em contra-ataque fulminante que acabou em gol de Ramon. As vaias rapidamente viraram loucura.

Ali, com os gols de Paulinho e Ramon, a paz estava selada com a torcida, mas ainda havia muito por vir. No minuto seguinte, Liedson foi expulso por falta em Edcarlos e deixou o time com 10. Início de sofrimento: gol de André Lima e, quando Edenílson se preparava para dar lugar a Wallace, mais um cartão vermelho pela cera. Pânico para o Corinthians e nove contra 11.

Ao todo, foram 15 minutos preso à defesa, e o Corinthians se superou como nunca. Jorge Henrique, barrado por Tite, foi a campo, e atuou como um leão junto a outros oito jogadores corintianos. A torcida, que no intervalo pedia "vamos jogar bola", terminaria a partida com gritos de "corintiano, maloqueiro e sofredor" e "parabéns a você" pelos 101 anos que serão comemorados nesta quinta-feira.

Essa era exatamente a atmosfera que um líder em crise, com duas vitórias em nove jogos, precisava para reconstruir a relação de confiança com torcedores. O Corinthians, de vestiário abalado e treinador ameaçado, deixou o campo fortalecido. Chicão, no gol, correu para abraçar o criticado Jorge Henrique, então entre os reservas, e foi seguido por todos os jogadores da equipe.

Acusado por especulações que davam conta de uma suposta crise no vestiário em virtude de uma relação de amizade com o presidente Andrés Sanchez, Chicão deixou o campo reclamando. "Fiquei chateado, porque como capitão tenho de dar exemplo", lamentou. Jorge Henrique também desabafou: "hoje vieram 15 mil torcedores aqui e eles merecem respeito".

Tite, ao fim do jogo, se dirigiu à torcida e agradeceu por três pontos que, moralmente, valem muito mais que isso. Valem a conciliação entre time e torcida.

Fonte: Terra
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