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De doença grave a medalha embolsada, conheça corintiano convocado

3 abr 2013 - 07h44
(atualizado às 07h52)
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<p>Hoje na Seleção, Matheus Caldeira tem história de superação</p>
Hoje na Seleção, Matheus Caldeira tem história de superação
Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

O nome de Matheus Caldeira na lista de convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para o amistoso da Seleção Brasileira contra a Bolívia foi a maior surpresa desta terça-feira. Mas quem é o jogador de apenas 19 anos que ficará na reserva de Jefferson no próximo sábado? Um histórico de nenhuma partida profissional pelo Corinthians, superação de doenças e "perda" da medalha para o hoje presidente da CBF, José Maria Marín, preenchem o perfil do goleiro.

O caso envolvendo Marín é famoso, e ocorreu no início do ano passado, quando o dirigente foi gravado por câmeras de televisão colocando uma das medalhas da Copa São Paulo no bolso. O goleiro Matheus, titular na campanha do Corinthians campeão do certame, ficou sem condecoração. Mas seria injusto resumir a vida do corintiano apenas a esse incidente.

Após ter medalha "roubada", goleiro é convocado por Felipão:

Destaque na campanha do título da competição de juniores em 2012, Matheus enfrentou na própria decisão um momento de tensão, ao se lesionar na virilha no meio do segundo tempo e atuar por vários minutos no sacrifício. Acabou substituído logo depois de levar uma joelhada na coxa esquerda e lesionar um músculo, sem quase conseguir ficar em pé. A superação, aliás, o acompanhou por toda a vida.

Matheus passou por uma cirurgia no rim logo após seu nascimento. Cresceu, chegou às categorias de base do Corinthians - seu time do coração - e passou a se destacar entre os demais companheiros de posição. Entretanto, por pouco não abandonou a carreira antes mesmo de começá-la: os médicos descobriram uma doença quase incurável que poderia impedir o atleta de seguir no futebol.

O jovem goleiro, então com 14 anos, sofria de síndrome de Wolff Parkinson-White, que traz ao coração uma veia a mais que desvia o fluxo de sangue e pode levar a ter uma parada cardíaca de tanto esforço. Ela atinge quatro a cada 100 mil pessoas e, se não tratada, pode levar à morte em casos vinculados ao excesso de exercícios ou prática esportiva.

Ao descobrir a arritmia cardíaca, Matheus viu seu médico informar que existe um caso em mil que pode ter cura. Mas, para a sua sorte, o primeiro exame lhe mostrou que sua síndrome estava nas estatísticas positivas. A partir daí, o goleiro enfrentou uma verdadeira batalha, alternando os treinos em dois períodos com a maratona de internações. 

Operou três vezes. A primeira, sem sucesso. A segunda deu resultado, mas posteriormente foi constatado que também não deu certo. "Ele me disse uma vez: 'prefiro morrer em campo do que ver alguém chegar e me falar que não posso mais jogar", disse a mãe Dagma Caldeira, em entrevista à TV Bandeirantes.

Na terceira cirurgia, enfim, a cura. "Falei quando ele saiu que ficou oito horas na sala de cirurgia. Aí ele disse para eu não me preocupar e avisou que ia fazer mais 30 vezes essa cirurgia, e que se não desse certo ia desistir do futebol", avisou a mãe, depois de ver o filho passar por toda uma tarde na mesa de operações e sair, finalmente, apto a praticar futebol.

Hoje, livre da síndrome e atualmente quarto goleiro do Corinthians, atrás de nomes mais experientes como Júlio César, Danilo Fernandes e Cássio, Matheus ainda não estreou pelos profissionais do time alvinegro, mas é uma das esperanças de futuro no Parque São Jorge. Convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Sul-Americano Sub-20 na Argentina, em janeiro, ele ganha agora uma chance também no time principal verde e amarelo.

Fonte: Terra
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