PUBLICIDADE

Diretores de filme corintiano destacam 1977; Ronaldo é ausência

28 jul 2010 - 16h28
(atualizado às 17h05)
Compartilhar

Emanuel Colombari
Direto de São Paulo

Responsáveis pela direção de "Todo Poderoso: O Filme - 100 Anos de Timão", Ricardo Aidar e André Garolli guardam um carinho especial por um dos momentos retratados no filme, que conta a história dos cem anos do Corinthians. Ponto final de um jejum de 23 anos sem títulos no clube, o Campeonato Paulista de 1977 tem um espaço de destaque na obra e na lembrança da dupla corintiana.

"Acho que o resgate inteiro da história do Corinthians é muito emocionante. Mas alguns momentos específicos me emocionaram. Eu sou corintiano, acompanho o time desde 1977, estava lá nas finais de 1977, via os caras pequenininhos da arquibancada do Morumbi. Hoje, resgatar a historia deles, conversar e trabalhar com Zé Maria, Vladimir e Basílio dá uma emoção muito grande", conta Ricardo Aidar.

Responsável também por "23 Anos em 7 segundos: 1977 - O fim do jejum corintiano", Aidar destaca outro fato que o tocou na obra que conta o centenário alvinegro. "Fiquei muito emocionado também com o resgate dos antigos ídolos, das imagens que a gente achou, de jogadores que já morreram, do contato com a família de alguns jogadores do começo da história do Corinthians. Acho que a historia humana e dos jogadores nesses 100 anos é que me emociona", completa.

O paranaense André Garolli, por sua vez, teve também a influência de sua família na escolha pelo time. Porém, não esconde que o título paulista de 1977 também motivo sua geração de torcedores.

"São raras as pessoas que falam: 'foi meu pai (o responsável pela escolha do time)'. Tem sempre um tio que era corintiano. E isso para mim é muito forte, porque foi um tio meu que me tornou corintiano. Eu nasci em Curitiba e ele dizia desde pequenininho que quem nascia em Curitiba era corintiano. A gente foi ficando com essa ideia. Meu pai era santista e ficava muito irritado com essa ideia", explica Garolli, que vai além.

"Quando você assiste essas entrevistas, essas pessoas falando do Corinthians - Basílio, Tobias, Vladimir, Zé Maria, que era a minha geração, a geração de 77 -, isso me emociona demais. Ver todos esses meus ídolos ao meu lado, podendo dar entrevista, falando do Corinthians e de uma época, de um futebol onde valia a paixão pelo time... Hoje temos outras questões envolvidas", acrescentou.

O discurso da dupla também se mostra afinado quando o assunto é 2010. Além de reconhecer a mágoa com a eliminação na Libertadores, os dois mostram otimismo com o Campeonato Brasileiro, e confiança com o trabalho desenvolvido por Mano Menezes antes de seguir para a Seleção Brasileira.

"A gente tem vivido marés altas e baixas. Estávamos com uma tremenda esperança com a Libertadores, não deu certo; depois com o Campeonato Paulista, não deu certo. Estamos apostando no Brasileiro", avalia Garolli. "Acho que o Corinthians tem uma chance muito grande de ganhar o Campeonato Brasileiro. O time está indo muito bem. Mas acho que a gente não avalia uma trajetória por um ano. Isso é perigoso. Existe muita cobrança por ser o ano do centenário, mas um time se faz com 100 anos de história, e não com um", completa Aidar.

"Ausência" de imagens

Entrevistado pela dupla para o filme, Basílio - justamente o responsável pelo gol que garantiu o título de 1977 - fez elogios ao trabalho final de Ricardo Aidar e André Garolli. Porém, destacou a falta de depoimentos de alguns dos craques da história do clube.

"Não vou citar nomes, mas eu destaco a ausência de alguns ídolos que poderiam estar participando, cedendo sua imagem como história. Infelizmente, só aparece lance jogando", diz. "Me contaram que eles não assinaram liberando a imagem. A gente lamenta muito, porque isso é para o torcedor, para uma criança que pode acompanhar o filme e tê-los ainda como ídolos. Isso é um dos pontos mais importantes", completou.

A referência de Basílio é provavelmente ao atacante Ronaldo, que ganha destaque no fim do filme. Do elenco de 2010 do Corinthians, apenas Felipe (afastado), Roberto Carlos e Mano Menezes (já na Seleção) falam à obra. Segundo Ricardo Aidar, a ausência do camisa 9 é explicada por problemas de compatibilidade nas agendas.

Corinthians lança filme sobre centenário do clube:
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade