O meia Douglas pouco se movimentou no rachão que o Corinthians disputou na tarde desta sexta-feira. Ficou à beira da área, com o calção erguido e as mãos na cintura, enquanto ria das brincadeiras de seus companheiros. Ele próprio foi motivo de piada ao chutar a bola para bem longe do gol em duas tentativas seguidas. No domingo, será ausência no clássico contra o Palmeiras, no Pacaembu.
O mesmo treinador que decidiu não levar Douglas nem para o banco de reservas mais uma vez - o meia já havia ficado fora da partida contra o São Caetano, na rodada passada do Campeonato Paulista - também é seu defensor. Tite não gostou de ouvir que o atleta está gordo.
"O Douglas precisa se uma retomada de força. Não é uma questão de perder peso. Ele se cuidou nas férias. Foi para a Disney com o Paulinho e o Fábio Santos e voltou fininho. Não vai jogar, só que não por excesso de peso. Deve apenas readquirir força para voltar ao padrão do final do ano passado", explicou Tite.
O treinador acompanhou de perto o desempenho de Douglas no treinamento desta sexta-feira. Ficou ao seu lado enquanto ele exercitava cobranças de falta com o volante Paulinho e o atacante Jorge Henrique. O meia foi o primeiro a deixar a atividade - recorreu a um carrinho dirigido pelo gerente de futebol Edu Gaspar para sair quando começava a chover mais forte no CT do Parque Ecológico do Tietê.Douglas era titular do Corinthians até a final do Mundial de Clubes, quando Tite preferiu dar consistência defensiva à equipe com a entrada de Jorge Henrique. A concorrência no ataque aumentou em 2013, com as contratações de Renato Augusto e Alexandre Pato.
"Temos três opções ofensivas de muita qualidade no banco: Pato, Romarinho e Renato Augusto. Há também o Douglas, mas ele não joga agora. Tudo é mérito da direção, que poderia ter ficado com os louros do título, sem contratar ninguém. Mas existe a ideia de que qualificar o elenco sempre é importante", concluiu Tite, sem peso na consciência por reduzir o espaço de Douglas.
Da disputa da Série B do Brasileiro, em 2008, à conquista da Copa Libertadores e do Mundial da Fifa, em 2012, a ascensão corintiana ganhou não só o Brasil, mas também o mundo. Nesta quarta-feira, o jornal americano Wall Street Journal comparou o feito à melhoria das condições de vida da classe média brasileira. No passado, o clube foi chamado até de "time pequeno de São Paulo"; veja como os estrangeiros mudaram a perspectiva sobre o Corinthians
Foto: Fernando Borges / Terra
Clube Pequeno - Você ficará surpreso em saber quem está tentando comprar Tevez. Não são os xeiques ou oligarcas, mas um clube pequeno de São Paulo, Brasil Corinthians. Foi assim que a rede americana CNN se referiu ao time, em 2011. A definição gerou protestos nas redes sociais com a hashtag #corinthainsbiggerthancnn (Corinthians maior que a CNN)
Foto: Fernando Borges / Terra
O que é Corinthians? A pergunta foi feita pelo jornal argentino Olé às vésperas da final da Copa Libertadores e usada para explicar a situação do clube que enfrentaria e venceria o Boca Juniors. A publicação ressaltou a campanha alvinegra, mas relembrou a falta de resultados internacionais que, no momento, era a grande sina do corintiano
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Mais europeu da América - Às vésperas do Mundial de Clubes, o Corinthians ganhou destaque na Inglaterra ao ser analisado também taticamente. Foi definido como talvez a equipe mais europeia da América do Sul e recebeu uma série de elogios pela imprensa britânica, em uma espécie de aviso sobre o que o Chelsea poderia enfrentar na final da competição
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Coringão, um gigante brasileiro - Adversário na final do Mundial de Clubes da Fifa, o Chelsea reservou ao Corinthians tratamento muito cortês ao apresenta-lo em seu site oficial. Referiu-se ao então provável adversário pelo apelido de Timão, classificou-o como um gigante brasileiro e até recomendou que os torcedores do Chelsea adotassem um trecho do hino alvinegro
Foto: Reuters
Classe média - O último estrangeiro a analisar o Corinthians foi o Wall Street Journal, que usou a alta da economia brasileira para comparar a ascensão do clube à melhora de vida da classe média. O exemplo é o boom imobiliário em Itaquera, zona leste de São Paulo onde o Corinthians constrói sua arena, que será utilizada na Copa do Mundo de 2014