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Dualib destaca “amizade muito gostosa” com Sanchez e defende dívida

24 mai 2015 - 23h26
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Aos 95 anos, Alberto Dualib voltou a se manifestar publicamente em uma entrevista exclusiva para a TV Gazeta, exibida no programa Mesa Redonda deste domingo. E não polemizou com quem manda no Corinthians atualmente. O ex-presidente fez uma série de elogios a Andrés Sanchez, que o sucedeu e ainda exerce forte influência na gestão de Roberto de Andrade.

"Se falar que não tenho mágoa de alguns, estarei mentindo. Tenho porque o pessoal que está lá me conhece mais do que a minha família, já que eu convivia com eles diariamente. Deveriam me defender, e não me incriminar. Mas o Andrés conversa comigo com uma simpatia, com uma amizade muito gostosa. Sinto que os outros só não fazem isso por medo da torcida, que me tirou de lá", comentou.

Dualib ainda detalhou alguns feitos de Andrés Sanchez no Corinthians. "A administração dele foi muito boa, sensacional. Ele é muito bom. Corinthians é isso mesmo. Não pode ter medo de dívida", concluiu o ex-presidente.

A dívida corintiana cresceu a tal ponto, contudo, que a direção atual já passou a se mostrar temerosa. O clube que devia R$ 101,5 milhões em 2007, no último ano de mandato de Alberto Dualib (assumiu o clube pela primeira vez em 1993), contabilizou um salto para R$ 313,5 milhões até o final de 2014.Para piorar, o Corinthians ainda tem um estádio bilionário para quitar e atrasou sensivelmente o pagamento de direitos de imagem de boa parte do seu elenco. A crise já prejudicou, por exemplo, a permanência do centroavante peruano Paolo Guerrero no clube.

"Dever é um sinal de que você tem crédito. Nunca me esqueço das palavras do Eduardo José Farah, ex-presidente da Federação Paulista de Futebol (falecido no ano passado): ‘Dualib, o único clube pode dever o que quiser no Brasil é o Corinthians, porque faz receita’", recordou o dirigente aposentado.

Sorrindo, Dualib ainda lembrou que essas receitas eram menores no seu tempo. "Eu passava o ano inteiro com R$ 19 milhões. Hoje, é brincadeira... O que eu recebia em um ano, eles recebem em um mês", comparou, relevando os excessos de quem está à frente do Corinthians. "Credito isso à paixão. Quem gosta do clube não olha preço para fazer um futebol forte. Na hora em que você vê a torcida querendo bater em jogador e o time perigando cair, faz loucura."

Um dos exageros do Corinthians foi gastar R$ 40 milhões para repatriar o atacante Alexandre Pato - que acabou emprestado ao São Paulo - na gestão de Mário Gobbi. "Aí foi um erro. Mas quem não erra?", advogou Dualib.

Entre os acertos do grupo de Sanchez, o ex-presidente destacou principalmente a contratação de Ronaldo. "Foi a maior coisa que o Andrés fez na administração dele. Isso alavancou o Corinthians a mil por hora", declarou, sem deixar de citar os seus próprios méritos entre 1993 e 2007, como os diversos títulos conquistados e as obras na sede social.

"Cada um tem a sua história. O Andrés vai ser lembrado eternamente por ter feito o estádio em Itaquera. Eu vou ser lembrado pela sede no Parque São Jorge", diferenciou Alberto Dualib, que até tentou levar adiante o projeto da construção de uma arena na Zona Leste. "Itaquera não servia no meu tempo. Passou a servir agora. Dos parceiros que tive, nenhum gostava de lá. Mas a região é muito boa para futebol, tanto que o estádio lota em todas as partidas."

Luxemburgo e Marcelinho

Não foi só Andrés Sanchez que Alberto Dualib enalteceu. Ao apontar um técnico e um jogador prediletos na sua longa passagem como presidente do Corinthians, ele não titubeou na escolha de dois profissionais que são desafetos.

"O Vanderlei Luxemburgo entende pra caramba. É bom", afirmou. "O Marcelinho Carioca ganhou dez títulos e jogava muito", acrescentou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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