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Libertadores

Em 1ª visita, Corinthians sofreu com "velocidade guarani"

Em seu primeiro jogo no palco das oitavas contra o Guaraní, time alvinegro perdeu de virada para a seleção paraguaia

4 mai 2015 - 07h32
(atualizado às 09h53)
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O Corinthians visitou pela primeira vez o Defensores del Chaco, estádio no qual voltará na próxima quarta-feira, há 50 anos. Tudo começou bem para a equipe do jovem Rivellino, que abriu larga vantagem em Assunção, mas a seleção paraguaia reagiu e conseguiu uma improvável vitória de virada, por 4 a 3.

O estádio ainda era chamado de Puerto Sajonia naquele 28 de fevereiro de 1965. No local onde o time de Tite enfrentará o Guaraní, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, os comandados de Oswaldo Brandão sofreram com um problema do qual também reclamam bastante os atletas do elenco atual: o desgaste.

"O time corintiano chegou a exibir um excelente futebol e no segundo tempo marcou 3 a 0, mas, depois, em face do insuportável calor e das substituições, determinados pelo cansaço natural dos jogadores, acabou cedendo terreno e, com a incrível velocidade dos guaranis, o jogo mudou, com os locais alcançando o primeiro gol, o segundo e o empate, marcando a vitória aos 38 minutos", escreveu Antônio Euclides Teixeira, enviado pelo jornal A Gazeta Esportiva à capital paraguaia.

Defensores del Chaco na final da Libertadores 2014 entre nacional e San Lorenzo: clima de pressão esperado em Guaraní x Corinthians
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Foto: Gabriel Rossi/Latin Content / Getty Images

Recém-promovido à formação profissional alvinegra, abriu o placar o meia Rivellino - que seria substituído pelo enorme ídolo alvinegro Luizinho, já em fim de carreira. O ponta-direita Marcos foi o responsável por ampliar a vantagem duas vezes, a última delas já no início da etapa final. Aí, teve início a reação dos anfitriões, que triunfaram com dois gols de Ayala e outros dois de Riquelme.

"Essa derrota, por mais estúpida que possa parecer, levada à conta das experiências, nos foi útil. Creio que o quadro, enquanto esteve completo, produziu bem, ou pelo menos de acordo com aquilo que era esperado", disse Brandão, àquela altura com dois meses de clube em uma de suas muitas passagens por ele.

"Se alguns jogadores não corresponderam, é outro problema, e importante. Porque é preciso saber quantos somos. É somando as experiências anteriores, mais essa recente e outras ainda por vir, tanto nas vitórias como nas derrotas, que tiraremos as conclusões para o trabalho, que deve prosseguir tranquilamente sem interrupção", acrescentou.

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Como Tite gosta de fazer, o também gaúcho Brandão citou a equipe ainda em formação ao explicar o desempenho irregular. Com a experiência de quem já dera ao Corinthians o histórico título do Campeonato Paulista de 1954, o futuro campeão do ainda mais histórico Campeonato Paulista de 1977 explicou o que buscava nos possíveis reforços e nos jogadores que já vestiam preto e branco.

"De uma coisa estejam certos: só me interessam para contratação, ou para entrar no quadro, craques que sejam homens. Porque aqueles que não sabem ser Corinthians não devem entrar, e não entrarão, no time", comentou o comandante, mostrando alguma confiança: "As perspectivas são otimistas".

Não foi naquele ano, no entanto, que se encerrou um jejum já próximo de uma década. O time ficou em terceiro lugar no Estadual e resolveu se reforçar pesadamente para 1966 - as chegadas de Ditão, Nair e Garrincha renderam o apelido Timão, carregado orgulhosamente para sempre.

Ainda haveria bastante sofrimento até que um quadro de homens - que não eram craques - tirasse a Fiel de sua angústia.

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Emoção em castelhano

A visita ao Puerto Sajonia marcou o reencontro do Corinthians com o paraguaio Fleitas Solich, que era o técnico da seleção de seu país na ocasião e havia dirigido o time alvinegro entre 1962 e 1963. O lateral esquerdo Oreco, capitão alvinegro sob comando de Solich, foi o encarregado de entregar uma flâmula e fazer um agradecimento ao velho chefe.

"Solich tentou responder em português, mas a emoção embargou sua voz e ele terminou mesmo falando em castelhano, dizendo que guarda as mais gratas recordações do tempo em que trabalhou no Parque São Jorge e de sua satisfação em ter servido ao Corinthians, a cujos craques dirigiu uma palavra especial", relatou A Gazeta Esportiva. "Depois, olhando a flâmula com orgulho, terminou: ‘Este é um dos maiores clubes do mundo!’."

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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