Emerson deixa Bombonera com funk e avisa Boca: "sou favelado"
- Diego Garcia
- Direto de Buenos Aires (Argentina)
De volta ao time titular do Corinthians na noite desta quarta-feira, após cumprir suspensão diante do Santos, Emerson teve participação decisiva no empate por 1 a 1 contra o Boca Juniors, em La Bombonera, pela primeira partida da final da Copa Libertadores da América. O camisa 11 deu a assistência para Romarinho anotar o gol corintiano, e deixou o estádio discursando contra as provocações adversárias durante o jogo decisivo.
Fiel ao estilo, Emerson deixou o vestiário corintiano rumo à zona mista improvisada para a imprensa brasileira com o já conhecido funk, reproduzido em um som que carrega durante todas as viagens corintianas. O atacante, que se estranhou por alguns momentos com Walter Erviti, adotou um discurso firme. "Sou favelado e não tenho medo de ninguém", disse.
Além dos seguidos encontros com o camisa 11 adversário em campo, Emerson deixou o estádio insatisfeito com o comportamento de Juan Román Riquelme. "Quem vive da boca é cantor, eu vivo com os pés. É um craque, mas precisa jogar. Fala, fala, quer pressionar o árbitro. Deixa o cara apitar, fazer o trabalho dele. Agora tem o jogo em casa e lá não vai ter cobrança nenhuma, vamos deixar o juiz apitar", garantiu.
Emerson acabou sendo um dos principais alvos dos marcadores do Boca Juniors na partida desta quarta. Homem com maior liberdade no esquema armado por Tite, o atacante rapidamente deixou o lateral direito Facundo Roncaglia pendurado com o cartão amarelo. Entretanto, isolado muitas vezes, não conseguiu forçar o jogo sobre a marcação dele.
Em um raro momento de "sossego", Emerson, quando o Corinthians já se encontrava em desvantagem no marcador, brilhou. O camisa 11 se livrou da marcação e descolou o passe em profundidade para Romarinho, que só teve o trabalho de tocar sobre o goleiro Orión, igualando o placar em La Bombonera. Apesar do feito, o jogador não ficou totalmente satisfeito.
"A ideia era vencer, era o objetivo. Mas, dentro das circunstâncias, do desenho que foi a partida, o empate nos deixa feliz. A gente que está dentro de campo sabe, a gente consegue ter uma leitura. A gente tinha conversado que em uma bola que a gente encaixasse sairia o gol. Fui feliz no passe, no domínio e na finalização do Romarinho", discursou Emerson, antes de aproveitar para elogiar o novo "talismã" corintiano.
"É um menino ainda, não dá para jogar responsabilidade nenhuma para ele. Ele foi muito feliz, muito tranquilo, mas é um menino ainda, que tem que ser lapidado. A gente torce para que ele possa marcar mais gols, talvez dois já no Pacaembu, na volta", concluiu.