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Tensão, dívida e relatório "anti-Palmeiras" marcam pré-eleição

11 fev 2012 - 07h52
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Diego Garcia
Direto de São Paulo

O Corinthians viverá um importante dia em sua história neste sábado. E não é por causa do clássico contra o São Paulo, marcado para domingo, ou pela proximidade da estreia na Copa Libertadores da América. O clube terá, sim, a realização das eleições diretas, que definirão o substituto de Andrés Sanchez na presidência. E, horas antes do pleito decisivo, tensão, divulgação de superávit, dívida de R$ 178 milhões e até relatório "anti-Palmeiras" marcaram a sexta-feira corintiana.

» Conheça os candidatos das eleições diretas do Corinthians

"Pode perceber que não aparece verde em nosso relatório de sustentabilidade da gestão Andrés Sanchez, apenas nos campos, que não tem como tirar. No símbolo da FSC (em português Conselho de Gestão Florestal), o verde foi trocado. Eles toparam utilizar o cinza. Não iríamos colocar o logo deles, mas eles aceitaram mudar a cor nesse caso especial", declarou Raul Corrêa, diretor de finanças, em alusão à cor do arquirrival Palmeiras, "proibida" no clube e em jogos do Corinthians.

A agremiação reservou justamente o último dia da "era Sanchez" para justificar todos os números dos quatro anos e meio de administração do ex-presidente, em licença desde o fim de 2011 - ele assumiu o cargo de diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O endividamento aumentou em R$ 77,3 milhões, mas no papel e na prática o clube apresentou crescimento financeiro, de acordo com a publicação, que tem a chancela da PricewaterhouseCoopers (PWC) e é auditado pela Grant Thornton Auditores Independentes.

Crescimento de receitas vai a R$ 290,5 milhões

Nos cofres, a evolução é notória. As receitas foram de R$ 133,7 milhões, em 2007, a R$ 290,5 milhões, em 2011. Sem contabilizar as transferências de atletas, os números considerados são ainda mais relevantes - R$ 62,3 milhões há quatro anos, contra R$ 230,8 milhões na temporada passada.

A geração de caixa também se mostrou positiva e crescente há quatro anos, com evolução do EBITDA - indicador comum no mercado corporativo que avalia o superávit antes das despesas financeiras - de 25% (por meio de R$ 73,7 milhões) em 2011. Em 2007, o número era negativo, com -3,8% (com R$ 5,1 milhões negativos).

"Entre 2004 e 2007 tivemos R$ 140 milhões de prejuízo. Entre 2007 e 2011, na gestão do Andrés, o superávit é de R$ 25,7 milhões", definiu Paulo Corrêa, referindo-se ao fato de que o clube fechou as contas no azul pelo quarto ano seguido, tendo gastado menos do que arrecadou. O relatório de sustentabilidade ainda afirma que a marca Corinthians está avaliada hoje em R$ 867 milhões, sendo atualmente a maior entre times brasileiros.

Em paralelo, dívida do clube atinge R$ 178 milhões

Em contrapartida, o Corinthians apresentou um ponto negativo no relatório de sustentabilidade. A dívida, que antes estava em R$ 101,6 milhões (2007), atingiu R$ 178,9 milhões, tendo crescido de maneira considerável. O número andava controlado, tanto que havia diminuído para R$ 97,2 milhões (2008), mas disparou nas duas últimas temporadas.

"A dívida cresceu, mas em paralelo aumentou a receita. Para crescer, precisa investir. O faturamento aumentou de R$ 60 milhões para R$ 230 milhões, isso você tem com o crescimento do investimento. Esses números mostram evolução no Corinthians. Aumentou o patrimônio e o endividamento, mas o patrimônio aumentou mais, não esquecendo que tem que pagar juros todos os anos", explicou Paulo Corrêa.

De acordo com o dirigente, as principais causas do aumento da dívida são relativas ao crescimento do Corinthians fora de campo. O moderno CT do Parque Ecológico, por exemplo, custou R$ 50 milhões, além da reforma do Parque São Jorge e da vinda de jogadores renomados para a manutenção de elencos fortes. O Corinthians ainda desembolsará mais de R$ 20 milhões na construção de um CT para as categorias de base.

Eleição acontece neste sábado: Mário Gobbi x Paulo Garcia:

Com a divulgação do relatório, o objetivo do Corinthians era minimizar a dívida e ainda mostrar o crescimento para fazer campanha por Mário Gobbi, candidato da situação apoiado por Andrés Sanchez e favorito ao pleito. Entretanto, o aumento da dívida também pode servir como trunfo a Paulo Garcia, que concorrerá à presidência pela oposição e espera surpreender.

"Tenho história e tradição e capacidade de comandar um clube do tamanho do Corinthians. Além disso, tenho condições de gerir com total transparência tudo que envolver o Corinthians, pois tenho larga experiência administrativa", decretou, ao Terra, Paulo Garcia, empresário e proprietário da Kalunga, ex-patrocinadora no clube nos anos 90.

"Não me comparo ao meu colega como a ninguém. Cada um foi feito por Deus de uma forma e tem suas qualidades, virtudes e defeitos. Quem tem que analisar cada um e votar é o eleitor", disse Gobbi, também ao Terra. Neste sábado, o Sport Club Corinthians Paulista conhecerá seu novo presidente, o 30º da história. Que vença o melhor.

Eleição agita bastidores do Corinthians neste sábado, no Parque São Jorge
Eleição agita bastidores do Corinthians neste sábado, no Parque São Jorge
Foto: Reinaldo Marques/Mauro Horita / Terra
Fonte: Terra
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