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Criador de filial do Boca é demitido, gasta R$ 5 mil e bane corintiano

3 jul 2012 - 19h46
(atualizado às 22h30)
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João Henrique Marques
Direto de São Paulo

O fanatismo pelo Boca Juniors já levou sérios problemas ao brasileiro Rodrigo Alcantara, 24 anos. O estudante de publicidade criador da filial paulista da torcida do clube argentino foi demitido do estágio em uma agência de comunicação por conta de viagens para acompanhar o time na Copa Libertadores da América deste ano, teve gasto de cerca de R$ 5 mil para isso, e se indispôs com um corintiano participante do fã clube às vésperas da final.

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"A filial é coisa séria, temos estatuto, e o certo é torcer para o Boca Juniors, não ser apenas simpatizante. Um dos nossos membros foi pego apoiando o Corinthians em rede sociais e tive que expulsar", contou Rodrigo, presente no desembarque da delegação do Boca, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na tarde desta terça-feira.

O brasileiro juntou-se aos argentinos torcedores do Boca no saguão do aeroporto, e exibiu orgulhoso a bandeira da filial ao lado dos novos membros do fã clube: "Tivemos a adesão de 13 brasileiros antes da final. Fica claro que temos anti-corintianos aqui, mas eles têm que respeitar o estatuto. Tanto que usam camisas do Boca, e não de clubes brasileiros", destacou o criador do grupo.

"Sou torcedor do São Paulo, e o Riquelme virou meu ídolo por alguns dias. É claro que estou aqui para torcer contra o Corinthians. Nunca serão (campeões da Libertadores)", se empolgou Willian Rodrigues, integrante recente da filial também presente no aeroporto.

O apresso de Rodrigo pelo Boca é diferenciado dos demais membros do fã clube. Começou em 98, quando aos 12 anos o então torcedor do São Paulo acompanhou o pai em um duelo da equipe frente ao Palmeiras pela Mercosul no Palestra Itália. "O Boca perdeu o jogo (3 a 1), mas a torcida não parou de gritar mesmo assim. Aquilo me fascinou. A partir de então resolvi deixar o São Paulo de lado. Se os dois times jogarem, sou Boca", avisou.

Com o passar do tempo, a admiração virou idolatria. Tanto que em 2010 criou a filial do clube em São Paulo, que hoje conta com 57 integrantes, sendo 46 brasileiros e nove argentinos, sendo seis residentes no Brasil.

A filial em São Paulo não tem sede, e a mensalidade do associado é de R$ 25 mensais, utilizados em churrascos e partidas de futebol para confraternizações, explica o fundador.

Para fortalecer o relacionamento com os torcedores argentinos do Boca, Rodrigo optou por acompanhar o time em jogos válidos pela Libertadores, perdeu o emprego e contabilizou cerca de R$ 5 mil em viagens, alimentação e hospedagem.

"Fui duas vezes ao Rio de Janeiro para acompanhar os jogos contra o Fluminense (primeira fase e quartas de final), em La Bombonera ver a primeira semifinal contra a La U (Universidade de Chile-CHI), e ao Chile ver o jogo de volta. Fiquei mais de uma semana fora do trabalho e perdi o emprego. Não tem problema. O que vale é o Boca", disse o fanático brasileiro.

No aeroporto, o estudante de publicidade aproveitou para também recepcionar torcedores do Boca vindos de Buenos Aires, e aumentar o coro de apoio ao clube. Aos berros, em castelhano, provocou torcedores do Corinthians presentes no saguão e mostrou ter exportado aos argentinos provocações brasileiras frente aos fanáticos pelo clube paulista. "No tiene cancha (não tem estádio)", gritava Rodrigo como um argentino para irritar os corintianos.

Brasileiro Rodrigo Alcantara investiu alto para acompanhar jogos do Boca Juniors na Libertadores
Brasileiro Rodrigo Alcantara investiu alto para acompanhar jogos do Boca Juniors na Libertadores
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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