PUBLICIDADE

Libertadores

Riquelme e Bianchi eliminam favorito e ditam renascimento do "grande Boca"

16 mai 2013 - 00h09
(atualizado às 02h33)
Compartilhar
Exibir comentários
Riquelme faz festa com gol do Boca Juniors na etapa inicial
Riquelme faz festa com gol do Boca Juniors na etapa inicial
Foto: AP

Em dezembro de 2012, quando Carlos Bianchi teve a volta ao Boca Juniors confirmada, ele prometeu uma conversa com o meio-campista Juán Román Riquelme. A expectativa era devolver ao clube o período de glórias, e o ex-camisa 10 seria figura primordial, na opinião do treinador. "Sabemos a dimensão de Román quando põe uma camisa do Boca", disse, na época. Seis meses depois, o Corinthians experimentou o primeiro capítulo real desse renascimento, ao ser eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores da América em pleno Pacaembu.

Com Riquelme e Bianchi, o Boca Juniors em 2013 não passou de altos e baixos. O técnico estreou com vitória empolgante e improvável: uma virada contra o Quilmes por 3 a 2 em 9 de fevereiro, pelo Campeonato Argentino. Já Riquelme voltou após sete meses afastado dos gramados – nos quais quase se transferiu ao futebol brasileiro – com derrota vexaminosa para o Unión Santa Fé por 3 a 1 em casa, em 4 de março. Na Libertadores, o time foi aos trancos e barrancos.

"Lenda" na Libertadores, Bianchi conseguiu renascer Boca Juniors no torneio
"Lenda" na Libertadores, Bianchi conseguiu renascer Boca Juniors no torneio
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

O Boca se classificou às oitavas de final com três derrotas – duas delas na Bombonera – e três vitórias, em segundo no Grupo A. No sufoco, caiu diante do Corinthians nas oitavas, time de quatro vitórias na primeira fase, um empate e apenas uma derrota, no gramado sintético de Tijuana, no México. Não à toa, Riquelme classificou o time brasileiro como favorito à vaga nas quartas.

No momento da decisão, no entanto, o camisa 10 ajudou a demolir o atual campeão da Libertadores e do mundo. Com lesão muscular, Riquelme não jogou a partida de ida na Argentina, que terminou com vitória do Boca por 1 a 0. No Pacaembu, finalmente relembrou os bons tempos: foi o maestro do meio-campo, distribuindo bolas entre os jogadores, que não se afobavam diante da marcação por pressão dos corintianos.

Aos 25min do primeiro tempo, depois de criar algumas oportunidades em bolas cruzadas, Riquelme surpreendeu Cássio: pela direita do ataque, bateu com força. O goleiro chegou a se adiantar, esperando um cruzamento. A bola passou por cima e entrou no canto esquerdo do gol, direito dele. Com isso, obrigou o Corinthians a fazer mais três gols para se classificar. O empate veio com Paulinho, aos 6min da etapa final.

Riquelme saiu de campo aos 25min, cansado. Antes, ainda fez Cássio mostrar insegurança em chute cruzado pela esquerda do ataque, rebatido pelo goleiro e não aproveitado por Blandi. Seus companheiros de equipe fizeram bem o papel dele: se seguraram como puderam, tiveram sorte em uma bola em que Alexandre Pato driblou o goleiro, mas deixou escapar para fora, e enrolaram quanto pudera. A classificação foi confirmada.

"Eu ainda sou o mesmo de sempre, acontece que este ano ganhei e no ano passado eu perdi", comentou Riquelme, depois do jogo, festejando também a parceria com Bianchi. "Ele deve gostar muito de mim, porque gosto muito dele. Agora nos vemos todo dia, ele está mais velho, conversamos sempre... tomara que continuemos da mesma maneira. Juntos, nunca perdemos no Brasil. Tomara que isso continue", acrescentou.

No Pacaembu, alguns erros do árbitro paraguaio Carlos Amarilla tiveram influência direta no resultado final da partida: um pênalti não marcado, um gol mal anulado por impedimento e outro em que a decisão é discutível. O resultado final é discutível. O que não se pode discutir é a grande atuação de Riquelme. Lembrou aquele carrasco de Palmeiras em 2000 e Grêmio em 2007. Com ele e Bianchi à frente, o Boca volta a meter medo. E a honrar essa premissa.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade