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Ronaldo critica sindicato, estaduais e toparia "mandar no futebol"

8 dez 2010 - 17h49
(atualizado às 23h03)
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Dassler Marques
Direto do Rio de Janeiro

A caminho daquele que deve ser seu último ano nos gramados, Ronaldo vai abrindo o leque e dando mostras do que poderá fazer com a aposentadoria. Convidado do Footecon, congresso de futebol realizado no Rio de Janeiro, ele expôs detalhes do que pretende fazer a favor da classe de jogadores no futuro. O atacante corintiano criticou o Sindicato de Atletas Profissionais, o excesso de datas dos campeonatos estaduais e se propôs uma trajetória de defensor dos direitos de seus pares dentro do esporte.

"Se eu entrar será realmente para mudar. Existe um sistema, vou continuar ajudando o futebol com pequenas ações e apoiando grandes ideias. Para entrar nesse ramo tem que entrar forte. Ano que vem ainda sou jogador, depois veremos", afirmou Ronaldo, que condicionou esse papel à possibilidade de realmente fazer história.

"Eu toparia (assumir um cargo importante no futebol) para mandar. É difícil chegar em cima e fazer grandes ações para se melhorar. Eu compraria essa briga, a dor de cabeça, porque realmente é uma classe (a dos jogadores) muito injustiçada. A fama é que todo jogador é rico, mas os números mostram um desequilíbrio muito grande", argumentou.

De acordo com Ronaldo, 95% dos jogadores recebem menos de um salário mínimo e apenas 3% têm remuneração superior a R$ 10 mil. "Conversei com o presidente Lula e o ministro da Previdência (Carlos Eduardo Gabas) e comentei que o atleta de futebol não tem aposentadoria. Tem uma carreira curta, precisa trabalhar as decisões e normalmente para de jogar com 35 anos", explicou. Na segunda-feira, foi anunciada a participação do atacante corintiano em um plano da CBF para pagar pensão aos campeões do mundo com a Seleção.

Ronaldo reafirmou ainda que pretende realizar trabalho de consultoria para jogadores de futebol quando encerrar a carreira. Em entrevista recente à revista Isto é Dinheiro, ele confirmou a associação ao bilionário grupo britânico WPP para montar a empresa que deve se chamar 9INE e nasce com investimento inicial de R$ 5 milhões. "Estou montando essa agência onde vamos planejar a carreira, dar cursos técnicos para quando o atleta largar o futebol e se ocupar de alguma maneira, continuar trabalhando, sendo feliz e produzindo", idealizou.

O Sindicatos dos Atletas Profissionais também foi criticado por ele, que disse ver uma atuação pequena do órgão que deveria defender sua classe. "Não conheço ninguém do sindicato, ninguém nunca foi no clube e não perguntou minha opinião para qualquer coisa. Temos exemplos na Itália, Espanha e Argentina onde os jogadores param o campeonato para reinvindicar seus direitos", observou. "Temos que ter participações dos atletas na decisão. Deveria ser uma classe mais ativa".

Em defesa dos jogadores, Ronaldo também falou mal sobre o calendário e elegeu os campeonatos estaduais como os grandes vilões da temporada - o Paulista, por exemplo, ocupa 23 datas. "Ter 20 clubes é um grande exagero, é quase o mesmo número de jogos do Brasileiro, onde eu não mudaria nada e deixaria da mesma maneira, com pontos corridos".

Fonte: Terra
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