PUBLICIDADE
Logo do Coritiba

Coritiba

Favoritar Time

#30anos1985 - desacreditado, Coritiba se apresenta ao Brasil

Jogadores que fizeram parte do título relembram que pouca gente conhecia o clube paranaense

31 jul 2015 - 07h22
(atualizado às 07h47)
Compartilhar
Exibir comentários

Quando o Campeonato Brasileiro de 1985 começou, pouca gente acreditava que o Coritiba poderia fazer até mesmo uma boa campanha. Quanto a título então, muito menos, até porque até então o estado do Paraná sequer havia se classificado para a disputa de uma final da competição. 

"Para falar bem a verdade, muita gente nem sabia quem era o Coritiba. O futebol paranaense repercutia muito pouco no âmbito nacional", relembrou o ex-lateral Dida, que tinha apenas 19 anos em 1985. Além disso, no próprio Paraná, a desconfiança era grande apesar da hegemonia coxa-branca no Estado. "Muita gente acreditava que iríamos morrer na praia", completou o ex-lateral.

Coritiba comemora ida para a final, após eliminar o Atlético-MG
Coritiba comemora ida para a final, após eliminar o Atlético-MG
Foto: Divulgação/Coritiba

A desconfiança passava muito pelo fato de o futebol paranaense nunca ter se classificado até então para a final do Campeonato Brasileiro, mesmo com a equipe alviverde tendo conquistado o Torneio do Povo em 1973. O próprio Coritiba, em duas ocasiões, o Atlético-PR e o Londrina bateram na trave. "A realidade era de que os clubes grandes eram muito fortes. Desde 1971 havia tido apenas um campeão surpreendente, que tinha sido o Guarani em 1978", recordou Dida.

Início da confiança

Um dos primeiros que passaram a acreditar na conquista coxa-branca foi o ex-goleiro Rafael Camarotta. "Logo após a vitória sobre o Joinville, fora de casa, assumimos a liderança do grupo e restavam três jogos para definirem os semifinalistas. Eu disse que o Coritiba estaria entre os quatro melhores e muita gente se surpreendeu, até menosprezaram o que eu disse", revelou.

E a profecia se concretizou. No Grupo G, o favorito Corinthians ficou pelo caminho e o Coritiba confirmou a vaga nas semifinais, ao lado do Atlético-MG, Bangu e Brasil-RS. O adversário seguinte do time paranaense foi a equipe mineira, que tinha nomes como Paulo Isidoro e Reinaldo. "Para mim foram os dois jogos mais difíceis", apontou Dida.

Time titular posa para foto no Mineirão, em jogo válido pela semifinal
Time titular posa para foto no Mineirão, em jogo válido pela semifinal
Foto: Divulgação/Coritiba

O jogo de ida ocorreu no Estádio Couto Pereira. O Coritiba não podia contar com o goleiro Rafael Camarotta, suspenso, e que foi substituído por Jairo, outro ídolo do clube. "Falei para os companheiros e para a torcida ficarem tranquilos, pois sempre tive estrela em decisões", contou o arqueiro substituto.

Com o Couto lotado, o clube paranaense não tomou conhecimento do Atlético-MG. "O time deles era muito bom, mas naquele dia demos um banho de bola neles. Metemos duas bolas na trave e vencemos por 1 a 0, gol do Heraldo", falou Dida. "Mesmo assim duvidavam de nós, já que diziam que a vantagem era pequena", complementou.

A certeza do título

No jogo da volta, no Estádio Mineirão, de fato houve muita pressão da equipe mineira, mas o Coritiba contou com uma atuação impecável de Rafael Camarotta, que passou a ser chamado de "santo" pela torcida devido aos vários milagres na partida. "Saí daquele jogo com a certeza do título. Ninguém elimina o Atlético-MG no Mineirão por acaso. Além disso passamos por equipes como Corinthians, Santos, Joinville e Sport", finalizou o camisa 1.

O goleiro Rafael Camarotta, que fez milagres no empate por 0 a 0 contra o Galo, ganhou apelido de "santo" da torcida
O goleiro Rafael Camarotta, que fez milagres no empate por 0 a 0 contra o Galo, ganhou apelido de "santo" da torcida
Foto: Divulgação/Coritiba

Com o jogo final confirmado para o Maracanã, no dia 31 de julho, o favoritismo era dado ao Bangu. "Eles jogavam em casa, e o estádio tinha mais de 100 mil pessoas. Mas a confiança era toda nossa, tanto é que não acreditávamos que a disputa ia para os penaltis", confessou Dida.

Depois com a confirmação do título,  Dida disse que nunca viu uma festa tão grande em Curitiba. "Quando voltamos as ruas estavam tomadas, tanto é que levamos quatro horas do aeroporto ao Couto Pereira. Por ser o primeiro título expressivo do futebol paranaense, a festa era de todo o Paraná, não só do Coritiba", garante o ex-lateral.

"O Coritiba conseguiu conquistar um título que merecia e por isso que eu digo era um grupo de jogadores unidos. Essa união foi o título que o Coritiba conseguiu lá em 1985", relembrou Vavá. "Eles colocaram o Coritiba no cenário do futebol brasileiro e no cenário mundial. E o maior título de de cada um deles foi o caráter", parabenizou Vilson Ribeiro de Andrade, ex-presidente e que homenageou os campeões ano passado.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade