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Paranistas fazem greve e se recusam a disputa jogo-treino com o Coxa

10 jul 2014 - 16h32
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Em Curitiba teve até Copa, mas não vai ter jogo-treino entre Paraná Clube e Coritiba. Em protesto contra a falta de pagamente de grande parte do elenco e funcionários do clube, os jogadores do Tricolor se recusaram a disputar a partida marcada para a tarde desta quinta-feira, no Couto Pereira. Os jogares se dirigiram para a Vila Capanema e lá permaneceram em assembleia nos vestiários.

Com o treinamento marcado, aberto aos sócios, visando a volta do Campeonato Brasileiro, o Coxa teve que improvisar. O técnico Celso Roth comandou um coletivo entre titulares e reservas, buscando a escalação ideal e ritmo de jogo. Pelo Paraná, um dia de trabalho jogado fora, péssimo para uma equipe que está na zona de rebaixamento, assim como adversário, mas da Série B.

Em 2013, antes de uma partida contra o ABC, pela Série B, o elenco se recusou a treinar, mesmo ouvindo as promessas a diretoria, que chegou a oferecer cheques pré-datados. Empresários ligados ao clube foram convocados para darem alguma contribuição e até mesmo a própria torcida, com direito a patrocínio na camisa, tentou fazer sua parte. A história de paralisações, entretanto, tinha antecedentes.

No ano anterior, pelo mesmo motivo, os paranistas não treinaram às vésperas de uma partida diante do ASA. Atletas com dois meses de salário em atraso permaneceram de braços cruzados até o dia do jogo. Semanas depois, uma nova greve, em solidariedade aos funcionários. Na época, o técnico Toninho Cecílio demonstrou irritação com a atitude, já que tentava preparar o time para o clássico contra o Atlético Paranaense, que definiria o acesso do rival à Série A.

Na manhã de 24 de novembro de 2009 estourou a primeira greve dessa sequência, com jogadores sem receber salários e direitos de imagens a mais de dois meses. Na ocasião, a diretoria convenceu os atletas a voltarem aos treinos no período da tarde com a promessa de pagar as pendências em uma semana. Na temporada seguinte, ainda em março, um dia de paralisação, com mais salários atrasados. Uma triste realidade sem um horizonte para ter fim.

Fundado em dezembro de 1989 da fusão de Pinheiros e Colorado, dois clubes tradicionais de Curitiba e que vinham de suas próprias fusões em sua história, o Paraná herdou um grande clube social, milhares de sócios e patrimônio. Ainda na década de 90, se destacou com um pentacampeonato estadual e pela conquista a segunda divisão do Brasileirão em 1992.

Entretanto, decisões desastradas de algumas administrações logo tiveram como consequência a necessidade de abrir mão do patrimônio, em situação que se agravou a partir de 2006 no último suspiro de grandiosidade no futebol nacional, quando o clube se classificou para a Libertadores da América. A partir daí, queda para Série B, falta de dinheiro para contratar, pagar salários e dívidas, como a estranha negociação de Thiago Neves, que se transformou em uma multa de R$ 9 milhões para o clube.

A sede Tarumã foi leiloada - anos antes a sede Jardim Botânico foi vendida. A sede da Kennedy teve seu salão de festas arrendado por 20 anos. Além disso, um dos símbolos do clube, o Estádio Durival Britto e Silva, segue ameaçado de ir ao chão, já que está em terreno que pertence à União. O imbróglio segue na Justiça e um projeto para uma nova Arena, no local da sede do Boqueirão, com a construção de secretarias da Prefeitura no local atual da Vila Capanema, já é estudado. Resta saber se haverá dinheiro, força política e tempo para se tornar realidade.

Nos bastidores, inclusive dentro da imprensa, da diretoria e entre torcedores, um assunto cada vez mais recorrente é uma possível fusão do Paraná com outro time da capital, preferencialmente o Coritiba, já que com uma possível queda para a Série C a situação financeira só tende a se agravar.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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