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André Macias e Pierre Boulos pedem licença do Coritiba

Envoltos em polêmicas, dirigentes se afastaram do G-5 do clube paranaense

31 ago 2015 - 19h40
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A turbulência política nos bastidores do Coritiba fez com que dois integrantes do G-5 pedissem licença do cargo. André Macias e Pierre Boulos comunicaram a decisão na tarde desta segunda-feira ao Conselho Deliberativo.

Nesta noite, a partir das 19h, conselheiros se reúnem para discutirem temas polêmicos expostos nos últimos dias. O relatório da sindicância para apurar os R$ 200 mil reais doados para a campanha de Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF); um cheque do clube paranaense que comprou o voto do Maringá F.C nas eleições e o vazamento de conversas de diretores e funcionários no aplicativo Whatsapp.

G-5 original da chapa "Coxa Maior", que agora conta com apenas dois integrantes
G-5 original da chapa "Coxa Maior", que agora conta com apenas dois integrantes
Foto: Facebook / Reprodução

Foram justamente esses motivos, principalmente o último, que fizeram os dirigentes se afastarem do Alto da Glória até que as investigações sejam apuradas. Macias e Boulos, primeiro e quarto vices, respectivamente, se reuniram com o presidente Rogério Bacellar para pedir desculpas e comunicar a decisão. Vice-presidente do conselho deliberativo, Carlos Eduardo Vianna, o Cadu, também se desculpou pelas mensagens vazadas.

Além dos três, mais pessoas ligadas participaram das conversas dos "Indomáveis": Christian Gaziri (diretor de patrimônio e conselheiro vitalício), Adriano Rattmann (diretor de comunicação), Marcelo Molinari (ex-membro da mesa do Conselho Deliberativo) e Arthur Klas (conselheiro e diretor institucional). Os dois primeiros foram demitidos do quadro de funcionários.

A tendência é que, após a apuração, os dois vices do Coritiba entreguem seus cargos de vez da diretoria. Vale lembrar que Ricardo Guerra e Ernesto Pedroso, originais da chapa "Coxa Maior", já renunciaram por divergências na alta cúpula. Boulos, inclusive, assumiu vaga na direção há dois meses. Sobraram apenas o presidente e o segundo vice, Gilberto Griebeler, até aqui.

Antes da Assembleia acontecer, torcedores alviverdes manifestaram na frente do Estádio Couto Pereira. Aproximadamente 150 pessoas, no início da reunião, cobravam explicações do Conselho. Os conselheiros, orientados pela Polícia Militar, entraram por outro local para evitar o contato com os protestantes. A mobilização , intitulada ‘Lava Jato Coxa-Branca’, teve início nas redes sociais.

Confira o posicionamento de André Macias, primeiro vice-presidente:

André Macias, dirigente do Coritiba, é o principal articulador para viabilizar a Sul-Minas
André Macias, dirigente do Coritiba, é o principal articulador para viabilizar a Sul-Minas
Foto: Divulgação/Coritiba

"Um pedido de licença para o bem do Coritiba.

Para o bem do Coritiba peço licença. A licença com prazo necessário para apurar aquilo que estão qualificando como denúncia contra mim e alguns outros que mantinham um grupo de WhatsApp. Faço questão que todos estas denúncias sejam apuradas, mas já adianto, aqui, que me sinto vítima disto tudo. E injustiçado por colocar em segundo plano todo meu esforço pessoal em favor do clube. Afinal, pergunto-me, qual é mesma a acusação?

Como muitos, participava com amigos de um grupo de WhatsApp. Quem hoje não participa? Este grupo, em especial, era composto por poucos amigos supostamente interessados no Coritiba. Um grupo de WhatsApp é um grupo entre amigos - com a garantia constitucional da intimidade e da privacidade. Ninguém imagina que essas conversas, no ambiente da intimidade e da privacidade, possam ser "vazadas", por um dos "amigos". E porque ninguém cogita o crime do "vazamento", a privacidade e a intimidade permitem certa liberdade para expressar opiniões. Foi o que fiz nesse grupo que teve as conversas divulgadas criminosamente, por um dos supostos amigos: Bruno Kafka.

Meus amigos advogados me explicam que o que ele fez foi um crime. Equivale a divulgação de uma gravação clandestina (sem autorização dos interlocutores) de uma conversa telefônica. Vou acionar a justiça para responsabilizar este rapaz. Não abro mão disso. Quem gostaria de ter suas conversas por WhatsApp ou telefone devassadas? É legal ou ético integrar um grupo de amigos e, depois de estimular conversas reservadas, vazar para a imprensa? Sofro ao constatar que nessa história eu seja o acusado e o tal Bruno Kafka esteja sendo tratado com seriedade ou, no mínimo, condescendência. Ponham-se todos no meu lugar. Qual é o conceito que vocês teriam de amigos que vazassem conversas privadas de grupos de WhatsApp? Eu sou vítima de uma barbaridade. 

Muitos amigos me ligaram para dizer isso. Outros, no entanto, preocupam-se com o conteúdo. Não é por acaso que a Constituição preserva a intimidade e a privacidade. As pessoas não podem responder publicamente pelo conteúdo de conversas privadas, entre amigos. Apesar disso, estou disposto a responder. Disponho-me a explicar cada uma das minhas opiniões ou posições que esse sujeito vazou. Sempre lembrando que foram ditas no ambiente da intimidade própria de um grupo de amigos. O problema é que Bruno Kafka fez mais do que vazar. Além de vazar, manipulou as conversas. Vou demonstrar isso em perícia. Bruno Kafka é um criminoso e por esse fato vai ter que responder.

E pior. Além de editar as mensagens, Bruno não divulga mensagens que não interessam. Todas as que tratam dos mais legítimos interesses do clube. Em milhares de mensagens de mais de oito meses do grupo, Bruno Kafka selecionou uma ou outra que poderia constranger e, ao omitir a maioria das mensagens, desconsiderou o verdadeiro objetivo do grupo: trocar ideias sobre o Coxa. 

Estou triste com tudo isso. É realmente "Kafkaniano" estar sendo acusado pelo autor do crime. Sobrenome apropriado tem esse Bruno, a proposito. O resto é conversinha de WhatsApp, convenhamos. Farei minha defesa fora do cargo que eu ocupo, evitando mais constrangimentos. 

Sobre a questão da Federação, eu mesmo pretendo apresentar minha posição na próxima reunião do Conselho - para a qual o tema está pautado. 

Saudações Coxas-brancas,

André Luiz Macias"

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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