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Adaptado à Ucrânia, Dudu "rejeita" volta ao Brasil e lembra de Ney Franco

13 out 2013 - 07h45
(atualizado às 07h45)
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<p>Dudu em ação com o Dínamo; após começo difícil, jovem meia-atacante rejeita volta imediata ao Brasil</p>
Dudu em ação com o Dínamo; após começo difícil, jovem meia-atacante rejeita volta imediata ao Brasil
Foto: Dínamo de Kiev / Divulgação

O meia-atacante Dudu, 21 anos, chamou atenção no título brasileiro do Mundial Sub-20 em 2011. Habilidoso, era o talismã do técnico Ney Franco e saiu do banco nas sete partidas da Seleção naquela competição, tendo marcado três gols.

Pouco mais de dois anos depois, Dudu defende o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, e, em entrevista exclusiva ao Terra, revelou já ter se adaptado a um lugar tão diferente de Goiânia, sua terra natal. Mesmo com poucas oportunidades no time titular, o meia-atacante projeta permanecer no futebol europeu e descarta, a princípio, o retorno ao Brasil.

Dudu surgiu para o futebol nas categorias de base da Ovel, clube amador de Goiânia, passou pelo Atlético-GO, mas despontou apenas no Cruzeiro. Emprestado ao Coritiba, participou da campanha que levou a equipe paranaense ao título da Série B em 2010. Voltou ao time celeste no ano seguinte, onde levantou o título de campeão mineiro.

Após o título com a Seleção Brasileira na Colômbia, Dudu despertou o interesse do Dínamo de Kiev e foi negociado por cerca de cinco milhões de euros. O meia-atacante sofreu para se adaptar ao clima e ao idioma local, mas revelou que a fase mais complicada já passou.

Apesar de ter recebido sondagens para voltar ao Brasil, Dudu explicou que a ideia é permanecer na Europa e cumprir contrato até 2016. Ele falou sobre a relação com o técnico Ney Franco, sobre a gratidão com Mano Menezes por ter sido convocado para a Seleção Brasileira principal e sobre a vida no Dínamo de Kiev. Confira a entrevista exclusiva concedida ao Terra:

Terra: conseguiu se adaptar facilmente na Ucrânia? Como foi isso para você?

Dudu

: no começo foi muito difícil. Quando cheguei aqui era tudo muito novo. O idioma, o frio, apesar de ter viajado muito com as Seleções de base, demorei um pouco para me adaptar. Mas hoje já estou bem adaptado e espero cumprir meu contrato até o fim.

Terra: você saiu bem jovem do Brasil, em um momento que estava se firmando no Cruzeiro e com muito potencial. Se arrepende da escolha?

Dudu:

em alguns momentos me arrependo, sim, mas pelo lado financeiro acho que fiz a escolha certa e espero continuar aqui até o término do meu contrato, que vai até 2016.

Terra: seu nome já foi cogitado em alguns clubes, como o São Paulo, por exemplo, para o retorno ao Brasil. Hoje essa é a ideia? Ou pretende seguir no futebol europeu?

Dudu:

eu penso em voltar ao Brasil, mas primeiro quero seguir aqui e cumprir meu contrato.

Terra: você tinha muita confiança do técnico Ney Franco, disputou o Mundial Sub-20 e foi um dos pré-convocados para Londres 2012, mas ficou fora da lista final. Ficou chateado com o Mano Menezes?

Dudu:

sempre agradeci a confiança do Ney Franco. Acho ele um dos melhores treinadores do Brasil e espero voltar a trabalhar com ele ainda. Sobre o Mano, não ficou nenhuma mágoa. Ele é um excelente treinador, que me deu a aportunidade de jogar pela Seleção principal. Só tenho que agradecer.

<p>Dudu foi um dos destaques da Seleção Brasileira no Mundial Sub-20 de 2011</p>
Dudu foi um dos destaques da Seleção Brasileira no Mundial Sub-20 de 2011
Foto: Rafael Ribeiro/CBF / Divulgação
Terra: como é o seu relacionamento com o técnico Oleg Blokhin? Ele tem dado muitas oportunidades para você no Dínamo?

Dudu:

tenho uma relação normal. O que atrapalha um pouco é a língua, que não falamos a mesma. Mas a relação profissional é normal como com qualquer outro jogador do elenco.

Terra: você tem boa abertura com a diretoria do Dínamo? Conseguiria voltar ao Brasil por empréstimo ou o clube interessado tem de adquirir seus direitos?

Dudu:

acho que não é a hora de voltar ao Brasil. Tenho boa relação com o presidente, que me deu toda confiança quando cheguei aqui. Acho que se fosse da vontade do clube, não haveria problema em voltar ao Brasil.

Terra: você e o Bernardo (hoje no Vasco da Gama) fizeram uma grande parceria na base cruzeirense. De que forma tem acompanhado os problemas extracampo dele? Ele tinha desequilíbrios?

Dudu:

fizemos uma bela Copa São Paulo e espero um dia voltar a jogar com ele, que é um grande jogador. Ele teve problemas, mas graças a Deus resolveu todos. Espero que se recupere e volte a jogar futebol, que é o que ele mais gosta e sabe fazer.

Terra: ao contrário do Shakhtar, onde há um time só de brasileiros, no Dínamo é apenas você e o Danilo Silva. É muito difícil viver em Kiev sem muitos brasileiros?

Dudu:

logo quando cheguei tinha muitos brasileiros, agora sou eu e o Danilo. Acho bem tranquilo. Sempre que dá reunimos a família, conversamos muito nos treinos também. Em suma, acho bem tranquilo viver aqui em Kiev.

Terra: com a visão de hoje, você acredita que poderia ter permanecido por mais tempo no Cruzeiro?

Dudu:

hoje todos gostariam de estar no Cruzeiro pela bela campanha que o clube está fazendo no Campeonato Brasileiro, mas estou feliz aqui.

Terra: você não conseguiu se estabelecer como titular desde a transferência. Quais as razões?

Dudu: acho que no começo é bastante complicado, tem a questão da adaptação, confiança e outros quesitos. Mas estou jogando com disposição para ajudar o time.

Terra: há o fato de ser um jogador bem franzino, em uma liga super competitiva e de jogadores fortes. Isso prejudica você?

Dudu: 

não vejo problema. Hoje, a maioria dos jogadores são pequenos. Eu espero evoluir meu porte físico aqui na Europa para conseguir meus objetivos como jogador profissional. Mas isso demanda tempo.

Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
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