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Mano relata dificuldades no Cruzeiro com troca de técnicos

17 set 2015 - 15h57
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Terceiro técnico do Cruzeiro na temporada, Mano Menezes convive com as dificuldades de comandar uma equipe ainda em formação na segunda metade de 2015. O empate para o Vasco por 2 a 2, na última quarta-feira, foi explicado pelo treinador como uma infelicidade, já que a Raposa tinha condições de ter virado o placar nos minutos finais. Diante da instabilidade atual no clube, o comandante relata ter aceitado o cargo por respeito aos dirigentes celestes.

“Eu aceitei em função de ser o Cruzeiro – pela relação do passado e por respeito ao clube. Por tentativas anteriores que não conseguimos levar à finalização e acerto de contrato, porque não havia responsabilidade na época. E eu não estava trabalhando. O Cruzeiro me abriu a possibilidade de continuar trabalhando por mais duas temporadas além dessa. Mesmo que se tenha uma dificuldade nesse momento, se há a possibilidade de fazer o trabalho a longuíssimo prazo, é algo além da realidade dos nossos colegas no futebol brasileiro”, contou em entrevista ao canal Sportv.

Dentre os problemas internos, Mano citou a grande quantidade de jogadores contratados como um empecilho nos treinos. “As dificuldades são de trocas sucessivas, que cria um ambiente instável para os jogadores. O fato de ser o terceiro treinador da temporada me leva a conviver com um grupo de 42 atletas – isso faz com que a gente tenha dificuldades de qualidade de treino. Na segunda feira eu programei um segundo treino com a equipe sub-20, e quando fomos organizar o treino dividimos em dois tempos pela quantidade excessiva de jogadores”, disse.

“A falta de um conhecimento maior sobre os jogadores atrapalha, porque é um curto espaço de tempo e não temos muito tempo para perder. A solução foi a manutenção da equipe em um ou dois jogos. Isso limita muito nesse momento aquilo que a gente pode fazer. Vamos com uma atuação de emergência para solucionar um problema momentâneo”, continuou o treinador.

Com tantas mudanças em menos de um ano, o técnico fez um pedido especial à diretoria do Cruzeiro, visando enxugar não apenas os gastos do clube, como aproveitar melhor os atletas disponíveis.

“A primeira coisa que pedi ao presidente e ao vice de futebol quando cheguei é que não contratássemos ninguém nos próximos meses. Precisamos primeiro avaliar aquilo que temos nos últimos meses do ano, projetar o elenco para o ano que vem, estabelecer carências, fazer análises em questões mais objetivas e não só avalições empíricas. Não é possível mais os clubes brasileiros gastarem tanto, desperdiçarem tanto dinheiro contratando sem muito critério. Essa é a parte técnica que precisamos mostrar para os nossos dirigentes”, afirmou.

O resultado de tais observações foi apontado pelo técnico como uma medida preventiva que poderia ajudar não só os jogadores, mas também os treinadores – que vem conhecendo vida curta em seus trabalhos na atual edição do Brasileirão. “É uma verdadeira aberração estar terminando o Brasileiro e já termos esse número de técnicos demitidos. Mais um número vergonhoso para o futebol brasileiro”, finalizou Mano Menezes.

Com o empate diante do Vasco no Mineirão, o Cruzeiro soma 30 pontos e ocupa a 13ª colocação na tabela de classificação. Para aumentar a distância da zona de rebaixamento – de apenas três pontos –, a equipe mineira precisa emendar uma sequência de vitórias, a começar pelo duelo contra a Chapecoense, domingo, na Arena Condá.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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