Cuba vai autorizar contratação de jogadores de beisebol por clubes estrangeiros
Cuba está prestes a autorizar seus jogadores de beisebol a assinar contratos com clubes profissionais de fora da ilha, acabando com uma proibição vigente há mais de cinquenta anos, anunciou nesta quinta-feira o porta-voz da federação local, Higinio Vélez.
A contratação de atletas cubanos por clubes estrangeiros "faz parte da política da Federação, atendendo ao desejo dos nossos jogadores e do povo de inserir o beisebol cubano no mundo, em períodos que não afetem o espetáculo da Série Nacional (liga cubana)", afirmou o dirigente, citado por vários blogs cubanos.
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Vélez não forneceu detalhes sobre o tipo de contrato que os jogadores poderão assinar, mas deixou claro que a autorização será concedida "fundamentalmente a atletas que se destacam nas séries nacionais", ressaltando que eles poderão "assumir compromissos internacionais desde que voltem ao país para representar suas equipes".
Cuba já havia liberado recentemente Michel Enríquez, Alfredo Despaigne e Yordanis Samón para atuar com o clube Piratas de Campeche, da Liga Profissional do México.
O profissionalismo no esporte foi abolido em Cuba em 1961 pelo governo revolucionário de Fidel Castro e desde então apenas Omar Linares havia sido autorizado, de forma excepcional, a disputar duas temporadas completas (2002-2004) com os Dragões de de Chunichi, de la liga japonesa.
Por causa dessa proibição, o lendário boxeador cubano Téofilo Stevenson, tricampeão olímpico dos pesos pesado (1972,1976 e 1980) nunca pôde lutar com o americano Muhammad Ali, considerado o maior de todos os tempos, recusando até bolsas milionárias para não ser considerado um 'desertor'.
Recentemente, o governo cubano anunciou sua participação de atletas da ilha na Série Mundial de Boxe, que será disputada do dia 15 de novembro deste ano a maio de 2014, na qual competirão 12 equipes, incluindo pugilistas profissionais e amadores.
No último sábado, o diretor de Relações Internacionais do Instituto Cubano de Esportes, Pedro Cabrera, anunciou que estava disposto a conversar com jogadores de vôlei que atuam em clubes estrangeiros sobre a possibilidade de integrar a seleção nacional, o que no momento é proibido para 'exilados'.
Seis cubanos participaram da última edição da Superliga masculina e feminina, entre eles o ponteiro Yonady Leal, do Cruzeiro, e a oposto Daymi Ramirez, ex-Campinas, que hoje joga no Azerbaijão.
Esse processo de abertura no esporte profissional se enquadra nas reformas recentes promovidas pelo presidente Raúl Castro, que deu mais espaço à iniciativa provada e acabou com restrições que impediam cubanos de viajar livremente ao exterior.
Muitos observadores do esporte no país consideram que a proibição de jogar em clubes estrangeiros incentivava 'deserções', tirando talentos do país.
Dezenas de jogadores cubanos brilham hoje nas Grandes Ligas dos Estados Unidos, entre eles Yoennis Céspedes, do Oakland Athletics, que no último domingo venceu o Home Run Derby, concurso de rebatidas do Jogos das Estralas da Major League Baseball, o campeonato mais badalado do planeta.
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