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Diretor da Fina demonstra insatisfação com "absolvição" de Cielo

21 jul 2011 - 09h13
(atualizado às 10h16)
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O diretor-executivo da Federação Internacional de Natação (Fina), Cornel Marculescu, demonstrou insatisfação com o resultado do julgamento do caso de doping dos nadadores brasileiros: Cesar Cielo, Nicholas Santos e Henrique Barbosa. A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) decidiu não punir os nadadores por conta do exame positivo para o diurético furosemida realizado em maio, durante a disputa do Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

A Fina não concordou com a decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de apenas dar uma advertência aos nadadores, e levou o caso ao CAS, sugerindo uma suspensão aos brasileiros, mas não conseguiu alterar a decisão.

"Eu respeito a decisão do CAS - eles são o último recurso legal no esporte. Não estou satisfeito, mas acho que fizemos nosso trabalho", disse Cornel Marculescu.

Apenas Vinícus Waked, que é reincidente em caso de doping, foi punido. Menos badalado do quarteto, o nadador recebeu um ano de gancho. Ele já havia sido suspenso por dois meses em fevereiro de 2010, também por ingerir substância proibida.

Sem qualquer tipo de suspensão, Cesar Cielo, principal nome da natação brasileira, está livre para disputar o Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai, cujas competições de natação têm início no dia 24. A primeira prova do nadador será a eliminatória dos 50 m borboleta, já no domingo.

O advogado de Cielo, Howard Jacobs, comemorou a decisão do CAS: "ele (Cielo) está obviamente feliz com tudo isso e está ansioso para competir. Não foi apenas a Fina que queria resolver logo este caso. Cielo também queria que tudo fosse esclarecido para que ele pudesse competir tranquilamente", afirmou.

Jacobs disse que o médico que prescreveu as pílulas de cafeína testemunhou durante a audiência e que isso foi fundamental para a decisão do CAS. "Os árbitros concordaram que não houve intenção de enganar e de melhorar o desempenho. Eles aceitaram a explicação de que os suplementos estavam contaminados. É bom agora que os árbitros podem diferenciar um caso do outro e identificar quando um atleta tenta enganar ou não", concluiu.

O superintendente da seleção brasileira de natação, Ricardo Moura, demonstrou alívio pelo resultado da defesa de Cielo e os demais atletas junto ao CAS, com exceção de Waked, que não escapou da suspensão.

"O julgamento foi muito desgastante. O resultado nos satisfaz. Estamos chateados pelo resultado do Waked. No campo técnico, isso é página virada. A gente ainda vai deixar as coisas serem assentadas para saber que legado vai ficar disso tudo", afirmou o dirigente.

Entenda o caso

O velocista Cesar Cielo teve resultado adverso para a substância proibida furosemida em um exame antidoping feito no Troféu Maria Lenk, realizado em maio, no Rio de Janeiro. Além dele, campeão olímpico e mundial, outros três nadadores brasileiros também foram flagrados: Nicholas Santos, Vinícius Waked e Henrique Barbosa.

De acordo com nota da CBDA, divulgada em 1º de julho, os envolvidos declinaram do direito de realização da amostra B e definiram com precisão como o diurético entrou no organismo, o que comprovou que não houve aumento dos seus desempenhos - fato que não ocorreu nesta competição. Desta forma, a entidade optou apenas por uma advertência aos quatro atletas uma vez que não foi identificada culpa ou negligência por parte deles no episódio. O próprio Cielo, em nota oficial divulgada posteriormente, disse que "em nenhum momento fui imprudente ou negligente ou usei de imperícia".

No entanto, a Fina (Federação Internacional de Natação) resolveu recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para tomar uma decisão se os quatro deveriam ou não ser punidos pelo uso da substância, seguindo as regras das leis antidoping da Fina. Os nadadores foram ouvidos em 20 de julho, em Sheshan, na China. Em seguida, o tribunal analisou os depoimentos e as provas para anunciar no dia 21 o resultado do julgamento.

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) decidiu apenas manter a advertência dada pela CBDA a Cesar Cielo, Nicholas Santos e Henrique Barbosa. Somente Vinícus Waked, que é reincidente em caso de doping, foi punido. Menos badalado do quarteto, o nadador recebeu um ano de gancho. Ele já havia sido suspenso por dois meses em fevereiro de 2010, também por ingerir substância proibida.

Como os resultados dos quatro nadadores desde o Maria Lenk foram anulados, Henrique Barbosa e Nicholas Santos perderam a classificação ao Mundial, pois haviam feito os índices necessários para participar durante a competição no Rio de Janeiro. Cielo já estava classificado antes disso, enquanto Waked não obteve índice. Além do Mundial, Cesar Cielo está liberado para disputar a Olimpíada de Londres, em 2012.

Dos quatro flagrados no exame, apenas Henrique Barbosa não faz parte do P.R.O 2016 (Projeto Rumo ao Ouro), idealizado por Cielo com vistas a Olimpíada do Rio de Janeiro. O nadador é também um dos destaques do Flamengo. No Troféu Maria Lenk, competição na qual os atletas foram flagrados, Cielo foi surpreendido pelo compatriota Bruno Fratus na prova dos 100 m nado livre, uma de suas especialidades, ficando em segundo. No entanto, levou ouro nos 50 m livre, 50 m borboleta e nos revezamentos 4x50 m livre, 4x100 m livre e revezamento 4x100 m medley. Todos os resultados dele e dos outros nadadores flagrados na competição foram cancelados.

Menos conhecido entre os quatro nadadores, Waked, 23 anos, já havia sido suspenso por dois meses ainda neste ano por uso da substância isometepteno. Na época, ele se defendeu alegando que utilizou um remédio para dor de cabeça.

Com informações da Gazeta Esportiva

Diretor-executivo da Fina, Cornel Marculescu, demonstrou insatisfação com o resultado do julgamento
Diretor-executivo da Fina, Cornel Marculescu, demonstrou insatisfação com o resultado do julgamento
Foto: Leandro Miranda / Terra
Fonte: AP AP - The Associated Press. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser copiado, transmitido, reformado o redistribuido.
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