Dirigente do luge faz mea-culpa depois de acidente fatal
A opinião da Federação Internacional de Luge (FIL) é de que a morte do georgiano Nodar Kumaritashvili foi provocada por um erro do atleta e isso não muda, mas os primeiros sinais de culpa já começaram a aparecer. Assim, o secretário geral da entidade, Svein Romstad, admitiu à agência Reuters que o Whistler Sliding Centre não poderia ser tão veloz quanto era.
Embora tenha confirmado que o acidente foi causado por um erro de Kumaritashvili, Romstad reconheceu que a FIL e os organizadores da Olimpíada de Vancouver não cobriram todos os pontos perigosos que a pista poderia apresentar.
O principal deles, nesse contexto, seria a rapidez exagerada do Whistler Sliding Centre, cuja velocidade máxima era de 150 km/h até a última sexta-feira, data da morte de Kumaritashvili - depois, acabaria reduzida em 10 km/h devido a uma alteração no ponto da largada.
Assim, o dirigente já adiantou que o futuro do luge passará por construções mais lentas. Esse cenário trará consequências diretas à Olimpíada de Sochi 2014, que conforme disse o próprio dirigente adoraria ter a pista da modalidade mais rápida do mundo, mas não trabalhará mais nesse sentido.
Por fim, Romstad ainda reconheceu que o trágico acidente poderia ter riscado o luge do calendário dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver. Segundo ele, um consenso impediu o cancelamento da disputa, que foi discutida pela federação, pelos organizadores dos Jogos e por todos os dirigentes das equipes nacionais que estão no Canadá.
Entenda o caso
O georgiano Nodar Kumaritashvili, 21 anos, morreu nesta sexta-feira após sofrer um grave acidente no treinamento do luge, no Whistler Sliding Center. O atleta estava em uma velocidade de 144 km/h quando perdeu o controle de seu trenó, bateu contra a parede de gelo e, depois, contra uma haste na pista.
A equipe médica dos Jogos de Vancouver tentou realizar procedimentos de reanimação, como massagem cardíaca e respiração boca a boca, antes de chamar um helicóptero para transferir Kumaritashvili ao hospital. O atleta, que havia iniciado a carreira profissional há dois anos, teve a morte anunciada horas depois pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
