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Jogos Inverno 2010

Em dia heróico, suíços fazem história no hóquei

20 fev 2010 - 18h24
(atualizado em 21/2/2010 às 09h46)
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Jeff Z. Klein

Canadenses tomaram as ruas de Vancouver para celebrar a defesa de Martin Brodeur sobre Martin Pluess, que deu a vitória da noite de quinta-feira ao Canadá. Mas persiste o fato: foi uma vitória nos pênaltis apertadíssima contra a Suíça.

"Só havia um cara cujo nome conseguia pronunciar", disse Brodeur sobre os quatro jogadores suíços, todos desconhecidos por ele, que teve que enfrentar nos tiros de pênalti da prorrogação.

O fato da Suíça, com 17 jogadores de sua modesta Liga Nacional A, ter ganhado um ponto na classificação geral, num jogo contra as 23 estrelas da NHL (liga de hóquei americana) que formam o time olímpico masculino do Canadá, diz muito sobre a força das ligas domésticas da Europa.

"Isso diz que a liga suíça talvez não seja tão ruim quando vocês pensem aqui nos Estados Unidos e no Canadá", disse o defensor Patrick Von Gunten, que marcou o gol de empate da Suíça.

Ninguém contesta que a NHL seja a principal liga do mundo, mas alguns dos melhores jogadores até agora, nestas Olimpíadas, parecem não fazer parte dela.

Alguns já foram estrelas na América do Norte: Jaromir Jagr, do Avangard Omsk, na KHL russa; Zigmund Palffy, do HK 36 Skalica, na Extraliga eslovaca; Peter Forsberg, do Modo Hockey Ornskoldsvik, na Elitserien sueca; e Sergei Fedorov, do Metallurg Magnitogorsk, na KHL.

Outros são jogadores que consolidaram seu estrelato em suas respectivas ligas domésticas: Alexei Morozov, do Ak Bars Kazan, na KHL; Roman Cervenka, do Slavia Prague, na Extraliga tcheca; e Hnat Domenichelli, do SC Bern, na NHLA suíça.

"Patinamos bem na Suíça. Os jogos são muito rápidos", disse Domenichelli após o time suíço ter marcados dois gols, levando o jogo contra o Canadá para a prorrogação e depois para os tiros de pênalti.

Domenichelli nasceu e cresceu em Edmonton, Alberta (Canadá), e jogou 267 jogos da NHL antes de ir para a Suíça em 2003. Ele é o segundo maior marcador da NHLA. Palffy, do time eslovaco que derrotou a Rússia nos pênaltis no final de quinta-feira, marcou 329 gols pelo Islanders, Los Angeles Kings e Pittsburgh Penguis antes de voltar para o clube de sua cidade natal, Skalica, em 2007. Aos 37 anos, ele é o maior marcador na Extraliga eslovaca, mas frequentemente manifesta sua insatisfação com a qualidade do jogo na liga.

"O nível lá é um pouco mais baixo", disse Palffy. "Não acho que seja comparável à NHL ou a algumas outras ligas na Europa. Não acho que seja para mim por enquanto. Vou me mudar para algum outro lugar".

Jagr tem coisas boas a dizer sobre a KHL, onde está há duas temporadas. "Patina-se muito mais naquela liga do que na NHL", disse ele.

Na vitória por 3 a 1 da República Tcheca sobre a Eslováquia na quarta-feira, Jagr mostrou que a KHL não havia desgastado as habilidades que lhe garantiram cinco títulos por pontos na NHL entre 1995 e 2001. Jogando ao lado de Cervenka, líder de pontos na Extraliga tcheca, Jagr fez um gol e uma assistência, sendo o melhor jogador sobre o gelo.

Fedorov, o russo que mais pontuou na história da NHL, voltou para casa no início desta temporada depois de 20 na América do Norte. Agora, ele é um dos 60 jogadores da KHL nas Olimpíadas - um grupo menor apenas que os 140 da NHL - e se declara feliz com sua escolha.

"Já basta de NHL", disse Fedorov, que tem 40 anos. "Além disso, quando você tem um papel principal em todo time que vai e depois joga num papel menor, fica difícil dedicar toda a sua energia para brilhar só às vezes. Na KHL, acho que descobri um equilíbrio, onde ainda posso jogar hóquei de alto nível".

Na terça-feira, Fedorov marcou os dois primeiros gols da Rússia na vitória sobre a Letônia. O time russo é liderado pelas estrelas da NHL Alex Ovechkin, Evgeni Malkin e Ilya Kovalchuk, mas papéis importantes são desempenhados por estrelas da KHL, como Fedorov, Alexander Radulov e uma linha multifuncional que envolve Morozov, o capitão do time, Danis Zaripov e Sergei Zinoviev.

Grandes surpresas já ocorreram antes nas Olimpíadas desde 1998, quando jogadores da NHL começaram a participar. Às vezes, os jogadores da NHL são o principal motivo da surpresa, às vezes não. Em 2006, a Suíça derrotou o Canadá por 2 a 0, graças ao trabalho do goleiro Martin Gerber, do Ottawa Senators. Mas em 2002, a Bielo-Rússia venceu a Suécia com um time formado quase totalmente de jogadores da liga bielorrussa.

Na quinta-feira, os melhores jogadores da Suíça contra o Canadá eram da NHL: o goleiro Jonas Juller, do Anaheim Ducks, que defendeu 44 lances, e o defensor do Islanders Mark Streit, o capitão, que jogou excelentes 25 minutos.

Mas Pluess, Ivo Ruethemann e Roman Wick, estrelas da NHLA, também se destacaram.

"Temos boa qualidade em nossa liga", disse Wick após o jogo. "Ela melhora mais e mais com o passar dos anos. Agora sabemos que podemos acompanhar no gelo o ritmo de caras como Pronger", disse Wick, se referindo a Chris Pronger, o grande defensor canadense do Philadelphia Flyers que conversava com uma plateia muito maior de repórteres a 3 m de distância. "E isso nos dá confiança".

Amy Traduções

Entenda o torneio de hóquei no gelo dos Jogos de Inverno

Esporte mais popular do Canadá, país-sede da Olimpíada, o hóquei no gelo é disputado em três tempos de 20 minutos, com o relógio parando a cada interrupção da partida e 15 minutos de intervalo após o primeiro e o segundo período. As equipes se enfrentam em times de seis jogadores e tentam acertar o gol adversário com uma espécie de disco (puck).

Em Vancouver, os 12 países participantes foram divididos em três chaves de quatro. O vencedor de cada grupo avança à fase final, disputada em mata-mata. Em caso de empate após os três tempos, os times se enfrentam em prorrogação com "gol de ouro". Nova igualdade e a disputa vai para os pênaltis.

Jogos Olímpicos de Inverno no Terra

O Terra transmite ao vivo a competição em 15 canais simultâneos de vídeo. Além disso, os usuários têm a possibilidade de assistir novamente a todo o conteúdo a qualquer momento. Todo o acesso é gratuito.

Uma equipe de 60 profissionais está encarregada de fazer a cobertura direto de Vancouver e dos estúdios do Terra, em São Paulo, no Brasil, com as últimas notícias, fotos, curiosidades, resultados e bastidores da competição.

A equipe conta com a participação do repórter especialista em esportes radicais Formiga - com 20 anos de experiência em modalidades de neve -, e o pentacampeão mundial de skate Sandro Dias, que comenta a competição em seu blog no Terra.

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