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Emanuel quer jogar até 2016, mas não sabe se corpo aguenta

9 ago 2012 - 21h17
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Por Pedro Fonseca

LONDRES, 9 Ago (Reuters) - Emanuel esteve presente em todas as vezes que o vôlei de praia foi disputado nos Jogos Olímpicos e chora ao reconhecer que talvez não seja possível participar da maior celebração do esporte mundial justamente quando ela acontecer em seu país.

Aos 39 anos, o jogador completou nesta quinta-feira uma coleção de ouro, prata e bronze em Olimpíadas, ao ser derrotado na final dos Jogos de Londres, ao lado do parceiro Alison, para a dupla alemã Brink e Reckermann, no tiebreak.

A decepção pela derrota passou rápido e Emanuel era só sorrisos no pódio da arena montada no centro turístico de Londres. O paranaense, que disputou todas as Olimpíadas desde que o vôlei de praia foi introduzido no programa em Atlanta-1996, sofre ao pensar que não terá condições de disputar os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.

"Eu tenho um prazer muito grande em Jogos Olímpicos, foi o grande motivador da minha vida como atleta assistir à Olimpíada de 1984 a medalha de prata do vôlei. Eu tenho uma relação muito forte com Olimpíada", disse Emanuel, sem conseguir segurar as lágrimas.

"Quando eu falo em 2016, no meu país, até gostaria, mas tudo no esporte tem tempo", disse. "Eu sou um atleta que gosta muito de Olimpíada, mas não sei se vou ter saúde. Vamos deixar por aí."

Além de saber que estará com 43 anos na próxima Olimpíada -- uma idade com a qual ninguém jamais disputou o vôlei de praia nos Jogos -- Emanuel tem uma preocupação em se dedicar mais à família.

Um ciclo olímpico de quatro anos exige passar boa parte do ano viajando pelo mundo para disputar competições, e o jogador, que é casado e tem um filho com a ex-jogadora de vôlei Leila, já disse algumas vezes que tem um compromisso de ficar mais em casa nos próximos anos.

Em 2013 Emanuel já garantiu que vai continuar jogando, inclusive para a disputa do Campeonato Mundial da Polônia. Depois disso, ele deixa claro que gostaria de poder continuar, mas realmente não sabe o que fazer.

"É um momento tão diferente na vida do atleta e você tem que se preparar, e eu talvez não seja capaz de suportar mais quatro anos nesse pique. Deixa para a gente conversar isso depois", afirmou Emanuel, o maior vencedor da história do vôlei de praia, com 10 títulos do circuito mundial.

Se decidir continuar, Emanuel terá ao seu lado um dos melhores jogadores do mundo na atualidade. A final olímpica deste domingo mostrou que Alison deixou de ser coadjuvante e passou a ser tão importante quanto seu mentor dentro de quadra.

Foi graças à atuação dele no saque e no bloqueio que a dupla conseguiu vencer o segundo set, após ter perdido o primeiro. Além da performance técnica, Alison leva para a dupla a vibração e a motivação que Emanuel, mais contido, não mostra.

"Ele não é mais meu parceiro, ele virou um grande irmão", disse Alison, que foi escolhido por Emanuel como parceiro após o fim da parceira Ricardo/Emanuel que foi ouro em Atenas-2004 e bronze em Pequim-2008.

"Se eu pudesse emprestar três anos de vida para ele eu emprestaria por mais um ciclo para a gente estar junto no Rio de Janeiro, mas isso depende dele, e independentemente do que ele decidir, eu vou estar do lado dele."

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