Allan do Carmo "passa de fase" e ganha sobrevida para "chefão" Setúbal
30 jan2012 - 12h21
(atualizado às 12h51)
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Klaus Richmond
Direto de Santos
Allan do Carmo ganhou sobrevida pelo sonho olímpico com a modesta 22ª colocação na etapa de Santos da Maratona Aquática Internacional, a melhor entre os brasileiros. O nadador diz ter "passado de fase" e compara os estágios recentes vividos na carreira a cenas de videogame. O principal desafio, agora, será convencer na etapa de Setúbal, última chance para chegar a Londres.
"É como um jogo de videogame. Passei da primeira fase, mas falta a segunda, que é Setúbal, para depois chegar no chefão, a Olimpíada. Espero chegar lá e brigar com esse chefão de igual para igual", disse Allan ao Terra.
O brasileiro desperdiçou a chance de classificação para os Jogos Olímpicos com a modesta 50ª colocação na seletiva de Xangai, em julho do último ano, alegando ter sofrido desidratação pelas águas quentes do local da prova. Agora, prevê mais chances para Setúbal, em Portugal.
"Já nadei lá há uns quatro anos e obtive grandes resultados, um pódio de Copa do Mundo. É uma água fria, onde nado melhor, já que sofri com a desidratação em Xangai e Dubai. Isso me favorece e me anima ainda mais", explicou o brasileiro.
Para se classificar, Allan terá a concorrência do também brasileiro Lucas Kanieski, 24º colocado em Santos, confirmado pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A classificação para Londres está condicionada às primeiras colocações na prova que acontece em junho.
"Acho que posso render mais agora. Foi uma tensão muito grande essa seletiva, uma pressão enorme. Fui muito cobrado. Agora é saber trabalhar, o meu psicólogo entende disso, tenho um preparador para me ajudar fisicamente e um treinador que saberá me instruir dentro da água", concluiu.
No feminino, Poliana Okimoto já tem vaga assegurada, enquanto Ana Marcela Cunha aguarda a desistência de uma das competidoras para poder ir para os Jogos Olímpicos, em agosto.
Aos 16 anos, fenômeno teen da natação e favorita em Londres vive dilema: continuar competindo como amadora em equipes colegiais, o que ela adora; ou profissionalizar-se e começar a ganhar muito dinheiro. Conheça a americana Missy Franklin
Foto: Getty Images
Melissa "Missy" Jeanette Franklin, 16 anos, é a mais nova estrela teen da natação americana. Já é tida como uma das favoritas para mais de uma prova nos Jogos Olímipicos de Londres. E, junto com a equipe americana, é detentora do recorde mundial do revezamento 4x100 m medley, e individualmente, dos 200 m costas em piscina curta
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No ano passado, em Xangai, Missy Franklin participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial em piscina longa. Ela conquistou nada menos que cinco medalhas, sendo três de ouro (revezamento 4x200 m livre, 200 m costas e revezamento 4x100 m medley), uma de prata (revezamento 4x100 m livre) e uma de bronze (50 m costas). O feito contribuiu para que ela fosse eleita a Nadadora do Ano da Fina (Federação internacional de Natação)
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Franklin vive atualmente um grande dilema: profissionalizar-se, o que lhe renderá generosos prêmios em dinheiro, contrato com fornecedores de material esportivo, e patrocínio; ou manter-se amadora, estudar em uma universidade e continuar fazendo o que mais gosta, que é competir em uma equipe. "A equipe é muito importante para mim", diz Franklin. "Eu amo fazer parte de um time. Para mim, é uma das melhores sensações do mundo"
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Se a jovem nadadora decidir se profissionalizar, terá que abrir mão das competições organizadas pela NCAA, instituição responsável pelo esporte universitário e colegial nos Estados Unidos
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Por causa de sua vontade de competir por uma equipe colegial, Franklin já deixou de ganhar R$ 225 mil em prêmios e recusou três ofertas de patrocínio. Sua mãe, uma médica, largou o trabalho com desenvolvimento de pacientes com deficiência para cuidar da agenda da filha e ser sua "assessora de imprensa"
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Comparações com o fenômeno Michael Phelps já existem. Uma grande diferença é que ele se tornou profissional com apenas 15 anos, o que o permitiu contratar um agente, e claro, ficar com o dinheiro das premiações. Os pais de Franklin já discutiram sobre como as perspectivas podem mudar depois dos Jogos de Londres, onde ela pode disputar até sete provas. Phelps, por exemplo, recebeu um bônus de R$ 1,74 milhão da Speedo, seu patrocinador, por ter vencido os oito ouros em Pequim
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Mesmo depois de ver a filha no topo dos mais importantes pódios mundiais, os pais de Missy ainda se deleitam ao vê-la competir pela Regis Jesuit High School, sua equipe colegial. "É muito divertido se sentar e ver aquelas garotas tão animadas", afirma o pai, Dick, um executivo de uma empresa de tecnologia de limpeza. "Estas são pequenas coisas que mantêm a natação como um todo, divertida para ela"