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Antecedência, beleza e inovação: conheça o centro aquático de Xangai

15 jul 2011 - 11h56
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Leandro Miranda
Direto de Xangai

Dois anos. Este foi o tempo que Xangai levou para construir a gigantesca estrutura de 347,5 mil m² que abrigará o Mundial de Esportes Aquáticos a partir do próximo dia 16 de julho. Com custo de 2 bilhões de yuans (cerca de R$ 486 milhões), o Oriental Sports Center começou a ser erguido em 30 de dezembro de 2008 e foi finalizado no dia 28 do mesmo mês em 2010, com nada menos que 200 dias de antecedência da principal competição da temporada. São números que podem impressionar os acostumados a atrasos e orçamentos inflados em obras do tipo, mas não tanto quanto a beleza e a magnitude da estrutura.

Seguindo a linha de centros aquáticos com design inovador - como o "Cubo d'Água" da Olimpíada de Pequim 2008 e a estrutura de Londres 2012, que ainda não foi inaugurada - o Oriental Sports Center evoca imagens da água em todas as suas estruturas. O MPC (Main Press Center, ou Centro Principal de Imprensa em inglês), por exemplo, é um grande edifício cuja superfície parece "embaçada", como se o prédio fosse visto através de uma cortina de água.

A enorme estrutura contra com três estádios que abrigarão quatro das cinco modalidades do Mundial - a maratona aquática, que será realizada na praia de Jinshan, é a exceção. "Batizados" por meio de um concurso aberto ao público que recebeu mais de 2 mil cartas com sugestões, os ginásios ganharam nomes típicos da tradição chinesa: o principal deles é o Sea Crown (Coroa do Mar), e os dois menores são chamados Magnolia Bridge (Ponte das Magnólias) e Crescent Lagoon (Lagoa Crescente).

Com capacidade para 18 mil espectadores sentados, o Sea Crown receberá as competições de natação e nado sincrozinado, além da cerimônia de abertura do Mundial. Apesar do grande número de assentos disponíveis, os ingressos para as modalidades do estádio estão quase todos esgotados; apenas algumas provas preliminares ainda têm disponibilidade de bilhetes. Um detalhe curioso: o local é na verdade uma arena multifuncional, com as piscinas instaladas temporariamente.

Já a Magnolia Bridge e a Crescent Lagoon podem receber 5 mil pessoas. O primeiro é um natatório amplo, feito para as partidas de polo aquático, que também conta com uma piscina menor para os treinos de saltos ornamentais. Esta última modalidade, assim como a cerimônia de encerramento, acontecerá a céu aberto, na Crescent Lagoon - uma magnífica estrutura que tem a peculiaridade de ficar sobre um lago artificial, conectado ao grande rio Hongpu que atravessa Xangai.

A visão do rio, aliás, é uma das mais bonitas do complexo. Para se locomover de um estádio a outro, é necessário caminhar por largas alamedas e pontes que oferecem a oportunidade de apreciar, além das águas claras do Hongpu, a ousada arquitetura do Oriental Sports Center, projetada pela empresa alemã GMP. A distância entre os ginásios é talvez o único ponto fraco da estrutura: público, funcionários e imprensa têm que andar até dez minutos sob o forte calor, característico de Xangai no mês de julho.

Além da preocupação com a beleza, a organização também tentou passar firmemente a ideia de um evento seguro e eficiente - aproveitando, para isso, a forte imagem do governo chinês. Logo na entrada do complexo, há cartazes com dizeres do tipo "Mostrar uma boa imagem do poderoso e civilizado exército", além de outros exaltando a hospitalidade do país. Com propaganda estatal ou não, a impressão que fica é a mesma que a Fina (Federação Internacional de Natação) proclamou na entrevista de abertura do Mundial: Xangai está pronta.

Xangai tem melhor complexo aquático do mundo:
Fonte: Terra
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