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Esportes Aquáticos

Após ouro inédito, brasileira de 45 anos vibra: "para mim, tenho 15"

14 ago 2013 - 08h37
(atualizado às 08h46)
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<p>Na segunda, Susana havia se exaltado com o bronze conquistado nos 400 m livre S6</p>
Na segunda, Susana havia se exaltado com o bronze conquistado nos 400 m livre S6
Foto: Marcelo Régua / Mpix / CPB / Divulgação

Ninguém esperava que Susana Ribeiro fosse conquistar a medalha de ouro nos 100 m costas S6 no Mundial Paralímpico de natação, em Montreal. Aos 45 anos, a brasileira que sofre de doença degenerativa - uma variação do Mal de Parkinson - derrotou adversárias com menos da metade da idade dela para subir no lugar mais alto do pódio na noite de terça-feira, quebrando qualquer expectativa. O triunfo a rejuvenesceu: "para mim, eu tenho 15 anos de idade".

No Canadá, Susana venceu, por exemplo, a ucraniana Viktoriia Savtsova, de apenas 15 anos, que ficou com a prata. O bronze foi da britânica Charlotte Henshaw, 26 anos, enquanto em quarto apareceu a também britânica Ellie Simmonds, 18 anos.

"A idade não me atrapalha. Tem meninas que nadam comigo e que poderiam ser minhas filhas", disse Susana, que, de fato, tem um filho de 15 anos. "Não penso nisso. Tenho tanta vontade quanto elas e tanta disposição também", reforçou.

Por toda a trajetória de vida, a primeira medalha de ouro em um grande evento foi muito emocionante para a atleta, que esmurrou a água de alegria após a prova e chorou muito no pódio. Na segunda, ela havia se exaltado com o bronze conquistado nos 400 m livre S6, afirmando ter nadado "o impossível" para realizar um sonho. "O que eu nunca consegui como nadadora convencional nem como triatleta, consegui hoje (terça)", disse a brasileira, que chegou a representar o Brasil no triatlo do Pan-Americano de Mar del Plata, em 1995.

Por anos Susane correu, pedalou e nadou muito todos os dias - participou de 13 Ironman, famosa prova do triatlo. Justamente no momento mais crítico da vida, após o diagnóstico da doença, alcançou o sucesso.

"Dou muito valor a cada metro que consigo nadar. Sinto falta de correr, mas acho que se tivesse que escolher entre a pessoa que sou hoje depois de ter passado tudo isso e a que era antes - não que eu fosse uma pessoa má, mas hoje valorizo o fato de poder amarrar meu tênis e sair para treinar", contou.

Na noite de terça, nem a juventude das rivais nem as limitações do Mal de Parkinson foram capazes de impedir o ouro de Susana Ribeiro. 'Li o livro de uma nadadora que chama Dara Torres: Age is just a number (Idade é apenas um número, em tradução livre)", contou.

Americana, Torres entrou para a história por participar de cinco Olimpiadas entre 1984 e 2008, conquistando medalhas em cada uma delas. Em Pequim, nadou com 41 anos. Aos 45, Susana vibrou: "não me sinto com essa idade. Em 2016, vou estar lá. Em 2020 também, se tudo der certo".

O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte: Terra
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