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Esportes Aquáticos

Árbitro no Pan, brasileiro explica polêmicas da maratona aquática

30 out 2011 - 17h32
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Filipe Prado

A maratona aquática disputada nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara foi cercada de polêmicas. A principal delas diz respeito à temperatura da água, considerada quente por alguns atletas, entre eles Poliana Okimoto, brasileira medalhista de prata. João Luiz Bizerra foi o árbitro principal da disputa masculina e contou ao Terra a pressão que sofreu por parte da equipe americana e como a organização do evento lidou com as reclamações e ameaças de desistência.

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"Os americanos fizeram pressão e ameaçaram não participar da prova. Nós juízes, junto a organização, decidimos que a prova só seria interrompida se passasse o limite de 32ºC", disse ele com exclusividade ao Terra, depois de explicar que a Federação Internacional de Maratona Aquática estipula o limite de 32ºC à temperatura aquática para a realização das competições.

João Luiz conta que os organizadores da maratona aquática realizaram medições de temperatura durante a semana que antecedeu a disputa e constataram que a água começava a aquecer a partir do meio dia.

"A gente instalou equipamento de temperatura em um barco e ficamos andando pelo percurso medindo a temperatura da água a cada 30 minutos. Das 8h30 ao meio dia, a água não sofreu alteração. A prova masculina sofreria, pois terminaria por volta de 13h30", contou.

A solução encontrada pelos organizadores foi antecipar o horário da prova masculina. "Mudamos o horário da prova. O masculino larga às 9h e o feminino às 9h10, pois nadam mais devagar e os pelotões não se encontram. A água não sofreu alterações e ficou na casa de 29,5ºC a prova toda", disse.

A discussão começou em 23 de outubro de 2010, com a morte do americano Francis Crippen durante etapa do campeonato mundial de maratona aquática em Dubai. O calor intenso nos Emirados Árabes e a temperatura da água, em torno de 30ºC, foram apontados como culpados. Bizerra, no entanto, prefere responsabilizar o treinador do atleta, que forçou o ritmo sem saber da condição física debilitada.

No Pan de Guadalajara, o melhor resultado brasileiro na maratona aquática, disputada em Puerto Vallarta, cidade litorânea a 350 km de Guadalajara, foi a medalha de prata conquistada por Poliana Okimoto. A brasileira acredita que a temperatura da água estava em torno de 31ºC e declarou ser a mais quente que já nadou. No masculino, Allan Carmo chegou em quinto.

"Se é quente ou muito quente (temperatura da água), não cabe a mim como juiz definir. Tenho que seguir o regulamento da federação", justificou, ao Terra, João Luiz.

O árbitro elogiou a organização do Pan de Guadalajara, mas disse que "estávamos melhor estruturados no Rio, em 2007". Ele disse ainda que a maratona aquática contou apenas com 15 barcos para acompanhar os atletas, sendo que a Federação Internacional prevê o mínimo de 16.

Outra falha apontada por João Luiz foi a ausência de um placar eletrônico flutuante na chegada. "O nadador tem um chip em cada braço. Ele, tocando a placa, tem um sensor que pega sinal do chip com registro do atleta. Nós, da arbitragem, acabamos nos ajeitando".

Por conta da ausência do placar eletrônico, o narrador da prova confundiu as atletas brasileiras. Ele anunciou o segundo lugar para Ana Marcela Cunha, que na verdade foi a quinta colocada. Contudo, a informação foi corrigida e não prejudicou a prata de Okimoto.

João Luiz, que é técnico de natação do Círculo Militar de São Paulo, ainda elogiou o desempenho da natação brasileira em Guadalajara. Para ele, o Brasil conseguirá manter o bom desempenho nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, sobretudo com Cesar Cielo, Felipe França e Thiago Pereira.

Sobre o fato de a natação feminina não ter conseguido o mesmo desempenho da masculina, Bizerra ressalta a importância da maturidade profissional das meninas. "Os resultados (femininos) no Pan não foram tão expressivos. Acho que é amadurecimento do próprio atleta", comentou.

"O atleta brasileiro não entendeu a posição de se profissionalizar. A natação feminina está longe disso. A Joana Maranhão melhorou quando foi treinar fora e não é o treino ou o técnico - temos técnicos melhores aqui no Brasil -, mas pela profissionalização e seriedade dos treinamentos".

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Fonte: Terra
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