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Esportes Aquáticos

Aumento de ataques de tubarão põe autoridades australianas em xeque

28 ago 2015 - 10h11
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Uma dúzia de ataques de tubarões, um deles fatal, desafiou as autoridades do leste da Austrália, região considerada uma das mecas do surfe e importante destino turístico do país.

Em fevereiro deste ano, um tubarão atacou e matou um surfista japonês perto de Ballina, no norte do estado de Nova Gales do Sul, onde os ataques de tubarão feriram mais de uma dezena de pessoas neste ano frente aos três fatos, dois deles fatais, registrados em 2014.

Os números de ataques na Austrália também já ultrapassaram os 23 registrados durante todo o ano de 2014 - até o momento já foram 27.

Em entrevista à Agência Efe, o biólogo marinho da Universidade Southern Cross, Daniel Bucher, disse que, aproximadamente, 180 espécies de tubarões habitam as águas da Austrália e que eles tendem a ficar nos lugares onde há comida.

"Ou seja, a presença destes predadores é uma prova de que a água é boa", explicou.

A maioria dos ataques é atribuída ao tubarão branco (Carcharodon carcharias), ao tubarão tigre (Galeocerdo cuvier) e ao tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas).

"O aumento dos ataques parece estar vinculado a uma combinação geográfica e climática que fez com que haja uma maior quantidade de alimentos do que no passado", disse Bucher.

Assim como a quantidade de tubarões aumentou, o movimento migratório das baleias, da Antártida rumo ao norte, também. O crescente número de alertas levou ao fechamento temporário de praias turísticas e o cancelamento de competições, o que motivou vários grupos a pedir que mais animais sejam sacrificados.

"Temos que nos dar conta de que se trata de um ambiente selvagem e não uma piscina", ressaltou o especialista em tubarões ao lembrar que estes animais buscam alimento na boca de rios especialmente após as tempestades.

As autoridades de Nova Gales do Sul destinaram US$ 181 mil dólares (pouco mais de R$ 650 mil) para tentar diminuir os riscos de ataques de tubarões a banhistas.

Nesta semana, um grupo de especialistas e funcionários do governo começou a acompanhar os tubarões da região com a ajuda de seis aparelhos de rastreamento por satélite.

O programa permitirá determinar os fatores vinculados à presença deles nas águas do leste e do norte de Nova Gales do Sul e saber se existem padrões em seus deslocamentos e na interação com humanos.

Entre os amantes do surfe se popularizou a colocação de um dispositivo na prancha que emite sinais eletromagnéticos que repelem os tubarões. E existe a proposta de estabelecer barreiras plásticas ou escudos eletrônicos que desorientem os animais.

Em 2013, o governo do estado da Austrália Ocidental deu início a um polêmico plano de captura e abate de tubarões de mais de três metros para proteger os banhistas.

Em algumas partes de Nova Gales do Sul e Queensland também são utilizadas redes e até elaborados anzóis para evitar os ataques, embora abertamente se evite capturar e matar os predadores marítimos.

EFE   
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