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Esportes Aquáticos

Clodoaldo mira 2016, mas prepara carreira jornalística e pioneirismo

19 ago 2013 - 15h04
(atualizado às 15h04)
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<p>Clodoaldo Silva pretende virar comentarista no futuro</p>
Clodoaldo Silva pretende virar comentarista no futuro
Foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB / Divulgação

Clodoaldo Silva planejou por meses sua aposentadoria para 2012: nadaria a Paralimpíada de Londres com chances de medalha e deixaria o esporte “com chave de ouro”, como definiu. Uma lesão complicou sua trajetória, ele terminou o evento sem subir ao pódio e resolveu esticar a carreira até 2016. De olho nos Jogos do Rio – e ainda lutando contra problemas físicos -, ele agora prepara o futuro. Clodoaldo quer ser pioneiro mais uma vez, mas como jornalista.

“Eu fui um divisor de águas dentro do esporte paralímpico. O movimento começou a ser conhecido depois do Clodoaldo Silva, em Atenas 2004”, disse o atleta. Naquele ano, se destacou com seis medalhas de ouro e uma de prata. Depois, foi reclassificado, passando a disputar provas com atletas com menor limitação física – incluindo Daniel Dias. Clodoaldo, que teve paralisia cerebral por falta de oxigênio no parto, o que afetou o movimento das pernas e a coordenação, perdeu a hegemonia.

“Poxa, se eu fiz história dentro da água, porque não tentar ser pioneiro fora também?”, indagou o atleta, que pretende seguir o caminho de tantos outros esportistas no Brasil: virar comentarista. Para isso, ele já participa de programas por meio de um projeto de um dos seus patrocinadores, de modo a divulgar o esporte adaptado na Band News e Rádio Bradesco FM, além da TV Bandeirantes. “O esporte paralímpico está crescendo muito, mas ainda faltam pessoas especializadas no assunto”, ressaltou.

Os programas de Clodoaldo Silva falam não somente sobre esportes, como questões de acessibilidade, leis e ações. “Estou me divertindo muito”, afirmou. Por isso, fazer um curso de jornalismo virou “questão de honra”: “comecei na prática, agora quero fazer a teoria”. A animação com o futuro ajuda a suavizar os problemas do presente. Ele sofre com duas hérnias de disco, que causam fortes dores. Por conta delas, deixou de nadar duas provas no Mundial Paralímpico disputado em Montreal, no Canadá. Conseguiu ouro no revezamento 4x50 m livre e terminou em 4º lugar nos 50 m livre S5.

“Às vezes eu não consigo nem levantar da cama. Sair do bloco, aqui, é terrível. Mas eu queria prova todos os dias, porque durante eu não senti nada, era só a emoção de estar competindo. Quando voltar ao Brasil, vou sentar com o médico para ver se faço a cirurgia ou não”, disse Clodoaldo. De olho na Paralimpíada de 2016, ele promete continuar se esforçando na área jornalística. “Estou conseguindo divulgar essas pessoas que até um tempo atrás eram vistas com olhares de coitadinho e de peninha. Hoje, todo mundo vê que não é isso. Acho que contribuí para isso dentro, e agora quero continuar contribuindo fora da água.”

O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte: Terra
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